O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 21 de Abril de 1926

10

Os factos recentes parecem provar, mais uma vez, andar a lealdade escurecida nas consciências, estarem a correcção, o respeito pela palavra dada, os compromissos envolvendo a.própria dignidade, o respeito por nós mesmos, grandemente obliterados em classes som a menor desculpa de esquecerem ou deixarem obliterar-se por essas noções, por não serem ignorantes, por serem cultas!

Apelo individualmente para a consciência de todos, para a do Sr. Presidente, para a dos meus colegas, para a do meu País, preguntando-lhe se pode alguém estai* convencido de não estarem os homens que se arriscaram a esta partida apoiados pela quási totalidade dos seus colegas, tendo com eles tomado compromissos solenes?

j É evidente como a luz do sol!

Não trato do nomes, não os conheço;

. nem vai daqui agravo, nem doesto para

ninguém, seja quem for, mas lamento

como português, como patriota, o facto

triste e de tristes consequências.

Ocorre-me agora levantar uma frase do Sr. Catanho de Meneses pondo no seu elogio apaixonado o exército acima de tudo, mas esquecendo-se da doutrina, mais de uma vez aqui afirmada por mim neste lugar, de: dever o exército estar fora e acima de toda a política, j Agora j á lhe serve; até aqui não lhe servia!

Este movimento foi militar.

Não foi político, o que importa n3o esquecer.

Afirmou aqui, mas sem nos dar as provas, o Sr. Ribeiro de Melo, o acredito na sinceridade com que o fez, que um dos chefes do movimento era republicano de sempre e que o outro era monárquico! Onde está a prova?

i Não sei se o Sr. Raul Estoves é monárquico ou republicano, não sei se o Sr. Filomeno da Câmara é republicano ou monárquico!

Sei apenas que qualquer deles e ambos são homens de palavra, de coragem, de carácter, que fizeram o que tinham dito que fariam —se é que o tinham dito— e fizeram-no imaginando-se apoiados pela grandíssima maioria, senão pela totalidade dos seus camaradas» $. E patente, é manifesto, é evidente para $nim, que esses homens postados no sopé d% Penitenciária mostraram, claramente,

nitidamente, o seu firme desejo de que não corresse a menor pinga de sangue.

E necessário prestar-lhe essa justiça. E por isso que, abstraindo da minha qualidade do monárquico, levanto a voz para poderem vir a sabor que alguém aqui fez justiça ao seu valor, à sua lealdade, ao seu carácter, ao sou patriotismo, referindo-se a eles com todo o carinho, com todo o respeito merecido, com a maior admiração, afirmando com a mesma liberdade com que manifestou o seu modo de ver ao referir-se ao Governo e ao Chefe do Estado.

É considerada aprovada pelo Sr. Presidente a proposta do Sr. Catanho de Meneses, com o aditamento proposto pelo Sr. Ribeiro de Melo.

ORDEM DO DIA

O Sr. Presidente (às 16 horas e 25 minutos) : —Vai entrar em discussão o projecto de'lei n.° 846.

É a seguinte:

Artigo 1.° S3o desanexadas das freguesias dó Arcossó e Santo Estêvão, do concelho de Chaves, as povoações, respectivamente, do Vidago o Faiães que, sob as-stias designações, passarão ambas a cons-tuir freguesias. ^

Art. 2.° E elevada à categoria de vila a povoação de Vidago, por esta lei constituída em freguesia.

Art. 3.° Fica revogada a legislação em contrário.

Lisboa, 10 de Março de 1925.—José Joaquim Fernandes Pontes.

Posta à discussão na generalidade) foi aprovada.

foram sucessivamente lidos e aprovados -os artigos 1.°, 2.° e 3.°

O Sr. Pereira Gil:—Uso da palavra para pedir a V. Ex.a que consulte a Câmara sobre se dispensa a última redacção.

Foi aprovado o requerimento.

O Sr. Presidente: —Vai entrar em discussão o projecto de lei n.° 867.