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7 e 8 de Julho de 1925

Todos nós sabemos o que tem sido os. governos extra-partidários.

O meu partido desejava muito saber se o Governo está disposto a- tomar medidas imediatas em relação aos chamados-revolucionários de 18 de Abril.

Tenho dito, e por todas as formas manifestado, que sou contrário a revoluções,-mas, apesar de uma revolução ser quási sempre uma aventura, eu distingo os revolucionários dos aventureiros.

Revolucionários, -aqueles' que, pelos seus merecimentos" e serviços prestados ao País, teriam direito-legítimo a ocupar lugares elevados na administração do Estado, sem necessidade do recurso-à violência, e aventureiros, aqueles que, não tendo nenhum direito a ocupar.esses lu-. gares, usam da revolução-para conquistar aquilo que., de outra maneira', não alcançariam nunca. '

Entre os comprometidos no movimento de 18'de Abril há autênticos è verdadeiros revolucionários, .há -honrens com serviços eminentes prestados ao País e que têm sido tratados descaroàvelmente, como nunca o" foram neste País-os aventureiros políticos. • ' ••' • •'. •

Publicou se contra eles,-antes;de se saber se eram'ou não culpados, um monstruoso decreto que é uma vergonha da legislação portuguesa../ .... --

Diz-se que o Partido • Nacionalista fez imposições.a este- .respeito -ao novo Governo. -•.-:••.-

Não fizemos imposição alguma, Unhamos um dever moral a cumprir e cumprimo-lo. .';

Não negociamos qualquer procedimento a respeito desses homens.

-Éramos incapazes de o fazer.' , ' • .

Preguntámos aqui, em face do País se não há cousa -alguma a fazer de reparação moral a estes erros -monstruosos que se têm praticado, com -menosprezo da lei.

• Este Ministério "tem, para nós republicanos, um aspecto 'extremamente simpá-1 tico'que não posso deixar de acentuar;-é que o meu prezado amigo e ilustre Senador Sr. D,-To*más de Vilhena, por mais que procure na sita 'bela memória e nos registos dos, nomes dos partidários dos parlamentares que se-sentam naquelas cadeiras, dificilmente -encontrará algum que não soja velho republica-no, dos bons tempos da propaganda, homens que mereeem

hoje "o nosso respeito por muitas razões e estou certo que merecerão amanhã o mesmo respeito porque alguma cousa mais de útil faraó ao- País.

Quando V. Ex.a não' possa fazer mais nada politicamente, faça unra cousa: prepare a sua suSessãõ, tanto quanto isso lhe-for possível, de modo que não se continue nesta infracção das praxes constitucionais que pode subverter a República. -

. O Sr. D. Tomás dê Vilhena: — Sr. Presidente:- eu começo por responder ao meu estimável-colega ^ Sr. Augusto-de Vascon-' celos. •- •

Eu, a respeito de registo monárquico,, não sei nada nem quero saber.

Agora quando estão aqui republicanos-ea; júlgo-,os como republicanos.

Desde o momento que passaram a ser republicanos, eu esqueço o seu passado monárquico"-estrato mesmo .de tirar da lembrança qualquer facto que me recorde.- •

Mesma'que saiba que haja'algum republicano que foi monárquico,-não digo nada-porque se começasse a falar era uma verdadeira trovoada, .uma destas trovoadas de raios e coriscos.'que'não-sei o que ficava. ••-•:•

Risos. • • •

Posta esta declaração, eii, vendo %nem mais nem menos, que em pleno-'campo de manob-ras- o meu estimável amigo, general Silva, atendendo às praxes parlamentares, faço-lhe a minha continência. "Não pens-e S. Ex.a que~a minha continência é uma adopção à sua política ou uma esperança de que S. Ex.a traga dias ventúrosíssimos ao País'. • "

E a minha continência protocolar onde não ponho de parte Oa simpatia pessoal que Sv Ex.a me inspira.

Eu não quero estar a bulir muito com o general Silva porque- êíe deve estar muito fatigado, da batalha que ontem teve, e «m que ele pôs*em movimento toda-a sua sciência estratégica 6 todas íiquelas habilidades mirabolantes com que a natureza o fadou.

Durou- essa batalha-horas e horas, é qualquer dos estratégicos da grande guerra lhe pediria o segredo dela -para combater os seus adversários.