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Diário da» Sessões ao Senado

com que a vida ali seja menos agitada, seja menos perturbada.

A propósito, devo dizer a V. Kx.a, Sr. Presidente, que aiuda Lá pouco, nos mo-ses de Novembro e Dezembro do ano passado estive em Ponta Delgada a administrar justiça, aproveitando agora £ ocasião paia agradecer as referências amáveis do Sr. Medeiros Franco quanto à forma como exerci esse cargo. As palavras de S. Ex.a só as devo à sua extrema bondade, pois apenas ali cumpri o meu dever, o que não merecia referencieis tam elogiosas.

Br., Presidente: esse povo de Ponta Delgada pode considerar-se um povo verdadeiramente português. Ali há o re.sprito, a snbmissão, as ordens da autoridade são cumpridas com obediência e mio com o espírito de revolta que vemos em Lisboa.

O povo açoreano desde a implantação da República tem vivido sempre uuidu, sem conflito, havendo no meu distrito a destacar a acçãa da influência benéfica: que ali exerceu o Sr. José Machado de Serpa.

Ultimamente, porém, têm se ali dado as maiores violências, as maiores iniquida-des, dando a impressão de quo os Açores deixaram de ser uma terra chi izada para se transformarem numa terra ue pretos.

Parece que a influência dos Bela-lvims. Gavroche e outros tantos que para bem da tranquilidade pública foram manuacos deportar, tem uma sucursal no Faial.

Postas estas considerações, eu passo a fazer a iiistória dos factos.

Devido à minha intervenção, que me dispenso de historiar, além de um corte período consegui que fosse autorixada a Câmara da Horta a importar 100 toneladas de farinha.

Este ineu podido fi-lo ao Sr. Ezequiel de Campos, e, depois de uma insistência e persistência notáveis, consegui que S. Ex.a autorizasse essa irnportaçfio; Porcuo a pedi eu?

Por uma razão muito simples: porque na Horta não há o regimp da liberdulo em matéria cerealífera, esse rogimo, cuo eu sempre apregoei e defendi da liberdade de importação de farinhas e de tr°go para o barateamento do género e o uso de medidas excepcionais para a proteção à lavoura nacional.

Pois ali, ao contrário do que sucede nas ilhas da Madeira o da Terceira, criou-se um regime especial pai a o Faial, criou-o o íSr. Joaquim Krbeiro, declarando que o fizera a pedido de uni seu amigo, por ignorar e desconhecer as condições dos Açores e não ter lido ensejo de ouvir os seus representantes.

A moagem-ali é hábil como em toda a parte e eu não demonstro com dados estatísticos a sua habilidade porque isso levaria muito tempo, porque e.starnos no fim da sessão e porque isso constituiria objecto duma interpelação que eu agora não posso lazer.

Foi autorizada, pois, a importação de 150 toneladas do furinha. importação feita pelos vereadores da Câmara, visto esta não dispor de dinheiro para isso.

O for. governador civil, qno já tinha feito caducar a autorização dada pelo Sr. Torres Garcia para a importação de 100 toneladas, oficiou ao capitão do porto e à alfândega no sentido de não ser entregue à Câmara, que tinha feito a aquisição por intermédio dos seus vereadores, nem um quilograma de farinha, e fez a sua distribuição como quis e entendeu, polas padarias que existem na ilha e ainda pela moagem, o que constitui uma violência, por tal não f-er da sua competência e principalmente porque a moagom tem farinha com abundância, é nos seus celeiros teri muitíssimo trigo para mandar farinar.

E possível, por exemplo, que o Sr. Ministro do Interior, ouvindo o governador civil, este lhe respondesse que a Dioíigem não tem farinhas, por isso mandou distribi.ir uma certa quantidade por essas padarias.

Essa informação pode ser verdadeira mas é capciosa, porque a moagem, tendo ao seu dispor alguns milhares de toneladas de trigo, podia, num dado momento, paralisf.r as suas fábricas não o mandando farinar e podia dizer então ao go-vernador civil que não tinha farinhas, o quo era muito natural, porque o governador civil e a moagem são uma e a mesma entidade, pois é à moagem que o governador civil vai lanchar, onde toma os seus refrescos, com cuem passeia.