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Sessão de 23, 24 e 25 de Abril de 1P25

Disse S. Ex.a muito bem que o Estado não pode remediar a tudo,

E, até aproveito a ocasião para fazer salientar a incoerência que na verdade existe, de haver no momento actual uma luta, uma campar ha que não posso classificar nem de nobre nem do leal, das forças chamadas económicas contra o Es-.tado; mas, contudo, quando se vêem< em dificuldades tratam de acorrer a esse mesmo Estado que eles procuram, enxovalhar, a

Mas, Sr. Presidente, efectivamente1 a situação da cidade de Setúbal é má, como má, deve reconhecer .S. Ex.a, é a-situação que atravessam as mesmas indústrias nas outras terras do País.

No Algarve, por exemplo, a situação não é muito mais agradável.

O Estado vê-se em dificuldades para ocorrer a essa situação, mas contudo, há-de procurar por iodos os meios que tem ao seu alcance remediá Ia, e a única cousa que pode fazer é empregar esses operários que não têm trabalho.

Já o Sr. Ministro do Comércio mandou abrir umas determinadas obras para aí empregar um certo número desses operários e devo dizer a V. Ex.a que, se não fossem os acontecimentos que se deram e que daqui a pouco relatarei ao Senado, já outras providências teriam sido tomadas.

Propriamente ao que S. Ex.a se referiu, das dificuldades de desconto no Hanco de Portugal e Caixa Geral de Depósitos, isso não é de estranhar.

Efectivamente o papel, quer de uma quer de outra instituição não é propriamente o desconto directo, embora o Banco de Portugal o faça e-em grande monta. A sua função, sabe-o V, Ex.a, é a de re-descontos.

Embora essas instituições façam descontos, elas têm outra directiva na situa,-ção económica do País e isso é de explicar por causa da concorrência que faziam à indústria bancária; portanto, têm de pôr na concessão de descontos mais dificuldades que os outros bancos.

Segundo as informações que tenho, a maior parte desses negociantes quo encontravam dificuldades em arranjar des° contos,- começaram a fazê-los nos diversos bancos.

Quando tive conhecimento das reclama-

ções das colectividades de Setúbal e mesmo do Algarve, eu comuniquei o íacto à Caixa Geral de Depósitos para que estudasse o assunto com todo o cuidado para ver até onde era possível prestar auxílio.

Isto deve ter-se passado há uns oito dias e neste momento nada de mais definitivo posso informar, pois como V. Ex.a8 muito bem devem compreender, tenho tido nestes últimos dias a atenção desviada para outros assuntos que não são propriamente da pasta das Finanças.

Quanto às outras considerações feitas pelo Sr. Oriol Pena, eu quero juntar em nome do Governo tambrrn o meu indignado protesto contra essa notícia que ontem foi afixada, e que, como tantas outras, estão aparecendo nos periódicos, falseando' absolutamente a verdade e espalhando1 as cousas mais inverosímeis.

V. Ex.as que lêem os jornais têm visto que o cuidado do Governo tom sido quási apenas o de desmentir e negar notícias que aparecem em todos os jornais.

A propósito de um caso ontem discutido na Câmara dos Deputados, um jornal do Partido em que tenho a honra de estar filiado, publicou uma notícia com-pletamente falsa e que podia efectivamente causar descontentamentos.

Parece que na verdade apesar de andarem constantomente a apregoar ordem, -há indivíduos que só da desordem vivem e que se servem de todos os meios para espalharem as cousas mais incongruentes e falsas, sem se preocuparem sequer com as consequências que elas podem ter.

Efectivamente o caso a que se referiu o Sr. Oriol Pena, e referente ao Sr. Sinel de Cordes, deve merecer o protesto de todos, porque além de tendencioso e falso, elo é caracterizado por uma desumanidade de tal ordem que repugna a todas as pessoas de bem e que têm o respeito pela família e pelos sentimentos de humanidade.

Tenho dito.

— Muito bem. O orador não reviu,