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768 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 98

que, em qualquer hipótese, lhe seria garantido um preço mínimo.
Eis a boa doutrina.
Se ela já fomenta desde há muito a cultura do trigo, que fixa numerosos habitantes em vastas zonas do nosso território onde o solo e o clima não permitem obter de outras culturas maiores vantagens económicas, também é justo que a cultura do milho, perfeitamente adequada às zonas irrigáveis, sobretudo do Noroeste, e que, além de comparticipar largamente na alimentação humana, concorre para o desenvolvimento da pecuária, seja da mesma forma estimulada.
E dentro deste critério também reputo oportuna e justificada a sugestão do Sr. Dr. Figueiroa Rego a que venho de referir-me.
Não pensaria desta forma se se tratasse de uma cultura privativa de zonas bastante limitadas e ocupando reduzido número de braços.
Mas o trigo, o milho e a lá, constituindo valores do maior interesse nacional, porque se realizam, em maior ou menor grau, por todo o território e ocupam grande parte da população, justificam fórmulas de equitativa distribuição dos respectivos encargos e correspondentes lucros, para que, sem esquecer a defesa do consumidor, as indústrias possam continuar a auferir lucros que remunerem com justiça os capitais ali colocados e garantam a todo o pessoal que nelas trabalha uma remuneração condigna, mas que, simultaneamente, à lavoura seja também assegurado tratamento idêntico, para que, finalmente, só atenuem as disparidades a que repetidas vezes mo tenho aqui referido, sempre em desfavor da lavoura, e que ameaçam, com o êxodo dos trabalhadores para as cidades, centros fabris e até para o estrangeiro, onde podem conseguir melhores remunerações, provocar o despovoamento das vastíssimas zonas rurais, o que absolutamente importa evitar.
Sr. Presidente: não quis entrar nos domínios da técnica, aliás aqui largamente apreciada com incontestável competência por colegas nossos muito distintos, porque para tanto me falecem conhecimentos; mas nos seus aspectos políticos, aos quais me esforcei por confinar as minhas considerações, muito mais haveria a dizer, tantos são, e todos da maior importância, os problemas de ordem económica e social Intimamente ligados à política das lãs.
Comecei por afirmar que em tão momentoso assunto alguma coisa não está certa.
Afigura-se-me que é, sobretudo, na indispensável coordenação dos interesses da produção e da indústria que se notam certas deficiências, que carecem de imediato remédio.
Mas, se há remédios que nada remedeiam, conforta-me a animadora esperança de que todos aqueles importantes interesses hão-de harmonizar-se, sem prejuízo, antes com vantagem, das respectivas actividades e, acima de tudo, para o bem-estar da população e garantia sólida da nossa prosperidade económica e indispensável equilíbrio social.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Estão ainda inscritos seis oradores para usarem da palavra sobro o assunto em discussão.
O debate continuará na sessão de amanhã.
Está encerrada a sessão.
Eram 18 horas e 10 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Alexandre Alberto de Sousa Pinto.
Álvaro Henriques Perestrelo de Favila Vieira.
António Júdice Buatorff da Silva.
António Maria Pinheiro Torres.
Ernesto Amaro Lopes Subtil.
Henrique doa Santos Tenreiro.
João Luís Augusto das Neves.
José Maria de Sacadura Botte.
José Nosolini Pinto Osório da Silva Leão.
Luís Maria Lopes da Fonseca.
Manuel Colares Pereira.
Manuel de Magalhães Pessoa.
Mário Correia Carvalho de Aguiar.
Ricardo Malhou Durão.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Alberto Cruz.
Álvaro Eugênio Neves da Fontoura.
António Augusto Esteves Mendes Correia.
António Carlos Borges.
Artur Proença Duarte.
Augusto César Cerqueira Gomes.
Belchior Cardoso da Costa.
Camilo de Morais Bernardes Pereira.
Francisco Eusébio Fernandes Prieto.
Gaspar Inácio Ferreira.
Horácio José de Sá Viana Rebelo.
Jacinto Bicudo de Medeiros.
Joaquim de Moura Relvas.
Joaquim Saldanha.
Jorge Botelho Moniz.
Jorge Viterbo Ferreira.
Lute da Cunha Gonçalves.
Luís Lopes Vieira de Castro.
Mário Borges.
Mário de Figueiredo.
Querubim do Vale Guimarães.
Rafael da Silva Neves Duque.
Ricardo Spratley.
Sebastião Garcia Ramires.

O REDACTOR - Luís de Avillez.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA