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Diário 'das Seisõet do Senado

Em 1917 foi comprado um palácio na Junqueira, destinado a Hospital Colonial; começaram as obras, mas até hoje não se conseguiu tirar da Cordoaria o Hospital Colonial.

Creio que com boa vontade poderiam, sair as pessoas que ocupam aquela parte do edifício, que poderá então servir para alojamento de reformados da armada, que não podem procurar habitação em Lisboa, por falta de recursos.

Julgo que se poeria arranjar lugar, ou na Cordoaria ou no Bom Sucesso, por exemplo, para instalar a repartição de reformados, aproveitando-se a casa onde actualmente ela se encontra apenas para os reformados, nos dias de vencimento, receberem as guias.

O Sr. Ministro da Marinha (Pereira da Silva): — Devo dizer ao Sr. Carlos Costa que já dei ordem ao Sr. director das construções civis para fazer uma nova instalação para a secretaria da secção de reformados da armada e para alojamento dos mesmos reformados, na Cordoaria Nacional.

O Sr. Carlos Costa (para explicações):— Agradeço ao Sr. Ministro da Marinha as explicações que acaba de dar, e folgo de ver que já tinha pensado no assunto.

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O Sr. D. Tomás de Vilhena:—Von-rne ocupar de um assunto que tem certa importância.

Não me parece que traga vantagens nem para justiça, nem para a ordem pública nem para a moral social, a cedência de edifícios do Estado para neles funcionarem assembleas, e cuja discussão nada pode resultar de útil para o país nem para a moral social, antes pelo contrário parece . . . que se transformam em focos de maior irritação, tornando cada vez mais difícil a administração do Estado.

Refiro-me à cedência que foi feita do Teatro Nacional, que foi instituído para aí se representarem boas peças, -e dar desenvolvimento a uma arte, incontestavelmente das mais nobres e que pode ter uma bela influência nós espíritos, e que eu vejo agora convertido em palco onde se vão exibir um certo número de dou-

trinas que não me parece que possam trazer benefício para ninguém.

Refiro-me à concessão que foi feita para ali se realizar um comício, onde a sociedade actual foi rudemente atacada pelos amigos do Sr. José Domingues dos Santos.

Nem sequer foi poupada a guarda republicana.

Não vejo grande vantagem em que se continuem a ceder os edifícios do Estado para estes espectáculos. Quem quere produzir essas doutrinas, desde o momento qae o Estado não faz o que devia, alugue um teatro, vá para uma praça de touros, mas não para um edifício do Estado.

O Sr. Ribeiro de Melo (interrompendo}:— £\T. Ex.a não sabe que os partidos da República são pobres?

O Orador:—Eu não sei se são pobres se ricos; mas quem é pobre e não pode com folias não as faz.

Eu faço um grande serviço à República protestando contra estes factos, porque, incontestavelmente, o que se está procurando fazer é cada vez mais irritar os variados elementos da sociedade portuguesa uns contra os outros.

Nesse comício deram-se grandes vivas à Batalha, jornal .de doutrina perniciosíssimas, que não traz contribuição nenhuma para o bem-estar da sociedade portuguesa.

Deram-se vivas à Confederação Geral do Trabalho.

Nós precisamos pôr as cousas claramente.

A classe operária ó daquelas que estão mais & coberto das desventuras e desequilíbrios que se dão na nossa vida económica.

E são aqueles que não têm apoio em classe alguma da sociedade que a procuram Lisonjear, atiçando-lhe paixões, que não trazem vantagem nenhuma para nin-. guém.

Não há ninguém que tenha mais interesse pelos que trabalham do qpe eu, e que mais se revolte contra os exploradores.