O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 23, 24 e 25 de Abril de 1925

19

nhã com a intenção de preguntar ao Sr. Ministro dos Estrangeiros com que direito tinha permitido ao Sr. António Fonseca o sea regresso a Paris.

Mas com cuidado, com a própria letra do nosso Ministro em Paris, republicano de sempre e um dos mais esclarecidos espíritos da geração -de 1910, S. Ex.a declarou que isto é falso.

E esta a razão por que não tenho o prazer oii o desprazer de interrogar o Sr. Ministro dos Estrangeiros.

O Sr. António da Fonseca que .só teve conhecimento desta notícia às 8 horas da noite, quando já tinha os bilhetes visados para ir para Paris, porque não ficava para vir ao Parlamento desmentir esta notícia, autorizou-me para dizer que o Sr. Filomeno da Câmara faltou à verdade. Leu.

Compreende-se bem que, sendo o parlamentar que mais tem atacado o Chefe do Estado, não estava nas condições de se apresentar a S. Ex.a Continua lendo.

Acredito, Sr. Presidente, e a minha intenção é apenas falar pela boca do ilustre parlamentar Sr. António da Fonseca, que, como já disse, me entregou a sua defesa, indo tranquilamente ocupar o seu posto. Lc.u.

Há duas cousas, Sr. Presidente, pelas quais sempre tenho combatido : ó que os lugares do Presidente do Governo e de Chefe da Nação têm de sor ocupados por criaturas estruturalmente republicanas (Apoiados], republicanas de sempre.

Foi por isso que eu combati determinadas pessoas muito graduadas no Partido Democrático pelo facto de estarem ocupando indevidamente o lugar de Presidente do Ministério.

E talvez que agora alguém pensasse que eu viria atacar o Governo, mas enganaram-se, porque as minhas palavras foram de extrema cordialidade, foram de confiança política ao Chefe do Gabinete, confiança que não é cega, mas é sentida, e que o acompanhará emquanto S. Ex.a souber proceder como até aqui.

Para não tomar mais tempo à Câmara eu vou terminar dentro em breve.

E, Sr. Presidente, se porventura me apresentei a falar em primeiro lugar, foi porque certos apartes ferem-me muito e

chegam a pôr-me em situações de destaque que eu não pretendia.

Eu falsi, porque os apartes ferem e «quem se não sente não é filho de boa gente».

Congratula-se o Governo e eu congratulo-me também com a guarnição de Lisboa, que se portou corajosamente e que acompanhou o Governo na sua nobre atitude.

Já duma vez apreciei a alta figura do Sr. Presidente da República. Penitenciei--me por ter verificado que S. Ex.a foi o primeiro dos primeiros.

Tomem-se, Sr. Presidente, as palavras que vou pronunciar como melhor se entenda.

Pausa.

O movimento que se deu foi a primeira vitória republicana do exército republicano em Lisboa.

Eu espero que o Sr. Presidente do Ministério, Vitorino Guimarães—que «tem a faca e o queijo na mão», não da Legião Vermelha nem 'de radicalismos qne têm em menos conta o respeito pelos adversários— terá o tempo suficiente para completar a sua obra, para satisfação de S. Ex.a e do todos aqueles que fazem obra santa de democracia o de República. Não consinta S. Ex.a que se durma à sombra dos louros dessa vitória alcançada. Sabc-so bem qual foi a hora gloriosa de Monsanto e, todavia, esqueceram-se os que nela se bateram e os que morreram em defesa do, seu ideal. Confio em que os membros do Governo que acompanham o Sr. Vitorino Guimarães reconhçam a obra que se pretende levar a cabo e que na gerência das ^suas pastas obedeçam não, só ao coração, mas sobretudo à justiça, e que nas horas difíceis eles sejam capazes de dar mais uma prova de decisão e energia, e até o seu sangue, pela glória desta Pátria!

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Catanho de Meneses: — Sr. Presidente : pedi a palavra para enviar para a Mesa a seguinte moção :