O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

4 DE MARÇO DE 1948 288-(113)

[Ver Tabela na Imagem]

A larga lista que acaba de se transcrever não diz ainda a importância que pode vir a ter uma indústria química convenientemente organizada.
Na rubrica «Outros produtos» inclui-se grande número de artigos de interesse na vida económica e obtidos como subprodutos de indústrias já existentes ou derivados de matérias-primas nacionais. Mas a organização de uma indústria desta natureza não é coisa fácil e necessita de conhecimentos técnicos bastante especializados, que ainda se não adquirem entre nós. Para neutralizar a importação de produtos químicos que não podem ser fabricados dentro do País, em virtude do seu fraco consumo e alta especialização, há vantagem em explorar as probabilidades de êxito de certas indústrias.
A energia sobrante dos aproveitamentos hidroeléctricos em curso e de outros que venham a explorar-se deve ser utilizada na electroquímica. Portugal pode seu um país exportador de alguns dos produtos incluídos na actual lista das importações, além de se abastecer a si próprio, e o caso da soda cáustica é típico.
A pequena utilização de adubos azotados foi sempre uma das grandes deficiências da agricultura nacional e concorre para o seu fraco rendimento em muitos aspectos. Não há motivos que se oponham ao consumo de 100:000 toneladas ou mais de adubos azotados.
Está em construção uma fábrica de sulfato de amónio e em projecto uma outra de grande capacidade. É natural que dentro de alguns anos o problema dos adubos azotados esteja resolvido no que diz respeito às necessidades quantitativas da agricultura - mas nunca deve ser esquecido que a resolução do problema implica baixa do preço do adubo e que erros cometidos que tendam a elevar esse preço de custo se reflectem gravemente na produção agrícola. As mesmas considerações se podem fazer para outros adubos azotados, como a cianamida cálcica e os nitratos.
Há casos, no capítulo dos produtos químicos, que mereciam ser vistos com maior largueza, proibida pela índole deste estudo. Aqueles que dizem respeito à exportação de matérias que, uma vez transformadas no estrangeiro, voltam à origem na sua forma de utilização, como os sarros do vinho e os tartaratos, mereciam ser considerados à luz da possibilidade da introdução da indústria transformadora dentro do País.
Antigamente, em 1938, o principal fornecedor de produtos químicos era a Alemanha, que conseguia manter em todo o Mundo a hegemonia em indústrias desta natureza. Hoje a Inglaterra e os Estados Unidos enviam quase 80 por cento do consumo nacional, seguidos logo pela Bélgica e Suíça, e em menor escala pela Noruega e Suécia, no caso da cianamida cálcica e nitrato de amónio. O potássio vem de Espanha e os óleos essenciais para perfumarias são importados da França, além de outros pontos.
O sulfato de amónio em 1946 veio todo da Bélgica. Os principais fornecedores antes da guerra eram a Alemanha e a Inglaterra.
Os produtos químicos e substâncias medicinais importaram em cerca de 38:000 contos, nos quais se encontram incluídos um pouco mais de 2:300 para sulfamidas e perto de 2:000 de vitaminas.
Nos produtos químicos para as indústrias há 2:708 contos para curtimento de peles e 6:121 para estampagem, tinturaria e acabamento de tecidos, além de outros de vária natureza. Quase tudo veio dos Estados Unidos, Inglaterra e Suíça.

Diversas matérias-primas

30. No último capítulo das matérias-primas, que a estatística designa por «Diversas», incluem-se alguns produtos importantes, como a cera em bruto, os extractos tintórios e tanantes, pastas, plásticos (que começam a ter grande relevo na indústria) e mercadorias de vária proveniência usadas em navios nacionais, importadas em regime especial, que incluem carvão, óleos combustíveis e outros, no total de 51:336 toneladas, ou 37:365 coutos, em 1946.