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Diário das Sessões do Senado

lheto que a Companhia fez publicar e que foi distribuído a todos os .parlamentares. Diz-se aqui:

«As arguições do Sr. Costa, por igual atingem todas as entidades oficiais, sem cuja cumplicidade não seria exequível o desvio de diaheiros alheio s, de que a Companhia é inerepada, ctc.».

Também vou dar uma liçílo de português à Companhia, e não lhe levo nada porisfo; não a increpei; increpar é repreender.

Acusei e acuso a Companhia de várias faltas.

A língua portuguesa "é suficientemente rica para podermos exprimir pelas suas palavras quais são as nossas intenções.

Continua o folheto :

«Atingidos pois ficaram os dois membros do conselho fiscal, de nomeação do Governo um, e da câmara municipal, outro; atingido o comissário do Governo; atingida a Eepartição dos Melhoramentos Sanitários; atingida até a comissão da digna presidência de V. Ex.a que ac:ual~ mente superintende na aplicação das receitas da venda da água, conforme o decreto n.° 8:634». •

Não é nada disso.

Não há dúvida de que a direcção da Companhia foi atingida, como o foi também o conselho fiscal, por isso que deve fiscalizar os actos da direcção.

^E o delegado do Governo?

Evidentemente que também foi atingido, porque é ele a entidade que o Governo tem dentro da Companhia, para fiscalizar o cumprimento dos contratos © da lei.

Portanto foi atingido e com toda a justiça.

jAgora a comissão de melhoramentos sã nitários !

Essa comissão tem por obrigação fiscalizar as contas, mas como o relatório da Companhia talvez não fosse distribuído a tempo, a comissão não pôde apreciá-lo..

Mas dou de barato que ela fosse também atingida, porque tinha uma função fiscal; a que não podia considerar-se em causa era a comissão instituída pelo decreto n.° 8:634.

Este folheto, noutro lugar quando se indigna com o Ministro do Comércio, Sr. Pires Monteiro, por não ter destruído as acusações que formulei contra a Companhia, diz que o ataque é feito sem provas.

Creio que não fiz outra cousa, senão apresentar provas, quer na sessão passada, quer na de hoje.

Comecei a minha exposição, por declarar que todas as acusações que fizesse, seriam apoiadas com documentação, e tenho apresentado as provas de tudo quanto afirmei.

Há aqui outros pontos que. poderia também criticar, mas não valo a pena, limito-me a chamar a atenção d «a Câmara para esta banalidade, para este lugar comum tam usado pela Companhia:

« .. .uma Companhia genuinamente portuguesa, que tem prestado a Lisboa os mais assinalados serviços e que, na sua longa história de 57 anos, não conta o mais ligeiro facto que possa deslustrá-la».

A leitura deste período sugeriu-mo uma pregunta que faço directamente ao Sr. Ministro do Comercio, porque realmente me interessa saber como se passam estas cousas. ~

Não ponho em dúvida que esse dinhei-' ro esteja intacto — fique esta "declaração bem firmada—, que estejam as contas perfeitamente legais : agora o que eu pre-gunto é onde está esse dinheiro,, com que direito é que a Companhia o deposita num Banco, de qae é director um dos directores da Companhia.

^N'ão há a Caixa Geral de Depósitos,' onde essas quantias devem dar entrada, visto que são valores que o Estado fiscaliza ?

^Com que direito arrecada a Companhia esse dinheiro?

^Onde está arrecadada e quais são os juros dessa importância?

£ A Companhia tem o direito de negociar com esse dinheiro?