O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

29 DE JANEIRO DE 1948 213

serra, empregando na adubação 250 quilogramas de superfosfato de 12 por cento, deu o seguinte resultado:

Receita .......................................................... 1.349$81
Despesa .......................................................... 1.283$63
Lucro por hectare ................................................ 66$18

Daqui concluíram que no ano de 1946 a cultura de trigo neste concelho foi francamente remuneradora e para ela contribuíram os barros com dezoito sementes.
Para contas mais seguras, foram tiradas as médias dos sete anos que antecederam, e para eleitos de simplificação admitiu-se que o subsídio de cultura acompanhou de facto o agravamento do custo de produção, apesar disso não ser bem exacto, pois há muitos factores que entraram na exploração da terra que foram muito mais além do subsidio.
Mas, admitindo esse equilíbrio, foi feito o estudo dos sete anos em função do custo da produção do ano de 1946 e do preço de trigo do mesmo ano.
Assim, temos, pelos manifestos da Federação Nacional dos Produtores de Trigo, que este concelho semeou e colheu nestes anos o seguinte:

[Ver Tabela na Imagem]

(a) Não foi contada a colheita por ser catastrófica.
(b) Incompleta.

Não foi considerada a colheita de 1945, que foi catastrófica, mas foi considerada na produção, hipotèticamente, como média.
Naquele período de sete anos a média de produção foi de 88.577:667 quilogramas, que, dividida por 11.051:717, dá oito sementes, que foram distribuídas como segue:
Catorze sementes para os barros, oito sementes para as terras galegas e quatro sementes para as terras de serra.
As contas feitas, que aqui tenho, mas que me dispenso de ler, deram:

Nas terras de barro com catorze sementes:

Despesa .............................................................. 2.485$72
Receita .............................................................. 2.350$82
Prejuízo para os barros, por hectare ................................. 134$90

Nas terras galegas com oito sementes:

Despesa ............................................................... 1.656$97
Receita ............................................................... 1.392624

Prejuízo para as terras de serra, por hectare ......................... 264$24

Nas terras de serra com quatro sementes:

Despesa ............................................................... 1.205$39
Receita ............................................................... 723$67

Prejuízo para as terras de serra, por hectare ......................... 481$72

O lucro de 1946, já apresentado, foi de 483$75 por hectare, semeado na média das três qualidades de terra.
Nos sete anos decorridos de 1939 a 1945, considerando este como médio e, portanto, de oito sementes, temos o prejuízo médio, por ano e por hectare, para as três qualidades de terra, de 303$86.
Em sete anos foi de 2.127$02.

Prejuízo dos sete anos ................................................ 2.127$02
Lucro de 1946 ......................................................... 483$75

Prejuízo total, por hectare, nos oito anos ............................ 1.643$27

Quer dizer, no período dos oito anos considerado, sem contar com o ano de 1945, o prejuízo total com a cultura do trigo foi, por hectare semeado, de 1.643$27, ou seja o prejuízo anual de 204$08 por hectare.
Calculado em quilogramas do trigo, para as 8,5 sementes deu 553 quilogramas de produção por hectare e os 204$08, divididos por 553 quilogramas, deram $36(9) como prejuízo por quilograma de trigo produzido.
Não me impressionaram estes números, que verifiquei com atenção.
Podiam as contas ser feitas por outra forma, alterando algumas verbas, mas os números finais não se afastavam destes.
Mas se estas contas não estão erradas, pode então perguntar-se: como se aguenta a lavoura trigueira deste concelho?
Como teima em semear nestas condições?
A resposta é só uma. Vive do amparo, da assistência permanente do Governo.
Sem esse amparo substancial e efectivo, há muito tempo tinha soçobrado.
Para fazermos uma ideia do que representa esse auxílio, traduzo em números, como forma mais clara, a sua situação:
A produção de trigo, para me referir só aos últimos quatro anos, de 1944-1947, foi:

[Ver Tabela na Imagem]

(a) Incompleta.

Qual foi o auxílio do Governo a este concelho?
Como esclarecimento informo:
O auxílio do Governo à lavoura foi dado em empréstimos através da Caixa Nacional de Crédito ao grémio da lavoura local e à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, quando esta precisou, para as várias campanhas do trigo, a fim de ocorrerem às despesas de sementeira, adubos, monda, ceifa e debulha.
Além destes, concedeu outros empréstimos hipotecários para diversos fins, que igualmente se destinam à exploração agrícola. Dados estes esclarecimentos, temos