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Sesafto de 20 de Março de Í925

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jTaxar a .frac«;ão de meio litro quando a unidade corrente é, em números redondos, de sete decilitros, é fazer pagar o dobro agravado, ainda de cerca de 25 por cento! Ou a lógica é uma ficção e a aritmética outra.

0»a aqui tem V. Ex.a, Sr. Presidente, .porque não quis ficar calado diante desta monstruosidade.

O Sr. Ministro da Agricultura, se é capaz de ser Ministro da Agricultura, do-via ter intervindo imediatamente.

Corria-lhe a obrigação de zelar os interesses agrícolas e não deixar passar este projecto.

Já o Sr. D. Tomás de Vilbena tocou este poato e posso dizer a V. Ex.a, porque sou ainda das pessoas, tendo dedicado a sua pequena actividade ao fabrico e melhoramento do vinho da sua região, que nunca fabriquei um vinho aguarden-tado.

Tendo-me ocupado unicamente de vinhos de pasto, cujo fabrico tenho procurado afinar na minha região e posso dizer sem sombra de vaidade, por ser a verdade, ter sempre foito propaganda para a melhoria desse fabrico na medida das .minhas forças.

Alguma cousa tenho, conseguido, e posso gabarrmede, quando trato da colocação do meu produto no mercado, e o comissário o oferece à venda com informações fornecidas por mini sobre a colheita e qualidades do ano, poder fechar a transacção só com a indicação da origem, sem mesmo serem vistas as amostras.

É alguma cousa.num país onde toda a gente trapaceia quanto pode, como se trapaceia neste projecto para tirar ao desgraçado consumidor mais do dobro da taxa fixada. A intenção para mim é manifesta: ó desfazer na nossa mentalidade; é ioiíiginar-uos por d mais obtusos para não vermos .as más consequências do projecto.

A situação hoje para o produtor, aflitiva ainda há um mês, não o será já tanto mas tornará a sê Io automaticamente porque o trabalhador sabe muito bem pedir salários em relação com o dinheiro que imagina ostar na mão do produtor e já o salário está a subir vertiginosamente? Ninguém sabo já hoje ^-tondo vendido há 8 dias, há 15 dias ou há um mês — se poderá ou não ter lucros na sua, exploração.

Não é menos a.íjitivá a situação do co-mórcio que para manter, a sua posição — posso garantir a veracidade do facto—• está a fazer já sacrifícios para não perder o contacto com os produtores, por assim dizer a trocar dinheiro por dinheiro, porque, sendo conhecedor do assunto, está também a ver que se caminha com gran-.de rapidez-para se uos fecharem os mercados externos.

Os homeas do comércio conhecem o assunto e não acreditam nos benefícios para a nossa economia do celebrado acordo ou acordicho com a Franga!

Tive ocasião de dizer aqui aos Srs. Ministros da, Agricultura e dos Estrangeiros, quando se fez um grande barulho à roda da falta de tratado com a França, que esta nunca podia ser o vazadoiro dos nossas vinhos porque sabe agricultar, sabe explorar e sabe fazer vinhos que chegam e sobram para todusi as suas necessidades de consumo, stoi:k e exportações.

Não podemos coutar com essa saída para os nossos produtos na sua grande generalidade.

O comércio vendo isso muito bem, está fazendo sacrifícios importantes para manter a sua èxportnção esquecendo se dos seus lucros procurando penetrar em outros meroidos.

Os mercados para vinhos alcoólicos que parecem ser beneficiados ou auxiliados, como preocupação única, por este projecto, não são .os de mais provável futuro.

Com grande competência e conhecimento ,de causa, o grande espíriio, o grande patriota; que foi António Augusto de Aguiar sustentou sempre do vê r ser o país um grande produtor de vinhos de pasto e nestes estaria o seu grande futuro vinícola.

Quanto a mim teve razão; essa orientação tenho seguido.

A roconto guerra fez, provisoriamente alargar o consumo dos licorosos enriquecendo muita g(inte, iludindo muita outra.

Já se deu a reacção iniciada na América com a chamada «lei-Seca» já com irradiações nos países do norte da Europa.