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21 DE NOVEMBRO DE 1952 1123

Considera-se também o ano de 1959, embora já não esteja incluído no Plano, pela razão que veremos adiante.
Se somarmos a estes valores os restantes consumos permanentes, que atrás excluímos e que são sensivelmente constantes, encontraremos para o conjunto do País o aumento médio anual de 11 por cento - número que não tem nada de exagerado.
Vejamos as previsões (para a electroquímica - sem contar o presumível consumo da electrossiderurgia.
O consumo já verificado este no até ao fim de Setembro na produção de amoníaco, carboreto, ferro-ligas e cloro permite prever até ao fim de Dezembro o consumo total já atrás indicado de, 230 milhões de kilowatts-hora, se até ao fim do ano chover normalmente.
Este consumo repartir-se-á assim:

Milhões de kilowatts-hora
Amoníaco......................... 200
Outras produções................. 30
Total............................ 230

Não há razões para prever que em 1953 o número seja muito superior a este; mas se quisermos atribuir à indústria do amoníaco a utilização anual de 6 000 horas, que se reputa o máximo normal, aquele número aumentará 20 milhões.
Nos anos seguintes, com as previstas ampliações das fábricas de Estarreja, Alferrarede e Canas de Senhorim, não será exagerado contar com 320 milhões; como as ampliações das duas primeiras fábricas se presume não entrarem em serviço antes do meado de 1954, tomemos para este ano o valor intermédio de 280 milhões. Se supusermos que nenhuma outra electroquímica de grande vulto se montará em termos de trabalhar antes de 1958, poderemos, manter como constante aquele valor de 320 milhões; e se, por outro lado, para não complicar as contas, considerarmos o consumo da electroquímica igual à produção, isto é, se desprezarmos os 4 ou 5 por cento de perdas a que dará lugar o seu transporte (correcção inferior à margem de erro destas, previsões), concluiremos que as necessidades de produção hidráulica para o conjunto dos consumos permanentes e não permanentes a alimentar pela rede eléctrica nacional (Massarelos à parte) são os seguintes, em milhões de killowatts-hora:

[ver tabela na imagem]

Estes números, que se têm por mais ajustados à realidade do que os que figuram no Plano, são inferiores a estes até 1956 e um pouco superiores nos anos seguintes.

4) O PROGRAMA DE CENTRAIS. - Ao ler-se o quadro das novas centrais cuja construção o Plano prevê, salta à vista este pormenor: não se considera a conclusão dos sistemas do Zêzere e do Cávado. Esta secção tem por defeituosa esta omissão, que julga resultar do facto de
que à data em que o Plano se começou a elaborar nào havia números definitivos sobre os aproveitamentos da Bouça e Paradela, que completam os sistemas referidos; mus com o incremento que os estudos tiveram no último ano, essas centrais apresentam-se hoje como valores reconhecidos, que completam com lógica e eficiência o aproveitamento hidroeléctrico dos dois rios na parte concedida.
Há que notar, antes de mais nada, que cada uma das duas empresas dispõe de unia organização, um equipamento e um quadro de pessoal que não têm dado más provas, e que tudo aconselha u manter em actividade, a bem do rendimento do trabalho, que é como quem diz do custo das obras.
Se o programa da Hidro-Eléctrioa do Zêzere acaba no Cabril e o da. Hidro-Eléctrica do Cávado na Caniçada, param e emudecem os estaleiros, dispersa-se o pessoal, desengrena-se a organização, e ficará sempre um resíduo cujo encargo posará na empresa como lastro inútil. Simultâneamente, outros andarão por outro lado a comprar equipamentos e engajar pessoal, numa duplicação de esforços e despesas que só parece justificar-se no limite em que for necessária. A construção de Bouça e Paradela, sem quebra de continuidade, só deveria ser abandonada se fortes razões a contra-indicassem. Mas parece que o contrário se verifica.
A central da Bouça é o complemento da central do Cabril; aproveita a mesma, albufeira e aumenta o seu valor 55 por cento, porque tudo se passa como se ela acrescentasse 52 m à queda média do Cabril.
A sua produção média anual é de 100 milhões de kilowatts-hora e o custo não deverá exceder, segundo as últimas estimativas, 180:000 coutos, pelo que o preço médio da sua energia, calculado em $18 por kilowatt-hora nas barras, contribuirá para melhorar o preço da energia do sistema do Zêzere, hoje fixado em $21. Para ligar esta central à rede existente basta construir uma linha com 35 km.
Por outro lado, a construção da central da Bouça, cujo estudo está concluído, seria facilitada se se aproveitasse para a execução das ensecadeiras o período em que se fechar a água no Cabril para começo de enchimento da albufeira (Primavera de 1954), o que deixará em seco o leito do rio a jusante. Nessa hipótese, a central da Bouça deverá poder iniciar a exploração em meado de 1956 - circunstância feliz como adiante veremos.
Quanto a Paradela, não se trata de nova central, mas de nova albufeira, que irá valorizar a central de Vila Nova, já em exploração, pois que com a montagem de mais um grupo de 50 000 kVA se aumenta de .170 para 330 milhões de kilowatts-hora a capacidade de produção média permanente, a que se devem somar 65 milhões, que representam o aumento de produção dos escalões de jusante. Há, pois, como vantagem desta obra - de acordo com o que foi dito atrás no n.º 1 -, o aproveitar muito do que já está feito naquela bacia, por ser um aproveitamento de montante, pelo que o preço rio kilowatt-hora nào pode deixar de ser muito favorável. A estimativa de custo mais recente (370:000 contos) deixa prever um preço não superior a $15 por kilowatt-hora, o que virá beneficiar o preço de produção de Vila Nova, desfavoravelmente influenciado pelas dificuldades de construção que surgiram durante as obras desta central, permitindo trazer o preço do conjunto do Cávado para muito perto de $19 por kilowatt-hora. Este aproveitamento, cujas primeiras obras poderão começar imediatamente, utilizando o equipamento que se liberta de Salamonde, pode entrar em exploração em 1956, simultaneamente com Bouça. Pelo que respeita à construção de linhas,