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Diário das Sessões do Senado-

Ministro da Instrução que continue este estado de cousas que ó desprestigiaste.

Peço ao Sr. Ministro do Comércio o favor de transmitir estas minhas considerações que são justas ao Sr. Ministro da Instrução, pedindo para que este asr sunto seja resolvido o mais depressa possível.

A outro assunto eu me vou referir cue não diz respeito também à pasta do Sr. Ministro do Comércio, mas a quem eu peço a fineza de transmitir ao Ministro respectivo.

Como V. Ex.a, Sr. Presidente, sabe, e todos os meus colegas, têm-se dadc factos bastante graves na China principalmente em Cantão e Xangai onde nós temos colóaias bastante importantes e que em todas as ocasiões mostram o seu patriotismo.

É muito para admirar como esses portugueses, apesar do esquecimento a que por vezes são votados, ainda manifestam o seu carinho e o seu amor a Por:ugal.

Infelizmente nem uma escola de instrução primária existe ali, mas eles fazem sempre o possível por ensinar aos seus filhos o português, que não é correcto, mas que é português que se entende.

Como V. Ex.as sabem, devido a esses acontecimentos têm desembarcado contingentes de vários navios estrangeiros que se encontram naquelas águas -para protegerem os seus nacionais. Vi há dias uma fotografia num jornal que se dizia ser de três marinheiros portugueses e uni sargento quo estavam a guardar não sei o quê em Xangai, e julgava que lá estivesse a nossa canhoneira Pátria, m£S vi dias depois a notícia de que ela tinha partido de Macau para Cantão, onde também é necessária, e portanto essa fotografia deve ser antiga.

Como a canhoneira Pátria não pode estar em mais de um lugar ao rnssmo tempo, o que estava indicado neste momento era a ida de um navio nacional par.a Xangai, ao menos para mostrar aos portugueses que se encontram ali cue o Governo se interessa pela situação deles.

Em Xangai havia e não sei se ainda há uma companhia de infantaria, constituída por voluntários portugueses, denominada Companhia de Voluntários, coronel Mesquita, c,ue prestava os seus serviços em ocasião de perturbações da or-

dem pública, mas em vista da gravidade da situação, mesmo que ela ainda exista, não será suficiente, e é preciso que o Governo Central mostre que tem interêsse-por esses portugueses que se encontram no Extremo Oriente, pelo menos nesta ocasião em que as suas vidas correm risco, já que em outras ocasiões mostra o maior esquecimento por eles.

Vou contar um caso que se'dava aqui há anos em Macau, e não sei se ainda seda, com o ensino da língua portuguesa.

Havia lá uni professor encarregado de ensinar a nossa língua aos chinas.

Mas, Sr. Presidente, esse professor era gago, de modo que diziam os chinas que-era duma dificuldade enorme aprender português porque julgavam ser necessário gaguejar 'para pronunciar as palavras.

É um caso cómico, mas absolutamente verdadeiro; e mostra o desprezo a que se tem votado o .ensino da nossa língua, nessa colónia.

É preciso, pois, Sr. Presidente, que-não continue este estado de cousas.

Espero que. o Sr; Ministro do Comércio transmita aos Ministros das pastas respectivas estas minhas considerações..

O Sr.. Ministro do Comercia e Comunicações (Ferreira de Simas) -: — Sr. Presidente: pedi a palavra, para dizer ao Sr. Procópio de Freitas que transmitirei aos Srs. Ministro da Instrução e dos Negócios Estrangeiros as considerações de-V. Ex.a

O Sr» Presidente:—Vai entrar-se na ordem do dia, ficando com a palavra reservada os Srs. Senadores Costa Júnior, Ribeiro de Melo e Carlos Costa.

, O Sr. Ribeiro de Melo:—

O Sr,, Presidente : — V. Ex.a bem vê que não posso estar a prejudicar o tempo destinado à ordem do dia.

ORDEM i)0 DIA..