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Diário das Sessões do Senado

trangeiros, e não há possibilidade de arranjar esse auxílio sem esse prestígio.

(i Como é que V. Ex.as querem arranjar um empréstimo de 200:000 contos, depois do que aconteceu com as deduções dos juros da divida externa 3 do empréstimo rácico; como querem V. Ex.as realizar uma operação desta natureza depois disto?

Estou convencido que os encargos que vamos tomar coni este empréstimo hão--de ser tremendos.

Ora, Sr. Presidente, se temos o cbvcr moral de acudir às províncias ultramarinas, se lhes devemos dar assistência financeira, não nos devemos esquecer nunca que elas estão sob o nosso domínio.

Se devemos auxiliar todas as iniciativas, das quais possa depender o futuro da colónia, se vamos num País de tani fracas iniciativas, em que Com dificuldade se aplicam os capitais para o desenvolvimento das nossas colónias, se assim é, não devemos do forma alguma manter uma situação que podo criar dificuldades grandes, de futuro, que ó Angola continuar a permitir-se o luxo do contrair empréstimos extraordinários, que eu não sei qual a cifra a que já chegam, c nilo sei se tiveram a aplicação que a lei n.° 1:131 impõe que se lhe dê.

Angola está numa situação moral tristíssima, sem Alto Comissário, com precedentes de administração anteriores horríveis ; pelo menos estamos no direito do nos manter numa suspeita muito triste a respeito dessa administração.

Sr. Presidente : quando vemos a inércia do Poder Central acerca da acusação que pesou sobro o Sr. Norton do Matos, sem procurar dar conta ao País d-3 que ali se passou, sem de qualquer modo procurar dar ao Sr. Norton de Matos uma satisfação se, porventura, são insinuações que se fazem, ^qual será o caminho que tudo isto levará?

Sr. Presidente: podemos continuar a a prestar socorro sobre socorro, sem que se modifique a vida administrativa da nc-trópole em relação às colónias, sem que, efectivamente, a metrópole trate do fiscalizar os governos das províncias ultramarinas.

Sr. Presidente : habituámo nos sempre a ir atrás do que se faz lá fora; somos um país de imitadores; não temos quali-

dades inventivas, mas temo-las de imitação e adaptação. E, deste modo, entendemos que temos as mesmas condições morais e materiais que têm os outros países, o bom senso que é peculiar ao inglês, e por isso vamos dar às nossas colónias uma absoluta autonomia administrativa.

O argumento do há pouco repito-o agora: as colónias têm direito à sua autonomia administrativa sempre que mostrem., pelos seus elementos de ordem e direcção, que a merecem, e sempre que a si.a. superfície esteja coberta por uma população correspondente ou de tal modo orientada, que represente um escol na direcção desse povo em início.

É claro que, para uma província como Angola, não era de admirar que essa autonomia se exercesse ; mas então que houvesse da parte dos funcionários que para lá vão, Altos Comissários ou governadores, prudência e boa tâtica.

Mas, Sr. Presidente, há sobretudo o perigo do estrangeiro. E nós vemos a cada passo avtigos vexatórios para o nosso brio, na imprensa italiana, na inglesa, etc.

Cito o que disse, por exemplo^ o Mor-iring Post a respeito

Espero que o Sr. Ministro das Colónias possa da? hoje à Câmara os poucos elementos de informação que ontem na Secção lae pedi.

Não é segredo para ninguém que o Ministério' das Co]ómas está em branco, como consta do respectivo relatório da comissão da Câmara dos Deputados.

Arvorou se em Angola uma ditadura e o Poder Central mantém-se calado perante ela e não há maneira de obter os necessários elementos. <íMas que='que' de='de' no='no' seus='seus' dos='dos' ex.a='ex.a' imediatas='imediatas' do='do' angola='angola' situação='situação' déficit='déficit' encontrar='encontrar' financeira='financeira' ministério='ministério' das='das' s.='s.' respeito='respeito' encargos='encargos' a='a' suas='suas' seu='seu' p='p' etc.='etc.' quantitativos='quantitativos' receitas='receitas' da='da' podo='podo'>

Espero que o Sr. Ministro das Colónias algumas explicações a esse respeito possa dar.