O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

288-(102) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

Apesar da sensível baixa nas importações de cereais em 1937, o aumento no total foi muito grande e resultou da importação substancial de combustíveis, que é o que avoluma mais o peso das importações. Em 1913, pelo contrário, foi a forte importação de cereais (392:282 toneladas) em relação a anos anteriores e posteriores a causa fundamental do incremento notado no total das importações.
O quadro IV mostra os valores em milhares de escudos-ouro das importações, por capítulos, desde 1900.

QUADRO IV

As importações

(1.000 escudoos-ouro)

[Ver Quadro na Imagem]

(a) Ver, por comparação, o quadro III.

7. Os quadros III e IV não pretendem oferecer o panorama definitivo do comércio importador português durante tão longo período. Referem-se a números escalonados por cinco anos, e pode acontecer que o total das importações nos anos escolhidos tenha sido influenciado por importações de anos anteriores. Mas dão bem uma ideia geral do sentido da vida económica portuguesa, sobretudo no que se refere à importância das matérias-primas e substâncias alimentícias na balança comercial. Tanto em peso como em valor estas constituem o factor saliente do equilíbrio ou desequilíbrio.
Um e outro quadro exprimem, além disso, progresso sensível na produção industrial, especialmente no capítulo relacionado com a manufactura de fios e tecidos. Apesar do grande aumento da população no longo espaço de tempo - cerca de 2.500:000 almas - e da exportação cada vez maior de tecidos de algodão e outros para as províncias ultramarinas, foi possível manter dentro dos limites de 1900 as importações dos anos seguintes, e talvez se pudessem ter reduzido ainda algumas delas, sobretudo as de tecidos e fios de seda, linho e juta.
Há em 1946 dois grandes saltos nos capítulos relativos a «Máquinas e aparelhos» e «Manufacturas diversas». O primeiro derivou em grande parte do aumento na importação de máquinas e veículos.
A diferença em relação a 1938, em contos, é superior a 150:000. Mas a maior influência proveio da importação de veículos, e por isso não actuou directamente no apetrechamento de indústrias transformadoras ou extractivas, que grandemente interessam à economia do País. Nas manufacturas diversas há uma infinidade de artigos que contribuíram para a maior valia. Tudo isto será analisado com maior atenção mais adiante.

I

Matérias-primas

8. O exame circunstanciado da lista das importações e sua correlação com as possibilidades da produção interna mostram graves obstáculos ao desenvolvimento da economia nacional.
Em peso e em numerário as matérias-primas representam, no total, quase sempre mais de metade do comércio externo de importação. Em matérias-primas incluem-se os combustíveis - os carvões e os óleos minerais. Em volume eles representam percentagens muito grandes no total das importações. Em tempos normais ultrapassavam 1.000:000 de toneladas por ano.
Os combustíveis, as fibras, as oleaginosas, o ferro, o aço e outros metais, como o cobre, os produtos químicos, especialmente os adubos, constituem o núcleo principal das matérias-primas importadas. A sua influência faz-se sentir no comércio externo, tanto na tonelagem como no valor, porque entram neles produtos considerados pobres e muitos outros de valor unitário elevado ou médio como os metais e certas oleaginosas.
Em peso e valor podem agrupar-se para 1938 e 1946 do modo que segue:

QUADRO V

Principais matérias-primas importadas

[Ver Quadro na Imagem]