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Sessão de 23, 24 e 25 de Abril de 1925

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Os sapadores de caminho dê ferro ó que apareceram com o seu comandante à frente.

E perante os factos consumados, o Governo não tinha senão que começar a agir de maneira a poder sufocar imedia-mente o movimento.

Procurou, por meio de uma força de cavalaria, evitar que uma unidade chegasse ao seu destino, força que, estando em condições de inferioridade perante a outra, serviu, todavia, para fazer o devido reconhecimento e colher informações/

Assim, Sr. Presidente, foi comunicado às forças que se mantivessem nos seus quartéis até que o Governo ordenasse a acção que sé devia exercer.

O Governo foi depois pôr o Chefe do Estado ao corrente do que se passava e publicou-se o decreto suspendendo as garantias constitucionais.

É sempre bom prevenir.

E como o Governo estava disposto a empregar todos os meios ao seu alcance para fazer face ao que se passava, fez partir para a província emissários com credenciais, para que, se isso fosse necessário, marchassem forças para Lisboa.

Já que falo no assunto, neste momento, devo dizer a V. Ex.a que, além do agradecimento e da calorosa homenagem que temos de prestar às forças da guarnição de Lisboa, que heroicamente se bateram em defesa da República, no cumprimento do seu dever, essa mesma saudação tem de ir às forças da província, porque, em todas as terras onde foram enviados emissários, o estado de espírito que foi encontrado não podia ser melhor, e todas as forças se apressaram a partir para Lisboa cheias do maior entusiasmo e fó republicana.

Dessas íôrças, 'ainda chegaram a entrar em Lisboa e combater em defesa da Constituição 3 da República as do regimento de .infantaria n.° 11, aquartelado em Setúbal, cidade que, como V. Ex.a sabe, fica mais perto de Lisboa que as outras donde estavam para vir mais forças.

Todas as outras forças, como as de Portalegre, Santarém e Évora, chegaram a estar nos comboios prontas para partir, mas foi-lhes dada contra ordem, porque já não era necessária a sua presença.

. Serve isto para dizer, Sr. Presidente, que o Governo não descurou de maneira nenhuma as providências que devia tomar; que estava disposto a resistir tanto quanto possível, e que não cairia como de outras vezes se tem ' caído; havia de cair combatendo, porque os homens que ocupam este lugar sabem bem as respon-sabilidades que assumiram, o papel que têm a desempenhar e o que devem à Constituição e à República.

Apoiados.

Sr. Presidente: mais tarde, apareceu no quartel general do Carmo, onde se encontrava "o Governo, mas enviados das forças revoltosas, chamo-lhes propositadamente enviados, por que se anda já fazendo especulação com a forma como o Governo procedeu para com esses enviados, atribuindo-lhos falta de lealdade, como se, porventura, quem estava na Constituição, não devesse ser considerado como criminoso.

Nessa ocasião deu-se, na verdade, um equívoco muito lamentável que fez com que esses enviados dos revoltosos fossem levados à presença do Chefe do Estado sem ter falado primeiro com o Chefe do Governo; pois se tivessem falado primeiro com o Chefe do Governo, garanto a V. Ex.as que nunca teriam ido à presença do Chefe do Estado, nem ele passaria pelo desgosto enorme de se lhe ir impor a um homem cheio das suas virtudes, das suas qualidades, da sua grande alma republicana, que faltasse ao cumprimento daquele compromisso de honra que perante o Congresso da República tinha tomado.

Mas, Sr. Presidente, devido certamente a engano do oficial introdutor, a verdade é que esses enviados foram levados imediatamente para a sala onde estava o ilustre Chefe do Estado.