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Diário das Sessões do Senador

Fiquei com a certeza de que S. Ex.a, dedicando a soa atenção aos factos graves referidos e se estão passando na linda cidade de Setúbal, procurará, iia medida do possível, facilitar o exercício da indústria o atenuar a falta de trabalho.

S. E3~.a não ouvia talvez bem o corno-ço da minha fala. Fui o primeiro a reconhecer haver ca crise factores nos quais o Governo não podia influir, o esses, sobretudo provOrn da emigração dos bancos da sardinha e outros peixes que parecem mostrar tendências para abandonar a nossa cos,a na(,iií!e ponto.

Por melhor vontade que tenha o Governo, a não ser que possua, como Santo António, a virtude de falar aos peixinhos, chamando-os para a costa, ou tenha para com corn esíes a mesma virtude, tantas vezes inosíraca, de ser ouvido e obedecido quando aconsolha a maioria (lii^os), nada me pareço possa resolver este ponto.

Com relação ao protesto que S. Ex.'"1 juntou as minhas palavras, sou o primeiro a reconhecer qno ao próprio Governo terá desagradado o facto que expus, o gostosamente agradeço ao Sr. Presidente do Ministério to Io afirmado tam nítida, completa e cabalmente.

Tenho dito.

O Sr. Alfredo Portugal:— Sr. Presidente: que as minhas primeiras palavras proferidas nesta Câmara depois do afastamento voluntário dos parlamentares do Partido Xacionalista, em Março, sejam para V. Ex.a o para os meus ilustres' colegas de cumprimento e de saudação.

Depois disto permita-me V. Ex.a que apresente à Câmara uma proposta para qne se consigno na acta uni voto de sentimento pula morto do Dr. Couceiro da Costa, quo os jornais do hoje noticiam.

Sabe V. Ex.a e sabe o Senado que o Dr. Couceiro da Costa desempenhava, com a rnaior proficiôncia o patriotismo, o lugar de Ministro do Portugal em Viena de Áustria, o foi desde os tempos de cs-tudunte um liberal convicto.

Desempenhou S. Ex.a cargos importantes na República, e, de entre ôies, o lugar do governador da índia e de ju'z da Kelaç.£o do Coimbra, e ^Ministro da Justiça, o r. qualquer dolos soube dar o maior brilho.

Apresento, pois, muito sentidamente, esto voto do condolência, não só em mou nome individual, mas ainda em nome dos parlamentares do Partido Nacionalista, como fui devidamente autorizado pelo seu leader.

O Sr. Gatanho de Meneses:—Pedi a palavra para, em nome deste lado da Câ-inava, me associar comovidamente ao voto proposto pelo Sr. Alfredo Portugal por virtude do falecimento do Sr. Couceiro da Costa.

O Sr. Couceiro da Costa, na sua vida política, teve três estádios: o estádio do magistrado, o estádio do governador da índia o o estádio de diplomata.

Em qualquer destas situações S. Ex.a mostrou as suas qualidades de espírito culto e altíssimo.

Como magistrado, posso assegurar à Câmara que ninguém mais douto, mais imparcial o jrais recto rio cumprimento do seu dever. Ele não tinha diante de si senão o direito quo a cada um pertencia, e os seus olhos, como os olhos da justiça, fechavam-se completamente a qualquer sugestão.

Como governador da índia, todos sabem o papel importante que S. Ex.I>l ali desempenhou.

Aquela província estava constantomen-to sendo r.lvo de ataques do gentios, cousa que durava há muito tempo; o Sr. Couceiro da Costa, com o seu tato o a sua energia, fez com que essa revolta acabasse por completo.

Depois disso o Sr. Couceiro da Costa foi assumir o cargo de nosso representante em Madrid, cujo desempenho mereceu o elogio do Parlamento o do País, e mais tarde seguiu, como nosso representante para'Viena do Áustria. Foi com sacrifício, podo dizer-se mesmo que foi uma letra t, prazo para a sua morte, porque a sua constituição débil, o seu esforço do trabalho quo despendia o o clima a quo estava sujeito fizeram com que não pu» defse resistir ao esforço quo o seu espírito e a sua vontade exigiam.

Sucumbiu no seu posto.

Foi um verdadeiro republicano, ura verdadeiro patriota, que bem merece o nosso respeito e saiidade.

Tenho dito.