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•Sessão de 23, 24 e 25 de Abril de 192o

:tra uma grandiosidade e sublimidade que o tornam credor da mais alta estima e •consideração.

Muitos apoiados.

Se alguma glória, se alguma vaidade quere ter o Governo om ter dominado esse movimento, ela vem em grande parte da acção que pôde exercer sobre o povo de Lisboa, dada a sua fé republicana, a sua fmsia de liberdade.

O nervosismo que nessa população houve porque se julgava indefesa, mostra-se no seguinte facto:

Quando eu afirmei aos dirigentes do povo que tivessem calma, serenidade, que acreditassem em mini e no Governo, nas tropas, na guarda republicana e fiscal o na polícia, eles só descansaram quando eu âhes dei a minha palavra de honra de que ia agi11.

Saíram o foram para as ruas dar o seu entusiasmo às forças que marchavam, e estiveram durante tantas horas de perigo, de angústia e incerteza com uma serenidade, «orno se combatentes fossem, completa-mento desarmados, sem se registar um .assalto, uma violência!

Muitos apoiados.

Sr. Presidente: como decorreram as operações e qual foi a conduta do comando o das- tropas, sabem-no todos'e sem discordância, não se cansam de o repetir, •e podemos dizer neste momento com todo •o entusiasmo que saudamos o exército, a marinha, a guarda republicana e a fiscal, •e a polícia', todos os elementos da ordem que tiveram a compreensão nítida dos seus deveres e viram bom as obrigações que lhe impunha a farda que envergavam.

Muitos apoiados.

Sr. Presidente: ó pena, efectivamente não podemos dispor de tempo, nem ainda estarem colhidos todos os elementos de informação para que se pudessem narrar os factos isolados, para vermos que até entre os próprios soldados houve muitos duma tal grandiosidade e desprezo pela vida, que são verdadeiramente heróicos e

A rendição foi, como V. Ex.as sabem, •sem condições, às 9 horas e 45 minutos, •do dia 19, quando se ia desenvolvendo, .depois da preparação da artilharia o ata-

que das forças do infantaria, ataque que ainda se chegou a iniciar, pôs têrrno à revolta.

É bom destacar que desde esse momento nem mais um tiro foi"disparado na cidade de Lisboa, que mesmo os vencidos tiveram a sua vida completamente assegurada, e.pena ó que na verdade, com a desculpa de factos anteriormente dados, alguns se fossem refugiar numa legação estrangeira, que não tivessem a confiança que os outros tiveram no Governo e nas instituições republicanas.

Não foram mais protegidos, nem ficaram mais garantidos do que todos aqueles que se entregaram de cabeça alta e peito descoberto, com toda a nobreza; e mais, pôdo-se fazer o transporte de todos os prisioneiros sem que eles fossem enxovalhados.

V. Ex.as sabem a ordem que reinava na cidade, onde trôs ou quatro horas depois os eléctricos circulavrm já pela cidade, e alguém que de fora viesse e não tivesse notícias dos acontecimentos que se tinham passado não poderia imaginar de maneira nenhuma que factos de tal gravidado acabavam de desenrolar-se na cidade.

Eu quero crer, posso afirmar com toda a convicção, que o Governo bem serviu a República.

Apoiados.

Sr. Presidente: um incidente lamentável tenho neste momento a comunicar à Câmara e que me inibe da cooperação na pasía da Guerra do general Sr. Vieira da Rocha.

Como V. Ex.as sabem, essa pasta está interinamente ocupada polo Sr. Ministro do Interior.

Visto -que especulação se está fazendo com esse caso, eu já tive ensejo de dizer à Câmara, e novamente repito, que não houve outra razão para a saída do Sr. Ministro da Guerra senão a divergência havida com vários colegas do Gabinete.

Efectivamente, quanto à entrada do Sr. Siiiel de Cordes no quartel general do Carmo, suponho que vários colegas do Gabinete não estavam de acordo com S. Ex.a e no Parlamento teria de aparecer uma divergência de vistas.