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288-(112) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 132

As fosforites e apatites, que chegam em grande quantidade do Norte de África, são, com o ácido sulfúrico, a base da indústria dos superfosfatos. A importação em 1946 foi bastante mais elevada do que antes da guerra.
Neste ano exportaram-se adubos para Inglaterra no valor de 26:756 contos. O resto foi utilizado na agricultura, que poderia ainda consumir maiores quantidades para obter melhores produções.
O amianto, que vem da África Meridional Britânica, do Canadá e de Chipre, é utilizado na fabricação de produtos de fibrocimento, que tende a desenvolver-se. Parece haver indícios da exploração do amianto em Moçambique e já de lá vieram umas toneladas.
As gemas importadas, principalmente da Suíça, têm contrapartida nos 23:000 contos exportados para diversos países americanos.
O asfalto, o breu e o alcatrão suo essenciais em muitos misteres, sobretudo nas estradas e como aglutinantes. Importam-se agora principalmente dos Estados Unidos, Inglaterra, Holanda e Curaçau.
Tudo indica que Angola dentro de poucos anos bastará para o consumo interno. Os jazigos de libolites e de grés betuminosos parecem mostrar indícios que permitem encarar o estabelecimento de uma indústria interessante.
A importação de cimento da Jugoslávia foi esporádica. A indústria nacional, se bem apetrechada, pode satisfazer todas as necessidades internas e ainda exportar para o mercado ultramarino. O alargamento da actual capacidade e a instalação da indústria de cimento branco hão-de certamente conseguir isso dentro de alguns anos.
O País será sempre deficitário em certos metais que não existem no subsolo português, e, se existissem, o consumo e outras condições internas não permitiriam o estabelecimento da sua metalurgia. Tal acontece com o níquel, o mercúrio, talvez o cobre e suas ligas e o alumínio. Mas existem jazigos de chumbo, e não se compreende já, sobretudo considerando o preço actual, uma importação tão elevada deste metal, sem aparente contrapartida na exportação.
Os minérios portugueses de chumbo contem, em geral, prata e ouro, e parece serem de teor e em quantidade suficiente para .permitir indústria remuneradora.
Diversos metais de possível produção em Portugal precisam de ser cuidadosamente estudados, e entre eles convém mencionar o antimónio, que existe em pequenos jazigos espalhados pelo País; o crómio, já objecto de exploração; o manganês, sujeito a estudos actualmente, e outros de menos importância, mas susceptíveis de em conjunto, exercer influência na balança comercial, como o tungsténio. Parece, além disso, haver campo para a exploração de produtos do bário, de feldspatos e de várias substâncias minerais de interesse.

Produtos químicos

29. Outra verba importante que todos os anos sai do País é a que se destina à compra de produtos químicos como matéria-prima das indústrias nacionais. Saíram 271:180 contos em 1946 para seu pagamento e haviam saído 115:633 contos em 1938. O peso em cada um destes anos elevou-se, respectivamente, a 96:997 e 109:377 toneladas.
As cifras são muito baixas se considerarmos que em produtos químicos se encontram adubos de alta importância para a lavoura, como o sulfato de amónio, o cloreto de potássio e os nitratos, que não puderam ser importados em quantidades suficientes em 1946. Também há na longa lista das importações produtos que são a base de muitas indústrias essenciais, como a soda cáustica, diversos ácidos, sais, óleos e óxidos de diversa natureza.
Não é possível dar uma perfeita ideia do que representa esta rubrica das importações na economia nacional. A fim de esclarecer o assunto, publica-se a seguir, no quadro XXII, uma lista dos produtos que em 1946 se cifraram em mais de 1:000 contos. A sua natureza e variedade mostram as possibilidades internas.

QUADRO XXII

Importação de produtos químicos

[Ver Quadro na Imagem]