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21 DE NOVEMBRO DE 1952 1 101

É por isso que, ao falar-se atrás na assistência agrária do Estado, se lembrou o ensino agrícola feito como complemento dessa assistência - o que já hoje se pratica, embora em escala muito limitada; e é ainda na mesma orientação que a Câmara se regozija por ver em marcha o programa de construção de novas escolas industriais e comerciais.
Após a publicação da Lei n.º 2 025, que reorganizou este ensino, elaborou-se um programa de construção de escolas técnicas que, depois de algumas modificações, ficou abrangendo vinte e três, edifícios novos e sete adaptações em edifícios já existentes.
Tem estado esse programa em marcha, e dele se concluíram quatro edifícios novos e uma adaptação; não se vê, por isso, que o prosseguimento de obra tão útil necessite de alinhar entre os capítulos do presente Plano, dado que não alinham aí outros edifícios ou obras públicas sem reprodutividade directa, mas que com igual legitimidade lá poderiam figurar (escolas de outros ramos, sobretudo primárias, pontes e estradas).
Ter-se-ia compreendido melhor si inclusão desta rubrica no Plano se se tivesse encarado um campo mais vasto do ensino técnico, quanto aos seus diversos ramos e quanto às suas necessidades, além dos edifícios, dando a estes serviços um desafogo que hoje não têm.
Sobretudo o ensino elementar agrícola, tão necessário e tão deficiente, apesar de sobre ele se terem debruçado pessoas de real mérito, bem merecia a protecção generosa de um Plano de Fomento disposto a atacar de frente esse difícil e momentoso problema, embora correndo o risco de ficar vencido ou de não ter uma vitória nítida. A derrota não é desonra; fugir ao combate é pior.
Em paralelo com o ensino, seria tempo de olhar atentamente a investigação; o fundo de empirismo em que vivem as nossas actividades industriais ou agrícolas, quando a indústria e a agricultura se tornam mais e anais ciência aplicada, e a necessidade de estudar problemas específicos nossos, que a investigação estrangeira não abraça, apontam-nos o caminho, que alguns não vêem porque investigar é caminhar no escuro. Mas a luz vem depois das trevas; já assim foi no princípio do Mundo. Pensar que a investigação é um luxo caro da inteligência é ler as ideias atrasadas um século.
É por isso que a Câmara Corporativa, ao tratar da assistência à agricultura e da modernização da indústria, se referiu aos centros de investigação; e é ainda por isso que lhe teria sido grato ver o assunto tratado com generalidade no Plano em discussão.
Temos entre nós um exemplo de actualidade: o Laboratório Nacional de Engenharia. Civil, nascido modestamente há uma dúzia de anos numa cave do Instituto Superior Técnico, é agora um centro valioso de investigação e estudo; o que lá se faz hoje, ou se fazia no estrangeiro ou, mais frequentemente, não se fazia em parte nenhuma; seguia-se a rotina ou confiava-se excessivamente nas deduções teóricas.
O programa que se ambicionaria não foi proposto, e nào pode esta Câmara esboçá-lo nos curtos dias em que dificilmente escreve os seus pareceres; mas, na sua falta, nada se objecta à inclusão das escolas técnicas nos termos em que as propõe o Plano. A verba que lhes é atribuída (200:000 contos) permitirá, pelo que se presume, que o volume de obras seja até ligeiramente aumentado em relação à previsão inicial.
Junta-se o parecer subsidiário da secção de Obras públicas e comunicações (V. anexo VI).

XII) Financiamento do Plano

Ao passar em revista os programas de trabalho em cada um dos capítulos do Plano, fez a Câmara Corporativa alguns comentários ao valor dos investimentos respectivos, justificando para uns a necessidade de aumentar as verbas e fazendo para outros a recomendação de que o fossem. Mostrou-se ainda que em alguns casos (aviação civil e CTT) não foram contadas nos investimentos certas verbas complementares, o que tira homogeneidade ao cômputo dos encargos a cobrir à sombra do Plano.
Para fácil apreciação do assunto, no que se refere ao continente e ilhas, se elaborou o quadro seguinte, onde se resumem os valores dos investimentos que constam do Plano e as alterações propostas pela Câmara Corporativa.

Investimentos no continente e ilhas

(Milhares de contos)

[ver tabela na imagem]