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288-(108) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

QUADRO XIV

Origem das importações de algodão

(Contos)

[Ver Quadro na Imagem]

(a) Não inclui remessas postais para os territórios do Cabo Verde, Guiné, S. Tomé e Príncipe, índia, Macau o Timor, no valor de 254 contos.

A importação em 1946 foi constituída quase toda por algodão em rama ou caroço, matéria-prima para as indústrias nacionais.
Os fios e tecidos são em muito pequena quantidade.
Do algodão em rama de origem estrangeira há o que proveio do Egipto (32:714 contos), do Brasil (3:606 contos) e da Índia Britânica (1:027 contos). E mais nada.
Nos fios e tecidos avultam o fio (9:930 contos), os tecidos abertos com rendas (4:954 contos), e outros, que poderiam ser facilmente evitados, como chailes e lenços de diversos tipos, tecidos crus, brancos e tintos, e mais.
Quanto às exportações, vai quase tudo para o ultramar, como se verificou no quadro anterior. Tirando algumas remessas enviadas para Marrocos, o resto teve pouco interesse neste ano. Dos 28:487 contos atrás mencionados pertencem mais de 90 por cento a este pais.
A indústria algodoeira, como mostram os números, desempenha função importante na economia nacional. Não se poderá dizer, pelo simples exame das cifras, quanto da matéria-prima importada se reteve para r consumo interno. A importância da indústria ressalta, contudo, do facto de por exemplo, no ano de 1946 a exportação ter sido maior do que a importação. Se fossem conhecidas as reservas de matérias-primas e produtos no princípio de cada ano, poder-se-ia chegar a resultados sobre quanto foi usado no consumo nacional. O facto de haver exportação, apesar disso, numa indústria em que toda a matéria-prima é importada mostra o alto valor dessa indústria.
Não se compreende bem a sua pequena exportação para países estrangeiros. Tem largo mercado garantido, ou quase garantido, em domínios nacionais, que em 1946 atingiu cerca de meio milhão de contos e em 1938 andava à roda de 90:000; importa matéria-prima de territórios portugueses a preços de concorrência com a de outras origens. E, em muitos aspectos, os produtos nacionais podem ser idênticos aos de outros países.
Através dos entrepostos portugueses espalhados pelo Mundo poder-se-ia ter estabelecido exportação, que, até sem ser coisa por aí além, valorizaria a balança comercial.
Os mercados ultramarinos vão desaparecer, ou ficar bastante reduzidos, logo que se inicie em larga escala a manufactura de tecidos em Angola e Moçambique. Aparece assim no horizonte próximo uma ameaça ao trabalho interno, porque se não divisam por enquanto, ou não se fazem esforços no sentido de procurar, mercados que os possam substituir. A questão merece ser considerada com muita atenção, porque esta indústria emprega hoje muitos operários e movimenta outras actividades, sobretudo numa região em que a densidade demográfica é muito elevada.
Além dos produtos algodoeiros exportados, já descritos, há a acrescentar os que são empregados nos bordados dos Açores e Madeira, expedidos principalmente para os Estados Unidos, Brasil, Canadá e outros países americanos.
Representaram uma cifra muito alta, na qual estão incluídos o fio, o tecido e o trabalho. Não se poderá estabelecer a parte que corresponde ao último, mas deve ser de relevo no total.
O assunto será analisado mais adiante, porque só em bordados da Madeira e Açores, juntando as remessas por via postal, se exportaram em 1946, cerca de 256:000 contos. Esta soma é valiosa na economia das ilhas e pesa também sensivelmente como fonte de cambiais.

Ferro e aço

20. A terceira matéria-prima de grande relevância normalmente importada, por quantias e volume avultados, é o ferro e aço, que atingiu 154:162 toneladas em 1946, contra 108:747 em 1938.
Pesou na balança comercial do último ano com 431:000 contos. Compreende ferro fundido em gusa e aço em metralha, granalha ou limalha, além de sucata, barras, fio simples ou com preparo, folha de Flandres e outras mercadorias não especificadas.
É possível reduzir apreciàvelmente parte destas importações, como, por exemplo, a de folha de Flandres e de fio simples, mas a matéria-prima que serve para estes produtos, de possível manufactura em Portugal, há-de vir do estrangeiro enquanto mão for estabelecida a indústria siderúrgica no País.
Não é fácil elaborar uma estimativa completa do consumo de ferro e aço que compreenda, além das matérias-primas, as máquinas, aparelhos e produtos em obra;