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Diário dag Sessões do Senado

drogada de 18 do corrente, na qual interveio uma pequena fracção do exército; e considerando que a rápida sufocação de tara criminosa revolta se deve : à no-bro e patriótica atitude do Chefe do Estado, às providências enérgicas e acertadas do Governo, à. disciplina, lealdade e patriotismo da força pública — exército de terra e mar, guarda nacional republicana, guarda fiscal e polícia cívica ; considerando que, para o brilhante êxito das operações, que em tam curto espaço de tempo dominaram os revoltosos, muilo e poderosamente coo correram a perícia, do-dicaçSo e assinaladas qualidades dos dirigentes do comando da l.a divisão militar e seus valiosos auxiliares ; considerando que, om tam grave conjura, a população civil desta cidade, tam generosa e prcífica, só manifestou ein grande parte do modo a criar um ambiente propício à vitória das tropas fiéis aos poderes legitimamente constituídos; considerando que, em consequência desse movimento do rebelião, há que lastimar mortos e feridos, uns por intervirem na luta e outros que a esta foram estranhos, sendo todos dignos do nosso profundo pesar : saúda e presta calorosa homenagem a S. Ex.a o Sr. Presidente da República, ao Govêr-' no, à força pública, ao Sr. general Adriano de Sá e aos seus auxiliares, ao povo de Lisboa, e, exprimindo o seu grande sentimento pelos mortos da revolta, --passa à ordem do dia. — J. Cata-de Meneses.

Sr. Presidente : na penúltima sessão, não podendo o Governo apresentar- se nesta casa do Parlamento por estar ocupado em assuntos que não ^podia então deixar, entendi, e entendeu este lado da Câmara, que não devíamos perder o ensejo de apresentar saudações àquelas entidades que tinham concorrido para que a revolta fosse completamente dominada.

líão evita isto, todavia, que, vindo agora o Governo a esta casa do Parlamento, algumas considerações se façam por parte deste lado da Câmara, apreciando o relato feito pelo Sr. Presidente do Ministério.

Então, como hoje, posso afirmar que este lado da Câmara reprova absolutamente a revolta militar, não achando motivos que a possam justificar.

Compreendo que quando a Constituição é violada, quando se quere fazer vingar uma aspiração nacional, se lance mão desse meio extremo; mas, nas condições actuais, de maneira alguma se pode admitir, nem pode ser considerada doutro modo senão como uma rebelião que merece o castigo que as nossas leis determinam para semelhantes casos.

Ainda bem que esta rebelião acabou com a lenda de que a República era uma instituição falida o que bastava um pequeno movimento militar, meia dúzia de soldados a dispararem armas para que o regime baqueasse. Não foi assim. O povo de Portugal ó essencial e estruturalmente republicano, porque ó neste regime que encontra realização às suas aspirações democráticas,.

Disso o Sr. Oriol Pena que- todas as suas palavras de carinho o dedicação eram para os vencidos. Só acaso, em lugar do íarrrpo branco que se arvorou no acampamento dos rebeldes como sinal de rendição, continuasse a tremular a bandeira verde-rubra, estou convencido de que essa bandeira, dentro em pouco, seria substituída por aquela que no Porto, durante a efémera monarquia quo ali se estabeleceu, tremulou, cobrindo os bárbaros suplícios infligidos aos republicanos sem dó o sem humanidade, dando o exemplo do que pôde valer esse regime caduco que entre nós está inteira e comptetamente banido.

Apoiados.

Há uma figura primacial que nós não podemos, nem devemos esquecer./ É a figura do Sr. Presidente da República, que, consubstanciando a alma portuguesa, se comportou do modo a imprimir ao Governo mais ainda, se fosse possível, a fenos destinos da República. Aquela resposta de S. Ex.a, aqui citada pelo Sr. Presidente do Ministério, ó digna do figurar nos auais da nossa história da República.

S. Ex.a respondeu, como bom Chefe de Estado, que tinha sido o Poder Legislativo, o Poder supremo da nação, que o havia elevado àquele cargo, que havia jurado fidelidade à Constituição, dentro dela havia de viver e dentro dela morreria se fosse preciso.