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Seaaao de 4 de Março de 192o

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o passo, aceitemos os factos tais quais eles são.

Eu, como amigo e como admirador de S. Ex.a, direi que não prevejo um longo futuro ou uma larga vida ministerial a S. Exra

E pela seguinte razão: em 1916, o Sr. Mesquita Carvalho pôs o dilema «ou dissolução ou revoluçcio»; eu hoje substituirei esse dilema pelo seguinte: «solidariedade republicana —entre parêntesis— demo-, cracia ou ditadura reaccionária, forças vivas em-acção».

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. José Pontes:—Sr. Presidente: vou tratar de assuntos de política geral, a muitos dos quais já rn,e tenho referido desta cadeira.

A minha política é muito construtiva, muito nacional; e como toda a Câmara, por uma gentileza que eu muito agradeço, e pela gentileza dos leaders, me permite que nos dias de apresentação dos Governos, eu exponha os meus pontos de vista, vou- continuar a fazer, desta cadeira, mais propaganda, a dizer o que penso sobre os problemas que constituem a minha exteriorização profissional.

Assim, essa minha política diz respeito à assistência aos humildes e aos inválidos, ao aformoseamento, físico à assistência aos inválidos.

Sr. Presidente : votou esta Câmara algumas leis que dizem respeito à pasta do Trabalho, à assistência aos inválidos da guerra.

Entendo que devemos trabalhar na guerra, nas obras de reeducação.

V. Ex.% Sr. Presidente, como um dos chefes do exército, deve sentir-se como eu, magoado por essa obra de reeducação, que se fez em tempo de guerra, não prosseguir.

E essa obra foi bela e grandiosa.

O Hospital de Arroios, que por uma lei foi entregue aos hospitais civis, ainda não está na posse destes, por faltar uma regulamentação.

Por contingências da 'vida, íui atirado para uma linda praia do norte.

E eu vi que esses homens que vão para o mar em frágeis batéis, no trabalho duro da luta com o oceano, afrontando a morte; não têm a assistência da terra portuguesa.

Nesse rincão lindo do Minho, que se chama a Póvoa de Varzim, vejo os marítimos de cara tostada, sofrendo constan-temente> as intempéries, - lutando com o mar, sem terem uma enseada para se abrigarem.

Um dia, um homem que é hoje Ministro da Marinha, a instâncias minhas, e levado pelo seu bondoso coração, foi à Póvoa e verificou a necessidade urgente de acudir a esses homens, conseguindo junta do Sr. Ministro do Comércio, para esse fim, 100 contos que para pouco chegaram.

Para o coração do Sr. Ministro da Marinha, e para o Sr. Pereira de Lima, que é um bom português, apelo para que justifiquem esses 100 contos, que se destinam a uma obra de economia, porque è preciso que esses homens, modestos trabalhadores do mar, criem alentos,- e que não digam que aqueles que falam a sua língua os abandonam.

E é por isso, Sr. Presidente, que eu estou contente por ver que nessas cadeiras estão sentados bons amigos, bons corações de portugueses.

E já que falei dos humildes, ó preciso-também falar dos válidos. E dirijo-me ao Sr. Ministro da Instrução, meu colega, um bom amigo, que também se preocupa com estes problemas. Ombros fortes, a obra forte, corações magníficos, façamos do nosso povo um povo forte, uma falange fortíssima de gente portuguesa. E preciso que o problema da educação física seja visto com olhos de ver pelos homens do Governo, como uma necessidade imperiosa.

E preciso que este problema, pelo qual já alguma cousa se tem feito, continue a ser, estudado com carinho.

E preciso que viva na alma de todos a necessidade de valorizar o homem português para que ele possa ser herdeiro do grande nome que% fez grande a terra que ó de todos nós.

É preciso que o homem português mc-todize a sua energia, que faça forte o seu organismo, para que amanhã, são de corpo e são de alma, possa resistir a todas as dificuldades, e não lamuriar constante-mente que Portugal vai decrescendo.