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220 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 129

Como aqueles animais podem ter duas criações por ano, com uma média de seis leitões em cada criação, com o milho e farinhas coloniais criaram-se e mantiveram-se grandes rebanhos.
O país vizinho sentiu os seus efeitos.
Terminada a guerra veio a baixa, deixou de ser compensadora essa criação e muitas centenas de porcas por esse País deixaram de criar. Voltaram a uma manada.
Quanto ao gado ovino, que tem ultimamente melhorado muito, estamos em óptimas condições para o seu desenvolvimento.
A este gado se tem recorrido nas ocasiões de falta de carne.
Com as sementeiras de aveias para ensilagem e para dar em grão e com outras forragens podemos alargar muito a criação deste gado.
Outra receita que pràticamente desapareceu, e esta dos barros, foi a da colheita do grão.
Essa colheita pagava em geral os alqueives fundos feitos à máquina no verão; hoje ninguém procura esse cereal.
Tinha o distrito de Beja duas colheitas nos celeiros dos lavradores; aproximadamente 9.000:000 de litros foram no verão passado manifestados neste distrito.
A penúltima colheita exige já grandes cuidados para não se deixar perder.
Muito grata ficaria a lavoura ao Governo se conseguisse o seu escoamento.
Sr. Presidente: chego ao fim das minhas considerações sobre este problema mantendo, como sempre tenho mantido, grande confiança no Governo do Estado Novo.
Vimos a crise que a lavoura do trigo deste País atravessa. Vimos que o Governo do Estado Novo tem tentado por todas as formas ampará-la.
Aceitamos que a população não pode ser muito sacrificada com pão caro, mas não acreditamos que o problema seja insolúvel dentro do interesse nacional.
Estude-se, pois, a forma de, mantendo o equilíbrio conveniente, se poder salvar da ruína certa uma parte da nossa economia tão necessária ao País.
E, assim, termino pedindo ao Governo do meu País que, independentemente de uma medida de emergência, na futura tabela do ano cerealífero agora iniciado, que possa evitar o agravamento desta crise de lavoura do trigo, a maior dos últimos tempos, inicie e leve ao fim com a maior urgência possível o estudo deste grande problema do preço do trigo continental.
Desejo comunicar que recebi há pouco a agradável notícia de que foram pelo Governo dadas instruções à Federação Nacional dos Produtores de Trigo para iniciar desde já os trabalhos de elaboração dos custos da cultura do trigo.
Foi com grande alegria que recebi esta notícia e é com grande alegria que a, lavoura do trigo a recebe. Muito reconhecida lhe fica por esta medida tomada.
Daqui faço o apelo ao Governo para que acompanhe e facilite por todos os meios a resolução, agora tomada, de mandar averiguar o custo da cultura do trigo.
A obra é de tal vulto que todos os recursos necessários devem ser postos à disposição da Federação Nacional dos Produtores de Trigo para esse inquérito.
Estou certo de que toda a lavoura trigueira está pronta a colaborar na solução deste problema, que é o seu problema.
Só depois deste trabalho feito poderemos trilhar caminho seguro.
A lavoura continuará, como até aqui, a confiar no Governo do Estado Novo.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Mário de Figueiredo: - Sr. Presidente: dada a importância do aviso prévio que acaba de ser posto, roqueiro a V. Ex.ª a generalização do debate.

O Sr. Presidente: - Declaro generalizado o debate, que continuará na sessão de amanhã.
Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

João Ameal.
José Esquivel.
José Luís da Silva Dias.
José Nunes de Figueiredo.
Manuel Maria Múrias Júnior.
Paulo Cancela de Abreu.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Alexandre Ferreira Pinto Basto.
Álvaro Henriques Perestrelo de Favila Vieira.
Armando Cândido de Medeiros.
Augusto César Cerqueira Gomes.
Belchior Cardoso da Costa.
Fernão Couceiro da Costa.
Frederico Bagorro de Sequeira.
Gaspar Inácio Ferreira.
Henrique de Almeida.
Horácio José de Sá Viana Rebelo.
Jacinto Bicudo de Medeiros.
João Carlos de Sá Alves.
João Cerveira Pinto.
Joaquim de Moura Relvas.
Jorge Viterbo Ferreira.
José Maria Braga da Cruz.
José Nosolini Pinto Osório da Silva Leão.
Luís Cincinato Cabral da Costa.
Luís Maria Lopes da Fonseca.
Luís Maria da Silva Lima Faleiro.
Manuel Beja Corte-Real.
Manuel Marques Teixeira.
Mário Lampreia de Gusmão Madeira.
Rafael da Silva Neves Duque.

O REDACTOR - Luís de Avillez.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA