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Sessão de Ê3 de Junho de 1925

. E indiscutível que a mão sinistra da Rússia está procurando transformar a China num paraíso muito parecido com aquele que estão disfrutaudo.

Nada teria com isso se nós não tivéssemos na vizinhança da China uma colónia importante e simpática.

Desejava que algum dos Srs. Ministros presentes mo dissesse se o Governo tem procurado garantir o sossego nessa colónia de Macau e'tem assim das povoações que aí se encontram.

Os vários países da Europa têm man-_ dado para lá as suas esquadras para garantir as suas povoações.

Desejava pois saber se alguma cousa o Governo tem procurado fazer, ou se ainda providências não foram tomadas.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Ferreira de Simas): — Sr. Presidente: o Sr. D. Tomás de Vilhena acaba de aludir à nossa situação no Extremo Oriento.

Pode V. Ex.a estar certo de que o Governo providenciará no sentido de que a nossa situação não seja de qualquer forma prejudicada.

O Sr. D. Tomás de Vilhena:—Folgo muito com a respostaMe V. Ex.a

OKDEM DO DIA

r O Sr. Presidente:—Vai entrar-se na primeira parte da ordem &o dia.

A primeira parte consta da votação da proposta do Sr. Ministro das Colónias para a nomeação do governador de Macau e interpelação do Sr. Alvares Cabral ao Sr. Ministro do Trabalho.

Vai proceder-se à chamada para a votação da proposta do Sr. Ministro das Colónias.

Feita a chamada) procedeu-se à votação.

Corrido o' escrutínio, tendo servido dê escrutinadores os 'Srs. Alvares Cabral e Alfredo Portugal, verificou-se o seguinte resultado:

Entraram, na urna 38 esferas, sendo 27 brancas e 11 pretas.

Na outra urna entraram 11 esferas brandas e 27 pretas, ficando, por conse-

guinte, aprovada a proposta do Sr. Ministro das Colónias. Pausa.

O Sr. Presidente : —- Vai realizar-se a interpelação do Sr. Álvares Cabral ao Sr. Ministro do Trabalho.

O Sr. Alvares Cabral: — Sr. Presidente: tinha pedido a V. Ex.a para participar ao Sr. Ministro do Trabalho que eu o desejava interpelar sobre a forma como se tem cumprido o artigo 26.° da lei n.° 1:668.

Antes de entrar no assunto da minha interpelação, permita V. Ex.% Sr. Presidente, e o Sr. Ministro, que eu faça algumas considerações a propósito deste artigo.

Sr. Presidente: eu não estava em Portugal quando esta lei foi votada, no Parlamento. Se estivesse presente, combatê--la-ia ferozmente e lavraria contra ela o meu mais veemente protesto, porque eu sou daqueles que entendem que as indústrias, quer seja a agrícola-comercial,t a manufactureira ou a indústria mineira, servem para avaliar a riqueza de um *povo e, nestas condições, ó preciso que os Governos tenham sempre isto em conta para não irem lançar impostos que se tornem contraproducentes, ou, por outra, para não darem cabo da galinha que põe os ovos de ouro.

A prova mais frisante desta minha asserção está no facto de os capitais portugueses não se empregarem nunca nestas indústrias.

A indústria mineira nunca foi próspera em Portugal, tendo sempre carecido de que os Governos tivessem para com ela atenções especiais.

Jii puro engano dizer-se que as minas só dão interesses .aos. estrangeiros. Muito dinheiro acolhe a Portugal devido às minas, dinheiro que é repartido pelos operários, pelas empresas de transporte, tanto de caminho de ferro como de via marítima, etc., e, se acabarem por completo as minas, não há dúvida que vamos ter uma^grande crise operária.