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Sessão de 7 e 8 de Julho de 1925

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•tanto, não posso deixar .de fazer uma Teferêacia especial ao Sr. Ministro da .Guerra» .

Sou militar, amo a minha profissão, e por consequência sou insuspeito ao declarar q ue vi com agrado ser neste momento investido na pasta'da Guerra um político •de prestígio.

, A situação do • exército é extraordinariamente grave nesta conjuntura, e não pode nem deve ser resolvida por um militar, mas sim por um civil, que seja.um político de prestígio.

Estou absolutamente, certo de que o Sr. António Maria da Silva, ao tomar conta .da pasta da Guerra, não dirá que foi surpreendido por .notar as extraordinárias deficiências, tanto materiais como de instrução,, de, todos os elementos que compõem o exército. -

Vejo com prazer que o Sr, Presidente do Ministério e Ministro da Guerra dedica uma grande parte da declaração ministerial a assuntos militares,.prometendo interessar-se pela solução de alguns dos seus problemas m ais. urgentes.

Basta que S. Ex.a -ponha em execução a- décima parte do. que ali .promete para merecer o nosso aplauso.

E, porém, absolutamente »impossível conseguir qualquer cousa do: exército, emquanto se mantiver a situação deprimente em que ele se encontra sob o ponto de vista de vencimentos em relação a algumas classes do funcionalismo civil.

Emquanto permanecer, essa situação, não se pode exigir aos oficiais e sargentos que só dediquem aos assuntos militares com o interesse que devem ter pela sua profissão.

Emquanto existir em suas casas a fome Q, a miséria, eles não podem dedicar a sua atenção a questões militares.

O Sr. Ribeiro de Melo : — A fome. e a miséria que lavram também em muitas casas do funcionalismo civil.

Parece que o Partido da Acção Republicana não tem entre os seus membros funcionários civis. ,-'•'.'

-O Orador: — Como estava falaccto < x-clusivamente de militares, não me reftri aos civis. ' , i,' .

. Mas estou plenamente de acordo com o Sr. Ribeiro de Melo.

O que digo aplica-se igualmente ao funcionalismo civil. . ; .S. Ex.a, que é. o primeiro a firmar com a sua assinatura este documento, dizendo que ;é nobre e dura a missão do exército, porque incontestavelmente o é, deve reconhecer que esse serviço deve ter a remuneração condigna.

0, exército não ,íaz greves, nem faz imposições porque espera que aqueles que têm por dever , olnar - pelo seu prestígio tragam ao Parlamento as propostas de lei necessárias para que os seus vencimentos .estejam à altura, da s.ua missão. •, É absolutamente lamentável que dois Ministros da Guerra já. tivessem passado pelas cadeiras do. Poder, depois que se deu essa desproporção de vencimentos, e não tivessem resolvido-esse assunto.

Ora o:Sr. António. Maria da Silva, que tomou sobre si a .responsabilidade de assumir a pasta da Guerra num momento tam melindroso, não irá decerto deminuir o seu prestígio político deixando também de resolver este problema.

Terminando, quero novamente afirmar que o Governo não me merece confiança, sob Q ponto de vista administrativo, económico e financeiro, como também a não merece ao .Grupo da Acção Republicana, mas pessoalmeme tenho esperança em que o Sr. António Maria da Silva alguma cousa faça em benefício do prestígio dó exército e dele próprio.

O Sr. Catanho de géneses : —- Sr. Presidente: requeiro. que seja prorrogada a sessão até terminar o debate político. .

Consultada a Câmara, foi aprovado, o requerimento.,