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4 DE MARÇO DE 1948 288-(105)

oneroso o custo do combustível, além de diminuir o seu poder calorífico.
0 carvão tende a ser utilizado intensiva e extensivamente como matéria-prima valiosa. De combustível abundante e barato durante um século, está a transformar-se um produto caro, com muitas aplicações.

13. O outro caso de certa gravidade na balança comercial portuguesa no capítulo de matérias-primas é o dos combustíveis líquidos. Antigamente tinham importância quase só a gasolina e o petróleo - a primeira para força motriz nos transportes e o segundo para a iluminação.
O aperfeiçoamento dos motores de combustão interna e as dificuldades na safra do carvão tornaram extensivo à indústria em muito maior escala o uso de óleos minerais. A rápida comparação entre o que se importem em 1938 e 1946 mostra as profundas diferenças havidas nesta matéria.

QUADRO IX

Importação de combustíveis líquidos (a)

[Ver Quadro na Imagem]

(a) Inclui lubrificantes.

A modificação operada nos consumos de óleos minerais durante o período da guerra é saliente neste quadro.
Em primeiro lugar há que considerar o seu considerável acréscimo. Não obstante a produção interna, que consumiu o ano passado mais de 100:000 toneladas de ramas, alguns dos outros produtos aumentaram. As importações de óleos combustíveis em 1946 atingiram mais do dobro das de 1938.
Nota-se aqui a grande diferença que derivou da adaptação de caldeiras ao consumo de combustíveis líquidos e do uso cada vez maior de motores de combustão interna.
Não é caso agora para tentar discutir o futuro da produção petrolífera e das possibilidades do alargamento da sua importação para substituir os combustíveis sólidos de difícil aquisição e maior preço. Basta dizer que não parece ser muito prometedor o que se desenha no horizonte político a este respeito. As recentes pesquisas na Arábia, perto do Golfo Pérsico, e o que resultar dos trabalhos em execução na América do Sul e em outras partes do Mundo deixam adivinhar a existência de lençóis petrolíferos de grande importância. Mas, por outro lado, a utilização de energia tende a alargar-se muito, e o exame das curvas do uso de electricidade, além dos projectos acalentados por vastas regiões do Globo, deixam prever, em futuro próximo, considerável acréscimo no consumo de produtos petrolíferos.
O consumo mundial já tem aumentado consideràvelmente nos últimos anos. As estimativas para 1947, computadas em 3:079 milhões de barris - mais 242 milhões do que em 1946 -, mostram a estranha e rápida corrida para a utilização de produtos oleosos. Os Estados Unidos gastam GO por cento do total; já são hoje importadores e crê-se que as suas reservas diminuam gradualmente, a ponto de estarem quase exaustas dentro de unias dezenas de anos - pelo menos no que diz respeito a produtos fáceis de explorar.
As produções da Venezuela (55 milhões de toneladas) e Médio Oriente (33,4 milhões de toneladas) são hoje a mais abundante origem de petróleos para exportação. E se não fora o facto, já conhecido, das grandes reservas no Médio Oriente, calculadas oficialmente em 1943 em mais de 27 biliões de barris, seriam muito fracas as possibilidades de exportação no futuro, visto os 20 biliões de reservas norte-americanas e os 22,5 da União Soviética deverem ser, em sua quase totalidade, consumidos nos respectivos países 1.
A acrescentar a estas perspectivas há as dificuldades nas pesquisas, cada vez mais difíceis e caras, e as vicissitudes políticas na ordem internacional, que tornam precária a posição dos importadores.
Não é brilhante, pelas razões que sucintamente acabam de ser expostas, o futuro do problema da importação dos combustíveis - e foi baseado em tão sombrias perspectivas que o relator das contas públicas, em apêndices aos pareceres de 1942 e 1943 e em discursos na Assembleia Nacional, tratou largamente das possibilidades dos rios portugueses, sobretudo do Douro e do Tejo, que são indubitàvelmente dois dos nossos maiores valores, neste e em outros aspectos.

A origem dos combustíveis

14. Quase todo o carvão consumido em Portugal em 1938, com excepção do obtido de jazigos nacionais, vinha da Inglaterra e Alemanha. Em 1946 era importado em grande escala da América do Norte.
O valor unitário em 1938 andava à roda de 151$ por tonelada e passou para 542$ naquele último ano.
A origem dos combustíveis sólidos foi a seguinte:

QUADRO X

Origem dos combustíveis sólidos

(Carvões)

[Ver Quadro na Imagem]

O deslocamento do comércio de carvão para a América teve grandes inconvenientes, além de o tornar mais caro. A maior parte das instalações térmicas nacionais foram projectadas para a queima de combustíveis eu-

1 Economist de 20 de Setembro de 1947.