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Diário das Sessões ao Senado-

claramente quo o País não snporte, ditaduras militares, nem Primos de Ri^era.

Foi mais urna lição.

Oxali que ela sirva para se entrar em vida nova.

É preciso fazer da República um regime verdadeiramente democrático, e a verdade ó que temos assistido, neste sentido, a verdadeiras ficções.

E preciso quo os lugares de confiança do regime sejam entregues a pessoas ro-conh rcidameute republicanas.

É preciso acabar com esta situação miserável de os republicanos serem considerados quási como pessoas toleradas em algumas repartições do Estado.

Já ouvi í-lizor aqui nesta Câmara, a uru Ministro da Guerra, que não se preocupava com o credo político dos oâsiais, e apenas se importava siber se cumpriam ou não com o seu dever.

Este critério é perigoso.

Há oficiais que dizem não ter política alguma.

Tenho receio sempre das pessoas incolores.

São quási sempro monárquicas.

O Estado republicano clove ser servido pelos republicanos.

Infelizmente, creio quo o que só passou nos dias 18 o 19 não servirá ainda do emenda.

Vou mostrar ao Sr. Presidente do Ministério e à Câmara um lacto que aconteceu comigo.

Há. poucos meses, fui aqui procurado por dois oficiais do regimento de sapadores dtí caminhos de ferro, retintamente republicanos, que, sabendo o que se planeava nesse batalhão, e apesar do me não conhecerem, resolveram dirigir-se à minha humilde pessoa, para mo darem conhecimento do que se estava passando, e qun tanto os inquietava.

Nessa ocasião não tive tempo suficiente para os atender devidamente, alérn de que eu queria que mais alguém ouvisse as declarações desses oficiais e, por isso, pedi-lhos para se encontrarem comigo no Rossio.

Do facto, esses oficiais encontraram-se comigo e com outro meu amigo, e demos umas voltas no Rossio, indo depois até a Avenida, mas, como provavelmente éramos vigiados pela polícia secreta,, poucos dias depois esses oficiais eram transferi-

dos de Lisboa, única c simplesmente por terem sido vistos a conversar comigo.

Um desses oficiais, que se encontrava, em Lisjoa por ocasiS.o da revolta e que-prestou bons serviços em defesa do regime, pretendeu regressar a Lisboa de novo, para o que se dirigiu ao Ministério da Guerra.

Aí, foram verificar a razão por que esse oficial havia sido transferido e, como vissem que o motivo fora por ter andado-de braço dado comigo a conversar, stib-sisUu ã ra/ão para ele não regressar a Lisboa, e deram-lhe dez dias de demora, atendendo aos bons serviços prestados.

N ao ó verdade que esse oficial andasse de braço dado comigo, mas sim simplesmente í:o meu lado.

Jt!; assim que se mandam para a pro-víncicj oficiais reconhecidamente republicanos, o í-o colocam em Lisboa os incolores, os tais homens da ordem, que têm um pavor extraordinário pelas esquerdas da República, mas que são aqueles que fizeram a revolução de há dias, que foi uma das piores que tem havido em Portugal.

(q) u ar do anteontem falei sobro esto assunto, tive ocasião de manifestar o meu desgosto pela forma como a marinha — êsso graudn esteio da República— só encontrou perante a revolução.

Não estava então presente nenhum membro do (íovérno, mas, como agora se encontra nesta Câmara o Sr. Presidente do Yini-Trrio, não quero deixar de novamente manifestar o meu desgosto por-êsso facto.,

A marinha encontrou-se com os SPUS navios — os poucos quo estavam no-Tejo— quási completamente desarmados.

.Para só municiar devidamente uma pequena torça de cento e tantos homens, só só conseguiu fazê-lo próximo da moía noite, o somente só 'pôde obter a concentração no Arsenal de Marinha da miséria de-cento e tantas praças.

& preciso que acabemos com isto.

E prociso que todos nós, republicanos,, passemos a ter a confiança devida uns nos outros, e que se não continue a proceder da maneira como ato agora se tem, procedido.