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856 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 158

O Orador:- Afirmo, Sr. Presidente, que não há período da história pátria que em realizações de interesse geral supere o que decorre desde 27 de Abril de l928 até hoje e que nos últimos quatro séculos jamais Portugal gozou, entre as nações, do prestigio actual.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:- Entendo, por isso, que esta data histórica deve ser comemorada condignamente pela nação portuguesa na ocasião em que sobre ela se complete um quarto de século. E, como esta Assembleia é legitima representante da Nação, entendo dever sair daqui, do seio dela, uma delegação encarregada de, em colaboração com o Ministério das Obras Públicas, promover a comemorarão dos vinte e cinco anos do Governo de Salazar, devendo a respectiva data ficar assinalada por obras de grande vulto e de verdadeiro interesso nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- Lembro, Sr. Presidente, uma dessas obras, que ficaria a atentar pelos séculos além os vinte e cinco anos do Governo de Salazar o que constituiria como que a cúpula de toda a administração salazarista.
Seria a construção da ponte sobre o Tejo, que ligasse esta formosíssima cidade de Lisboa a Outra Banda, obra esta de tanto relevo e importância para a capital do império, para a economia da Nação o para as populações que ficam ao sul do Tejo, entre as quais avulta a do Barreiro e a de Almada.
O Barreiro é hoje um dos maiores centros industriais do País, com numerosas e variadas fábricas e com uma população que anda pelos 30 000 habitantes. Além disso, tem o Barreiro um tráfego intensíssimo, por constituir o término do caminho de ferro do Sul e Sueste, e a ligação mais importante do Sul com o Centro e o Norte do País.
Almada, com mais de 40 000 habitantes, também possui numerosas fábricas, dai partem as carreiras de camionetas para o Alto e Baixo Alentejo e para o Algarve e é região turística importantíssima, acorrendo diariamente, no Verão, à sua formosíssima praia - Costa da Caparica - milhares de pessoas.
O serviço actual de transportes entre Cacilhas e a capital está longe de satisfazer os interesses do País, pelas demoras a que dá lugar.
Por isso a construção da mencionada ponto seria do grande interesse colectivo e concorreria para o aformoseamento da capital.
E poderia a adjudicação da construção desta obra notável ser feita em 27 do Abril de 1953, em comemoração dos vinte e cinco anos do governo do Salazar, para o que essa ponte deveria ficar a chamar-se "Ponte Salazar".
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Vaz Monteiro: - Sr. Presidente: durante o interregno, que hoje terminou, dos nossos trabalhos houve vários acontecimentos que pelo seu interesso nacional merecem ser devidamente considerados pela Assembleia Nacional.
No que diz respeito ao ultramar, além da visita ministerial as nossas províncias do Extremo Oriente. - Índia, Macau o Timor -, houve uma decisão do Governo à qual me desejo referir, devido a sua extraordinária importância na valorização da província de Angola.
Há muitos anos que os nossos engenheiros vem realizando aturados estudos, sobretudo nas províncias de Angola e Moçambique, relativos ao fomento o povoamento.
Haja em vista a copiosa soma de elementos valiosos desses estudos técnicos de que nos pudemos aperceber na conferência notável proferida pelo Sr. Subsecretário do Estado do Ultramar, engenheiro Trigo de Morais, realizada em 1 de Junho de 1951 no Instituto Superior Técnico.
Mas nem sempre, é possível, por dificuldades de vária ordem, executar com a brevidade desejada aquilo que a técnica aconselha para se desenvolver o fomento no ultramar.
Tudo leva o seu tempo.
Por várias vezes na Assembleia Nacional se têm feito referências à necessidade imperiosa de valorizar o Sul de Angola. E já muito se tem realizado em beneficio dessa vasta e rica região daquela graúdo província ultramarina.
Mas, Sr. Presidente, houve um despacho governamental, exarado recentemente por quem tudo tom sacrificado, num labutar constante o exaustivo, em beneficio da Nação, que merece ser apreciado na Assembleia Nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- S. Ex.ª o Presidente do Conselho, Prof. Salazar, por seu despacho de 22 do Maio findo, depois de ponderadamente estudado o assunto sob os seus variados aspectos, autorizou a execução de obras de fomento no Sul de Angola, na importância de 190 mil contos.
Autorizou o prolongamento do caminho de ferro de Moçâmedes até Matala, em direcção à fronteira da Rodésia do Norte; autorizou a construção da ponte-açude sobre o rio Cunene, em Matala, que servirá ao mesmo tempo de estrada e passagem àquele caminho de ferro, e autorizou o aproveitamento da queda de água e a instalação da central hidroeléctrica e da linha de transporte da energia para a cidade de Sá da Bandeira.
Todas estas obras, que vão ter continuação no projecto de lei do Plano de Fomento, foram autorizadas por Salazar no dia 22 de Maio do corrente ano, quando estava a gerir os negócios do ultramar, nos termos do artigo 107.° da Constituição Política.
Salazar prestou assim um alto serviço à Nação e especialmente à província de Angola.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- As populações mais directamente beneficiadas exprimiram-lhe o seu agradecimento, o que não admira, porque a gratidão e o patriotismo são timbres dos colonos portugueses.
Pelo montante das obras a realizar c pêlos fins de natureza política, social e económica que se vão atingir na vida interna de Angola e nas relações exteriores com os países vizinhos, o despacho do Salazar exarado em 22 de Maio de transcendente importância e o seu alcance ultrapassa o limite das nossas fronteiras.
O prolongamento para leste do caminho de ferro do Moçâmedes vai satisfazer os interesses de regiões do Sul do Angola e os interesses da Rodésia do Norte o da Rodésia do Sul, que têm a sua grande aspiração de dispor de um porto de mar no oceano Atlântico.
A grande nação n portuguesa sempre se manteve fiel ao princípio de leal e firmemente colaborar com os seus vizinhos no desenvolvimento dos seus territórios, pondo à sua disposição os nossos portos e levando o traçado