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Diário das Sessões do Senado

mações do público e as objurgatórias da •Companhia.

Mas S. Ex.ax diz que ele teve muito tempo para pensar.

Não admira nada que assim sucedesse, porque S. Ex.!l já pretendeu interpelar ires Ministros o só eu 6 que lhe vim responder.

O Sr. Carlos Costa (interrompendo): — Mas os outros Ministros não me responderam, devido à instabilidade ministerial, íio passo que Gsse, foi mesmo V. Ex.;i que o disso, quando ou afirmei que S. Ex.:l tinha sido Ministro ,das chuvas, V. Ex.a retorquiu-me que Gle também o .tinha sido na estiagem.

O Orador:-.—E uma questão dificílima, mas estou pronto" a responder-lho.

É absolutamente necessário que se explique esta questão em torno da qual se tem estabelecido uma grande injustiça, e torna-se preciso prestar justiça ao carácter, à sinceridade e à boa í'ó do Sr. Queiroz Vi\z Guedes o aos Ministros que lho sucederam, porque nem o Sr. Pires Monteiro, q«o bastantes agravos tinha da •Companhia, revogou esse decreto.

Vou provar primeiro, em'rápidas e curtas palavras,, que há realmente falta de água no tempo chamado da estiagem.

O Sr. Carlos Costa (interrompendo) i — Se S. Ex.a quiser, a curva e o gráfico •estão à sua disposição.

O Orador:—Muito obrigado. S. Es.a fê-los com dados que lhe forneceram ou da Companhia, mas eu vou argumentar com factos bem conhecidos e sabidos.

O Alviela, com excepção dos meses de Setembro e Outubro, segundo os números que me foram fornecidos pelo delegado do Governo junto da Companhia, traz moita água, chega a ter 79:000 metros cúbicos, quando só. podem entrar nos chamados sifões— não sei porque é que se lhe dá esse nome — 40:000 metros cúbicos, embora o canal possa levar 60:000 metros cúbicos.

A estes 40:000 metros cúbicos temos de juntar as chamadas Aguas Livres qae chegam a dar, como por exemplo no mês do Fevereiro de 1924, 34:000 metros cúbicos, mas quando vem a estiagem essa

água começa a dorninuir, chegando apenas a 2:000 metros cúbicos, e abaixo desse número.

O Sr. Carlos Costa (interrompendo):—• <_ que='que' a='a' data='data' em='em' facto='facto' ex.a='ex.a' p='p' dizer='dizer' se='se' osso='osso' podia-me='podia-me' v.='v.' dá='dá'>

O Orador: — Em Setembro e Outubro.

O Sr...Carlos Costa:—Mas nós não estamos ainda no verão.

O Orador: —Estamos por exemplo com 4:000 metros cúbicos se quiser.

Cpm 40:000 metros cúbicos do Alviela, teremos 44:000 metros cúbicos.

Nós podemos ter quando muito, no inverno, aí uns 50:000 metros cúbicos.

O Sr. Carlos Costa :-^-^ S. Ex.a podia fazer a fineza de mo dizer, como é que chega até esse número?

O Orador:—Então as chamadas águas altas, produzem por exemplo 40:000 metros cúbicos, com mais 10:000 das outr.as, teremos os 50:000 metros cúbicos durante o inverno.

E pobríssima a nascente das águas livres quo durante tantos anos dessonden-tou e lavou a população de Lisboa, se nós não pudéssemos contar por parte dela com 10:000 metros cúbicos, o quo dá uma média de 80 litros por pessoa.

Juntando-lhe esses 10 litros temos uma média de 90 litros por cabeça.

E diz S. Ex.a que é muito, comparado com Berlim o Bruxelas que têm uma média de 65 litros.

Mas S. Ex.a devo -saber que Berlim e Brnxelas são cortadas por canais onde correm águas excelentes, que são aplicadas nas indústrias, nas piscinas, nas regas, etc.

Emquanto que as águas de Lisboa, és* sés 90 litros, são empregados em muitas indústrias quo existem na parte baixa da cidade.

Era bom que isto se soubesse para só ver o estado de higiene na capital.