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1056 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 168

g) Ouro e metais associados: conclusão dos trabalhos em curso; prosseguimento dos estudos da faixa de sulfuretos auríferos de Outeiro e Mogadouro; início do estudo pormenorizado da faixa auro-antimonífera do Douro;
h) Minérios de cobre e chumbo: conclusão das pesquisas nos concelhos de Moura e Montemor-o-Novo; reconhecimento nas áreas em estudo de Alandroal, Barrancos e Almodôvar; conclusão de trabalhos em alguns jazigos de chumbo;
i) Minérios de zinco: conclusão da 1.º fase do reconhecimento das minas da Herdade de Vila Ruiva e da Preguiça, em Moura;
j) Minérios radiouraníferos: prospecção dos jazigos radiouraníferos e beneficiamento dos seus minérios;
l) Instalação de laboratórios e oficinas de ensaios: como complemento do plano de fomento mineiro há que prever a instalação da aparelhagem de laboratório e oficinas de preparação e fundição de minérios adquirida ao abrigo da ajuda directa Marshall.

3. No decurso destes trabalhos os Serviços Geológicos reunirão todos os elementos da sua especialidade e terão em vista acelerar o ritmo da publicação da carta geológica. Para este efeito, estreitar-se-á a colaboração entre aqueles Serviços e os centros universitários.

4. O custeio da execução deste programa, na parte que compete ao Estado, efectuar-se-á pelas dotações ordinárias do orçamento.

III

Energia eléctrica

1. A capacidade energética dos nossos rios está ainda incompletamente reconhecida; os estudos efectuados mostram, porém, não ser inferior a 8:000 milhões de kWh, dos quais só cerca de unia décima parte se encontra aproveitada. É possível, pois, aumentar consideràvelmente a produção de energia hidroeléctrica e não oferece dúvida que urge fazê-lo.
Em primeiro lugar, porque no ano de 1951, apesar da contribuição do Castelo do Bode, da Venda Nova e do sistema Belver-Pracana, ficaram ainda a descoberto 22 por cento do consumo, que tiveram de ser satisfeitos com energia térmica; depois, porque a procura de electricidade, tanto para usos industriais e agrícolas coma domésticos, tenderá a crescer notavelmente nos anos próximos, em virtude não só do progresso económico do País, como do desenvolvimento da rede de distribuição e da melhoria das condições de vida.
Com efeito - abstraindo embora das quantidades necessárias à tracção e rega em grande escala e, eventualmente, à electrossiderurgia -, prevê-se a seguinte evolução da procura até fins de 1958:

Milhões de kwh

1952........................................ 1:390
1953........................................ 1:570
1954........................................ 1:690
1955........................................ 1:810
1956........................................ 1:490
1957........................................ 2:070
1958........................................ 2:210

Se se atender a que o consumo de 1951 totalizou 1:040 milhões de kWh, a procura prevista para 1958 representará, assim, um acréscimo de 112,5 por cento em relação àquele, o que, se é muito em números proporcionais, ainda deixará a nossa capitação de consumo em nível inferior ao de tantos outros países da Europa, como se vê do seguinte quadro:

Capitação em 1949
(kWh por habitante)

Noruega.............................. 4:863
Suécia............................... 2:197
Suíça................................ 2:073
Inglaterra........................... 976
Bélgica.............................. 949
França............................... 728
Holanda.............................. 598
Itália............................... 450
Irlanda.............................. 247
Espanha.............................. 185
Portugal (1958)1...................... 245

1 Suposta uma população de 9.000:000 de habitantes.

2. É evidente, portanto, a urgência de prosseguir nos aproveitamentos hidroeléctricos. Ora, de entre os aproveitamentos possíveis, parece dever dar-se prioridade aos que, satisfazendo às exigências crescentes da procura, produzirem energia ao mais baixo custo, regularizarem os caudais com as suas albufeiras, permitirem a utilização múltipla dos rios e compensarem os aproveitamentos a fio de água.
Foi com base neste critério de preferência e depois de longamente ponderado o assunto que se elaborou um programa de trabalhos, pelo qual se procederia à construção imediata dos aproveitamentos do Cabril, no Zêzere, de Salamonde e da Caniçada, no Cávado - os dois primeiros já em curso -, e se ultimaria o estudo da bacia hidrográfica do Douro, de modo a iniciar-se em curto prazo a realização da 1.ª fase dos respectivos trabalhos.
Todos os empreendimentos previstos poderão ficar concluídos até 1958, deles resultando a seguinte produção de energia (milhões de kwh) a partir de 1953:

[Ver Tabela na Imagem]

Pode, assim, computar-se a produção total de energia hidráulica durante os próximos seis anos:

[Ver Tabela na Imagem]

3. A execução do programa formulado, em concorrência com o desenvolvimento da produção dos actuais aproveitamentos, permitirá, pois, extinguir em 1958 o nosso déficit de energia hídrica. Em anos de reduzida hidraulicidade a produção será, todavia, menor, tendo de compensar-se com energia térmica a insuficiência da energia hidráulica, visto que a criação de grandes re-