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21 DE NOVEMBRO DE 1952 1059

Por isso se prevê para realização imediata a montagem de uma instalação capaz de produzir à roda de 20:000 toneladas anuais de gusa.
A laboração desta unidade durante um ou dois anos permitirá preparar os quadros do pessoal técnico indispensável e realizar com inteira segurança a instalação definitiva dentro do período do plano.

6. Com vista à conclusão dos estudos e à montagem completa da indústria, prevê-se a verba de 250:000 contos, que, numa primeira estimativa, se supõe suficiente para a realização do empreendimento.

V

Refinação de petróleos

1. O consumo dos principais derivados de petróleo bruto tem aumentado consideravelmente nos últimos anos; sendo inferior a 200:000 toneladas em 1939, ultrapassou 650:000 em 1951, assim distribuídas:

Toneladas

Gasolina.......................... 134:000
Petróleo.......................... 119:000
Gasóleo........................... 131:000
Fuel-oil.......................... 278:000

Tudo leva a crer que o aumento prossiga e se acentue nos anos futuros por força do desenvolvimento industrial do País, da melhoria do teor de vida e do incremento dos meios de transporte.
Por outro lado, é hoje problema de especial importância a aquisição de derivados do petróleo, não só em quantidade, mas, particularmente, em certas qualidades, devendo procurar-se maior autonomia no aprovisionamento destes produtos.
Cabe à empresa concessionária da indústria de refinação de petróleos em Portugal o abastecimento de 50 por cento do consumo metropolitano. Porém, o actual equipamento fabril de que dispõe tornou-se insuficiente para satisfazer as crescentes exigências do País, impondo-se, por isso, a ampliação e melhoria das suas instalações.
Acresce que a actual estrutura do mercado mundial e o desenvolvimento das fontes de abastecimento em petróleo bruto do Médio Oriente favorecem notavelmente a nossa posição geográfica no que respeita às possibilidades de a indústria nacional de refinação ampliar a sua acção não só ao abastecimento de maior parcela do mercado interno, incluindo o ultramarino, como a exportação para outros mercados, com base nos fornecimentos de matéria-prima proveniente daquela origem.
Estas circunstâncias conduzirão à melhoria da posição cambial do País, pelas divisas que se economizam ou ganham, além de permitir uma maior colocação de mão-de-obra nacional.

2. Em face do interesse que para a economia nacional resultará da remodelação e ampliação da indústria de refinação de petróleos, não se afigura excessiva a elevação da capacidade anual de tratamento da refinaria para 1 milhão de toneladas. Podendo fraccionar actualmente para cima de 400:000 em operações de topping, a aparelhagem instalada não lhe consente, todavia, o ajustamento da produção às necessidades do mercado. Desequilibrada nas quantidades obtidas de cada um dos produtos, a qualidade de alguns não pode ser melhorada sem a montagem de novos instrumentos de trabalho.
Daqui a necessidade de se promover a melhoria e ampliação do equipamento da indústria com vista ao aperfeiçoamento das qualidades e à criação de maior domínio na produção a obter.
A expansão e o aperfeiçoamento da refinaria nacional obedecerá ao seguinte programa:

a) Ampliação das actuais colunas de topping e seu acoplamento com uma nova coluna de fraccionamento primário, permitindo fraccionar anualmente, em regime atmosférico, cerca de 1 milhão de toneladas de petróleos brutos;
b) Instalação de uma unidade de cracking catalítico com a capacidade de tratamento diário de cerca de 1:000 toneladas de carga fresca (fresh feed), compreendendo as unidades de recuperação e polimerização de gases;
c) Instalação de uma unidade de tratamento de petróleo, gasóleo e óleos lubrificantes pelo anidrido sulfuroso líquido;
d) Instalação de uma unidade de oxidação de asfalto com a capacidade de cerca de 100 toneladas por dia;
e) Instalação de todo o equipamento complementar e acessório que assegure o funcionamento das instalações remodeladas.

3. Desta fornia a refinaria ficará equipada para a produção da quase totalidade dos combustíveis líquidos e gasosos derivados do petróleo bruto, asfaltes soprados, dissolventes e certas variedades de óleos lubrificantes.
Poderá, além disso, permitir a recuperação e aproveitamento de apreciável quantidade de gases servindo para a queima ou para a produção de diversos produtos, inclusive o hidrogénio químico, matéria-prima fundamental do fabrico dos adubos azotados.
Prevê-se que a execução daquele programa, aliás já em curso, importe em 280:000 contos.

VI

Adubos azotados

1. Os adubos azotados constituem elementos indispensáveis à fertilização das terras e são já hoje consumidos no País em quantidades volumosas, como resulta dos seguintes números, representativos das importações nos últimos anos:

[Ver Tabela na Imagem]

1 Compreende os nitratos de amónio, do cálcio, de sódio e do potássio, o nitro-calamónio e o calamónitro.

Ora, desde que a técnica em princípios deste século permitiu a fixação do azoto atmosférico, os próprios países desprovidos de nitrato de sódio e de carvão ficaram habilitados a produzir aqueles adubos. E não admira que, tratando-se de elementos de tanto valor para a agricultura - já nem se fala da importância dos nitratos para o fabrico de explosivos -, esses países procurassem prevenir-se contra a possível irregularidade dos fornecimentos externos e contra as flutuações dos preços, criando a sua indústria de azotados.