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Sessão de 4 de Março de 1925

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nhãs considerações, permita-ine V. Ex.a — visto quo não tenho a honra de fazer parte desta Câmara— que dirija à Presidência do Senado e a todos os -seus ilustres membros as minhas mais sinceras e cordiais saudações." Faço-o muito sinceramente o não no cumprimento de. um dever protocolar do cortesia, como da primeira vez que aqui entrei, fazendo parto do Ministério presidido pelo Sr. António Maria da Silva, como Ministro das Finanças.

Dessa vez as minhas saudações foram, na verdade, protocolares, mas foram realmente de tam grande correcção, de tam .decidida estima o carinho as provas que esta Câmara mo quis dar durante o tempo que ocupei essa pasta, que não podia deixar de guardar na minha alma uma verdadeira o sincera gratidão, pela forma como fui tratado.

Sr. Presidente: não quero de maneira nenhuma demorar as considerações quo vou fazer, porque há muitos problemas que reclamam a atenção do Governo, assuntos cloi grande gravidado a resolver e sobre os quais o Governo, essencialmente parlamentarista comove e como tem obrigação do ser, em obediência à- Constituição, não pode apresentar à consideração do Parlamento qualquer proposta de lei, pois quo, se o fizesse sem ter terminado este debate, poderia esse seu acto representar nm desprimor para-uma das Câmaras.

Assim, embora fosse de minha vontade esplanar com certo desenvolvimento determinados assuntos, terei de ser mais sintético do que porventura desejava, para abreviar o debate.

Começando por responder ao primeiro orador que falou nesta Câmara sobre apresentação do Governo, o meu querido correligionário e amigo Sr. Catanho do Meneses, eu direi quo ninguém mais do quo eu lamenta o acontecimento político que se deu, qual foi a da oposição nacionalista abandonar os trabalhos parlamentares.

Sobre este caso, só tenho que reeditar as palavras que proferi na .Câmara dos Deputados, declarando que lastimo profundamente o acto quo só praticou, mas que eu de maneira nenhuma censuro, visto quo apenas tonho que atender a que, existindo dentro' desse agrupamento polí-

ticos republicanos dos mais antigos e dedicados, se esse acto- foi praticado foi porque S. Ex.as entenderam que assim melhor serviam a República, pois não podia ser outra a sua orientação. . Mas, como já disso na outra Câniora e-repito agora, eu lastimo profundamente o-facto o se dependesse da vontade do homem quo hoje preside ao Governo pôr termo a essa situação que —porque não dizê-lo?— causa dificuldadesà normalidade da vida política do País, não seria por mini nem pelos restantes membros do Ministério que o conflito s'e não resolveria com toda. a altivez o dignidade que são-próprias dos homens políticos.

Antes de entrar propriamente na parte concreta do discurso do Sr. Catanho de Meneses, eu não posso deixar, porque gosto sempro do falar com sinceridade, de dirigir as minhas saudações ao Governo anterior e sentir a sua saída das cadeiras do Poder, porque a obra que estava fazendo, nomeadamente a obra económica e financeira, era digna do respeito e do auxílio de todos os parlamentares, porque os seus efeitos seriam de-grande benefício para o País.

E, mesmo se assim não fora, ou não teria declarado, ao assumir o Poder, que nas suas linhas gerais seguiria completa-mente essa política, embora nas modalidades'técnicas várias modificações entenda que. devam ser introduzidas.

Agradeço, Sr. Presidente, em meu nome e no do Governo, ao Sr. Catanho de Meneses, bem como a todos os outros Srs. Senadores, os cumprimentos quo me dirigiram e as palavras de carinho e consideração que para nós tiveram.

Alguns desses cumprimentos seriam apenas protocolares e de cortesia; mas, em grande parte, eles são também verdadeiramente sinceros.