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368 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 73

justo distribuir por outros consumidores a diferença de preço da energia fornecida a esta indústria.
A produção do sulfato de amónio em Portugal na quantidade de cerca de 100:000 toneladas evita a saída para o estrangeiro, anualmente, de uma importância superior a 200:000 contos o dá trabalho a engenheiro: e operários especializados, contribuindo assim para absorver tantos dos nossos diplomados com engenharia e muita mão-de-obra industrial.
Depois o agravamento das tarifas para os outros consumidores de energia não tem peso sensível.
Vejamos, por exemplo, o caso do Amoníaco Português, na hipótese de vir a ser abastecido de energia pelo Castelo do Bode e pelo Cávado-Rabagão.
Estas duas barragens produzirão, pelo menos, 600.000:000 de kWh por ano.
0 Amoníaco Português, na sua primeira fase, para produzir 25:000 toneladas de sulfato de amónio precisa de 100.000:000 de kWh, ou seja 20 por cento da energia produzida pelas duas empresas.
Se o Zêzere entrega a energia nas suas barras a 422 e o Cavado a 627, temos o preço médio de 623(5) kWh.
Logo os 500.000:000 a M(5), rendem 117:500 contos.
Se ao Amoníaco Português forem cedidos os 100.000:000 a $06, ficar-lhe-à a energia a $09 ou a $08, conforme pagar $03 ou $02 para transporte da mesma.
Esses 100.000:000 a $06 rendem às empresas 6:000 contos, que, deduzidos dos 117:500 contos que elas têm de realizar ao preço médio de 493(5), dá 111:500 contos.
É esta importância que as empresas precisam de realizar nos 400.000:000 de kWh que lhes ficam depois de abastecerem o Amoníaco.
Dividindo esses 111:500 contos pelos 400.000:000 de kWh, dá o preço de $28 por kWh, ou seja um agravamento de $04(5) em cada kWh, para os consumidores dos 400.000:000.
Não é ilegítimo que tal sacrifício, bem reduzido, seja suportado em beneficio da agricultura, que é em beneficio directo de toda a população portuguesa, pela qual a agricultura faz sacrifícios de bem maior monta.
Também é de esperar que na utilização da energia hidroeléctrica se tenha sempre presente a necessidade de levar essa energia até aos campos a preço conveniente.
Apoiados.
Sr. Presidente: em perfeita concordância com as considerações que acabo de fazer, posso concluir que todas as verbas extraordinariamente despendidas com as realizações que beneficiaram a terra e as populações rurais são altamente reprodutivas sob o ponto de vista económico e de profunda e benéfica projecção imediata e no futuro sobre o trabalho nacional, sobro o nível de vida das populações, que, antes de filosofar, precisam de viver.
Portanto, na linha de rumo a traçar, as despesas reprodutivas e de robustecimento da vida económica devem er colocadas no primeiro plano, direi mesmo que devem er graduadas em primeiro lugar, de preferência a quaisquer outras.
E praza a Deus, Sr. Presidente, que todos os portugueses de boa vontade, todos os homens bem formados, todos os portugueses de responsabilidade intelectual considerem e apreciem de alto a obra formidável que se realizou nestes quinze anos, tão radicada nos melhores sentimentos patrióticos e tão profundamente imbuída de um nobre sentido humano, para que em Portugal se mantenha um clima propício á continuação desta obra de sentido universalista e de redenção o dignificação de uma pátria.
As gerações vindouras bendirão os grandes obreiros Carmona e Salazar e todos quantos com eles colaboraram neste esforço heróico.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente:- Vou dar por findos os trabalhos de hoje. Amanhã haverá sessão, com a mesma ordem do dia.
Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas o 15 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Artur Proença Duarte.
Délio Nobre Santos.
Joaquim Dinis da Fonseca.
Manuel França Vigon.
D. Maria Baptista dos Santos Guardiola.
D. Maria Leonor Correia Botelho.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque. Paulo Cancela de Abreu.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Abel Maria Castro de Lacerda.
Alberto Henriques de Araújo.
Artur Rodrigues Marques de Carvalho.
Avelino de Sousa Campos.
Carlos de Azevedo Mendes.
Carlos Vasco Michon de Oliveira Mourão.
Daniel Maria Vieira Barbosa.
Diogo Pacheco de Amorim.
Francisco Higino Craveiro Lopes.
Francisco Maria de Magalhães e Meneses Vilas Boas Vilar.
Gaspar Inácio Ferreira.
Joaquim de Moura Relvas.
Jorge Botelho Moniz.
José Diogo Mascarenhas Gaivão.
José Gualberto de Sá Carneiro.
José Maria Braga da Cruz.
José Pinto Meneres.
Luís Maria da Silva Lima Faleiro.
Manuel Cerqueira Gomes.
Manuel Colares Pereira.
Manuel Maria Vaz.
Manuel de Sousa Meneses.
Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.
Teófilo Duarte.
Vasco de Campos.

O Redactor - Luís de Avillez.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA