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de 30 de Junho de 1P2Õ

O Sr. Mendes dos Reis: — Várias vezes se tein dito no Senado que é preciso votar com urgência várias propostas de lei para bsm do País. -

(j Mas qual é a razão por que as propostas de lei chegam ao Senado sempre tarde, forçando-nos, sob diversas pressões, a votar de afogadilho propostas importantíssimas para a vida do País e que deviam merecer todo o nosso estudo e cuidada discussão ?

Eu concordo eiL que não devem ser prejudicados os funcionários públicos, demorando-se o pagamento dos seus vencimentos.

Diz õ Sr. Augusto de Vasconcelos que o Regimento não prevê esta hipótese.

Prevê, sim, senhor.

O artigo 17õ.° diz.que, para alterar o Eegimento, se manda uma proposta para a Mesa assinada por cinco Srs. Senadores.

A maioria tem votos para fazer o que quiser, hoje de uma maneira e amanhã de moneira completamente diferente; o que não pode é coarctar-me o direito de usar da palavra para exprimir as minhas impressões.'

O Sr. Artur Costa: — V. Ex.a, no seu íntimo, está de acordo connosco. São casos de força maior.

O Orador:---V. Ex.a pode ter. certeza de que, quando qualquer Senador quere demorar uma proposta, tem muitos meios de o fazer.

Proceda a maioria de outra maneira que não. lhe criaremos dificuldades.

O Sr. Querubim Guimarães: — Já estava à espera que surgisse esta tempestade.

Não sei porque não está aqui a férula do Sr. Herculano Galhardo para nos indicar se o Senado, está ou não dentro das fórmulas regimentais de que S. Ex.a tem sido o paladino, como ainda há pouco, numa das últimas sessões, vimos. Nessa ocasião, disse eu. que havíamos de ver se S. Ex.a mantinha o seu ponto do vista quando houvesse necessidade de discutir de .afogadilho qualquer proposta, como agora acontece.

Parece me que a solução que vai ter a crise ministerial não é, por ora, de tal

ordem segura, que possa dar lugar a este espectáculo, como que.de mágica, em que a opinião de ontem da maioria já está muito diluída e como que a confundir-se com a da maioria.

Parece-me muito cedo para já haver tam rápida mutação de scena.

Talvez V. Ex.a, Sr. Mendes dos Reis, tenha de se arrepender dessa sna atitude dentro de poucas horas", assim como o Sr. Augusto de Vasconcelos talvez tenha de bater a mea culpa se dentro em breve vier outra solução.

O Sr. Augusto de Vasconcelos (interrompendo}:— Não tenho de me arrepender porque apenas defendo uma cousa: a coerência da minha atitude.

Q Sr. Mendes dos Reis (interrompendo}:— Devo dizer a V. Ex.a que varia-díssimas vezes aqui no Senado, e principalmente nestes últimos meses, tenho mostrado o meu modo de ver.

O Orador: — Bem sei que V. Ex.a, Sr. Mendes dos Reis, é deste lado da Câmara um intérprete oficioso, para não dizer oficial, do Regimento.

E tanto assim, que eu sou jurista e S. Ex.a um distinto oficial; variadíssimas " vezes o tenho consultado sobre a melhor maneira de interpretar o Regimento.

Daquele lado, de além, ouço sempre com muita atenção o Sr. Herculano Galhardo, quando alguém tenta ferir a sua dama por quem ele se bate sempre galhardamente, como é próprio do seu. nome.

Mas nestas circunstâncias mais difíceis é que os ilustres paladinos, como o Sr. Herculano Galhardo, desaparecem da . sala.

E provável que esteja nos Passos Perdidos, e quem sabe até se S. Ex.a me não está a ouvir.

Mas S. Ex.a há-de voltar, e então chamarei a sua atenção pára este agravo ffito ao Regimento.

Quem está na coerência, Sr. Presidente, e sompre dentro da coerência, porque não temos de fazer câmbios a soluções ministeriais, porque não devemos fazê-lo, , somos nós, os deste lado da Câmara.