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214 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 129

de empréstimos do Governo nos últimos quatro anos os seguintes:
Pelo grémio da lavoura local para as campanhas de trigo foram dados:

[Ver Tabela na Imagem]

(a) Estes empréstimos foram prorrogados, e assim o que se encontra por pagar é capital prorrogado.
(b) Esta importância deve decrescer, por os mutuários estarem ainda a efectuar pagamentos.
(c) Esta verba é susceptível de aumento, por estarem ainda a fazer empréstimos para a presente campanha do trigo.

Pela Caixa de Crédito Agrícola Mútuo local foram entregues para o mesmo fim das campanhas de trigo, mas a partir de 1936 - e fui buscar desde este ano para conseguir reunir os números exactos desde essa data -, que nos indicam o aumento crescente em cada ano:

Em 1936-1937 ......... 365.969$00
Em 1937-1938 ......... 1:031.784$00
Em 1938-1939 ......... 1:730.180$00
Em 1939-1940 ......... 2:344.770$00
Em 1940-1941 ......... 3:389.595$00
Em 1941-1942 ......... 3:428.980$00
Em 1942-1943 ......... 2:914.100$00
Em 1943-1944 ......... 3:654.330$00
Em 1944-1945 ......... 4:443.840$00
Em 1945-1946 ......... 4:925.790$00
Em 1946-1947 ......... 5:121.150$00

Saldos devedores dos sócios em 31 de Dezembro de cada ano na Caixa de Crédito Agrícola Mútuo:

Em 1935 ............ 3:211.398$00
Em 1936 ............ 3:017.397$00
Em 1937 ............ 3:699.615$00
Em 1938 ............ 3:868.665$00
Em 1939 ............ 4:096.868$00
Em 1940 ............ 6:466.603$00
Em 1941 ............ 6:010.559$00
Em 1942 ............ 4:911.263$00
Em 1943 ............ 6:288.588$00
Em 1944 ............ 7:528.008$00
Em 1945 ............ 9:295.786$00
Em 1946 ............ 9:720.468$00
Em 1947 (até Outubro)9:987.297$00

Esta última verba do ano de 1947 é, pelas razões já expostas, susceptível de aumento, que se prevê a eleve a 11:000 contos.
Se somarmos os empréstimos concedidos pelo Governo à lavoura deste concelho num ano, que pode ser 1946, encontramos:

Para campanha do trigo:

Pela Caixa de Crédio Agrícola Mútuo ...................... 5:121.150$00
Pela Caixa Nacional de Crédito através do grémio local ... 5:267.130$00
Soma .....................................................10:388.280$00

Ainda temos a acrescentar o auxílio dado pelo Governo através dos bónus de adubo:

Por conto
170$ por tonelada de superfosfato ..... 18
1200 por tonelada de superfosfato ..... 12

e que foi em 1946 neste concelho de 346.984$.
E ainda a juntar o auxílio para obras fundiárias através da Junta de Colonização Interna e que já hoje, neste concelho, começa a fazer sentir a sua actuação.
Sr. Presidente: está aqui a resposta à pergunta feita.
Este concelho, o segundo do País em produção de trigo, vive, como acabamos de ver, do crédito que o Estado lhe dá.
Para terminar as considerações a fazer acerca deste concelho, ainda a título de curiosidade, mostro num quadro a disparidade da situação de duas actividades agrícolas do País.
A deste concelho, de Serpa, produtor de trigo, e a doutro concelho, Bombarral, caracterizadamente vinícola e que traduz a situação financeira de cada uma nos anos de 1935 e 1946.

[Ver Tabela na Imagem]

Por este quadro vemos que os débitos no Bombarral desapareceram em 1946 e os saldos passaram de 1:461 contos em 1935 para 8:275 contos em 1946, aproximadamente 7:000 contos, ao passo que os débitos em Serpa, que eram de 131 contos em 1935, subiram para 4:399 contos em 1946 e os saldos passaram de 2:934 em 1935 a 4:757 contos em 1946, aproximadamente 1:800 contos.

O Sr. Homem de Melo: - V. Ex.ª dá-me licença? O fenómeno deve ser exacto, simplesmente está um pouco exagerado no seguinte: V. Ex.ª escolheu o ano de 1935, em que houve uma grande colheita de trigo e em que a vinicultura se encontrava em plena crise.

O Orador: - Estou perfeitamente de acordo. Agradeço o esclarecimento, e VV. Ex.ªs, esclarecendo-me, dão-me muito prazer; estou pronto a ser esclarecido.

O Sr. Figueiroa Rego: - V. Ex.ª dá-me licença? Os números que V. Ex.ª apresenta a respeito de Serpa quanto à sua posição deficitária sob o ponto de vista financeiro e económico, a propósito da cultura do trigo, têm a seu favor larga margem, porquanto, quer territorialmente, quer economicamente, não há comparação entre o concelho do Bombarral, vinícola, e o concelho de Serpa, produtor de trigo.

O Orador: - Ainda bem que a vinicultura em Portugal está próspera. Todo o português deve regozijar-se com isso; trouxe esta comparação para se ver a diferença entre uma actividade agrícola próspera e outra em crise.

O Sr. Carlos Borges: - Sòmente, temos de fazer propaganda para beberem o vinho e não se faz propaganda para comerem o trigo.

O Orador: - Sr. Presidente: se passarmos deste caso limitado dum concelho ao caso geral do Alentejo a si-