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Diário das Sessões do Senado

menje fora dele. Trata-se duma questão de princípios dentro dum regime ao qual eu sou absolutamente adverso.

Para mim, ser democrático, nacionalista, presidencialista, esquerdista ou republicano conservador é tudo República e eu sou adverso a todas as várias formas que possam dar à República.

Lamento, Sr. Presidente, que no meu país se dêem casos que tornem possível a luta entre irmãos.

Sr. Presidente: vendo isto com esta serenidade de simples espectador que sou dos acontecimentos, não posso deixar de reconhecer que incontestavelmente deve haver casos constitucionais que permitam que na duração relativamente breve dum regime se vão dando tantas e tantas lutas entre portugueses.

Sr. Presidente: tendo a República sido implantada neste país sem a menor dificuldade, mercê de circunstâncias as ma;s variadas., estou convencido de que se ela tivesse sido sinceramente liberal, se se tivesse aberto a todos os portugueses, senão tivesse bólido com muitas convicções, se tivesse uma administração escrupulosa e se se inspirasse nos mais altos sentimentos patrióticos, escolhendo para a governação piiblica os homens mais competentes, nós não teríamos no país este estado constante e permanente de revolta.

Metam V. Ex.as todos a mão na consciência sinceramente, tam sinceramente como eu lhes estou falando, e digam-me se, porventura, o regime tivesse seguido este caminho, não teria havido mais so-sêgo e tranquilidade neste país.

Uma das causas que tom permitido este sucesso interminável de revoltas...

O Sr. Pereira Osório (interrompendo]:— E a nossa benevolência!

O Orador (continuando): — Não é nada disso. E que muitos e muitos que são convidados e dão a sua adesão, à última hors,, faltam à palavra dada.

Se não houvesse essas adesões, incontestavelmente que homens de carácter que têm a experiência das cousas não se afoitariam a aventuras.

Benevolência, dizem V. Ex.as Mas Y. Ex.as têm um elixir esplêndido para combater tudo isso.

Governem bem, e quando governarem

bem, eu, que sou adversário intransigente da República, enrolarei a minha bandeira e aplaudi-los hei. O orador não reviu.

O Sr. Dias de Andrade:—Pedi a palavra para me associar aos votos de saudação ao exército, assim como me associo enternecidamente ao voto de sentimento pelas vítimas dos últimos e lamentaieis acontecimentos.

Faço os Totós mais sinceros para que estes lamentáveis acontecimentos sirvam realmente de lição para o futuro, e para que todos nós, compenetrados do nosso dever para com todos os poderes do Estado, trabalhemos dentro das nossas posses de maneira a elevar bem alto o nosso País.

O orador não reviu,

O Sr. Vicente Ramos:— Sr. Presidente : é para me associar às considerações feitas pelo ilustra Senador Sr. Catanho de Meneses e aos seus votos do congratulação e de sentimento.

Igualmente me associo aos dois votos propostos pelo Sr. Ribeiro de Melo, de saiidação ao Sr. Presidente do Ministério e ao genoral comandante da l.a divisão.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Joaquim Crisóstomo :— Sr. Presidente : preferia usar da palavra depois de o Governo ter feito um relato ao Senado, tanto quanto possível pormenorizado, sobre os acontecimentos ocorridos em Lisboa no último sábado e domingo.

Aberta a discussão pelo Sr. Catanho de Meneses, não me quero furtar a emitir o meu parecer sobre o assunto.

Pelas notícias chegadas ao meu conhecimento através dos jornais, radioou-se-me a opinião de que o Governo havia procedido com inteligência, com critério e com ponderação.

Há quem o acuse de não ter procedido com a energia que o caso reclamava atacando de pronto, imediatamente, os revoltosos, de forma a fazê-los render.