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Diário das Sessões do Senado

Podia realmente ter aparecido um ou on-tro especulador, porque os há em todos os campos; mas, quando uma manifestação se apresenta com aquela ordem e aquela correcção, não se pode duvidar que ela seja constituída pelos que trabalham e só-,frem, porque quando se não quere seguir esse processo., há muitos outros para protestar e fazer sentir a nossa orientação.

Sr. Presidente : também se referiu S. Ex.a, com muita indignação, aos ataques que os apaches andam praticando pelas' ruas da cidade.

Pareço que esse facto não atingiu a gravidade que S. Ex.a lhe deu.

Ele é mais filho da fantasia dos jornalistas do que doutra cousa; factos desses dão-se €;m todas as cidades de grande população e de forma alguma representam um perigo.

E pode S. Ex.a estar certo e a Câmara de que todos esses atentados serão reprimidos pelo Governo com toda a energia.

Sr. Presidente: o Sr. Procópio de Freitas fez várias considerações, repetindo vários argumentos já apresentados por outros ilustres Senadores, aos quais já respondi.

Já, sobre esses assuntos, mostrei qual o modo de ver e de sentir do Governo.

S. Ex.a falou, por exemplo, em exploradores e protegidos por políticos, afirmações que constantemente se estão fazendo sem, contudo, serem.comprovadas.

Sobre a questão financeira já tive ocasião de dizer a minha opinião.

Sobre a questão dos tabacos, o Governo entende que não há grande vantagem em se tomarem resoluções sobre esse assunto, visto o contrato terminar para o ano, quando funciona já outro Parlamento, que pode ter orientação diferente da do actual.

Só quanto aos fósforos o Governo, que é partidário do regime livre,' entende que se devem tomar resoluções imediatas, visto o respectivo contrato terminar em Abril próximo.

Sr. Presidente: a hora vai muito adiantada, e não tomem V. Ex.as como desprimor que eu abrevie as minhas considerações.

Falou também S. Ex.a num outro assunto que tem realmente importância, que é o da*s estradas.

Não tenha V. Ex.a dúvidas de que eu reconheço, tanto como o Senado, a ne-

cessidade que há de resolver este problema.

Se eu quisesse narrar factos como aquele a que aludiu o Sr. D. Tomás de Vilhena, contaria um que se deu outro dia comigo, na ida da estação do Entroncamento para Torres Novas, e assim repetiria a narração de S.. Ex.a

Mas, S. Ex.a ainda pôde ir de automóvel.

Eu nem isso pude conseguir. Tive de ir num carro.

Neste momento posso dizer a S. Ex.a — porque não é só da vontade do Governo que a solução do assunto depende— que hei de empregar todos os esforços para resolver esse grave problema, pois a continuarem as estradas no estado cm que sse encontram, daqui a pouco estaremos sem estradas no País.

Nisso não precisa o Governo de incentivo. '

Se tiver tempo, alguma cousa há de fazer.

Kek.tivamente a outros problemas, teremos ocasião de sobre ôles falar no decorrer de outras sessões, porque na verdade a hora vai adiantada, e eu não quero fatigar a atenção da Câmara.

Ao Ilustre Senador Sr. cónego Dias de Andrade agradeço as palavras de saudação que me dirigiu. E esteja S. Ex.a coni-pletamente tranquilo porque, em face das suas declarações de que não fará, nem o grupo a que pertence, uma oposição sistemática, e eu tenho de partir do princípio de que posso contar com a boa vonta-' de de S. Ex.a, os actos por nós praticados híio-de inteiramente corresponder às palavras constantes da declaração ministerial.

Temos de ser escravos dos nossos princípios, e eu não podia nunca ter outra orientação.

Ao ilustre Senador Sr. Lima Duque tenho de agradecer, em nome do Governo, o apoio que quis oferecer ao Ministério a que tenho a honra de presidir e das suas afirmações há apenas uma que vejo desde já necessidade de levantar: é aquela em que mostrou receios de que o acto eleitoral não vá decorrer com aquela liberdade que é absolutamente necessária.