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1126 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 168

Para as restantes centrais existentes toma-se como média a produção de 1952, o que é legítimo porque foi médio o ano hidrológico de 1951-1952.
Para as centrais novas temos de considerar a sua produção permanente média aumentada da produção temporária, para que ela seja comparável com as previsões feitas atrás. Se considerarmos que os 320 milhões da electroquímica são fornecidos com as 6 000 horas de utilização anual já referida, que é uma utilização-limite, isso equivalerá a fazer o seu abastecimento à plena potência durante nove meses; e como o período de enchimento das albufeiras é em media de seis meses (16 de Novembro a 15 de Maio), concluiremos que o fornecimento à electroquímica é 2/3 permanente e Vá temporário.
Se, porém, tomarmos apenas 5 400 horas (e este número variará de ano para ano, segundo as disponibilidades), o fornecimento será de oito meses, com 50 por tento de energia permanente e 50 por cento de energia temporária.
Teremos então nesta hipótese média necessidade de 160 milhões de energia temporária, número que é fácil e obter atribuindo a cada central à roda de 10 por cento na sua produção permanente. Como a Castelo do Bode e Vila Nova caberão nessa base 50 milhões de kilo-Watts-hora, faltar-nos-ão 110 milhões, que se podem atribuir como segue (milhões de kilowatts-hora):

[ver tabela na imagem]

(a) Incluindo 65 milhões de aumento da produção de Salamonde e Caniçada.
(b) Incluindo 80 milhões de aumento da produção de Castelo de Bode.

Não está ainda feito, mas sabe-se que está no programa do Repartidor Nacional de Cargas, o estudo, que é longo, das disponibilidades de energia das várias centrais para consumos não permanentes numa sucessão de nos médios; mas tem-se a certeza de que os valores que ficam apontados estão largamente dentro, da realidade. O que se passou no ano corrente em Castelo do Bode e Vila Nova tranquiliza-nos a esse respeito.
Poderemos assim organizar o seguinte quadro da produção, em milhões de kilowatts-hora:

[ver tabela na imagem]

Comparando estas capacidades de produção com as necessidades determinadas atrás encontramos os seguintes saldos:

[ver tabela na imagem]

Estes saldos tocam bem mais de perto a realidade do que os que se calcularam no Plano. Basta notar que, sendo o ano de 1952 um ano de equilíbrio quase perfeito entre a produção hidráulica e o consumo, um saldo negativo de 420 milhões em 1953 teria o aspecto de descontinuidade estranha. Repete-se, porque é importante, que estes números se referem a anos de chuvas médias; em anos secos a capacidade de produção será diminuída.
No quadro anterior, das novas produções, atribui-se à central do Douro a produção de 410 milhões de kilo-watts-hora, correspondente a Carrapatelo, por ser o número conhecido e não se querer basear as contas em previsões feitas no ar. Mas a observação dos. saldos mostra que, se as previsões se confirmarem, esta central não será suficiente para manter o ritmo necessário após o termo do Plano; ela satisfaz em 1959 e satisfará ainda em 1960 à custa do saldo de 310 milhões, um pouco superior ao crescimento anual naquela época.
Quer isto dizer que, a optar-se por Carrapatelo, haverá provavelmente que começar outra central antes de 1958; mas o problema é longínquo e a incerteza destas previsões já afastadas aconselha a não ir mais longe. Oportunamente se verá. O Douro internacional resolveria melhor este aspecto da questão.
Ao possível erro das previsões que conduziram a este quadro junta-se a irregularidade dos anos hidrológicos; mas as deficiências de produção que venham a manifestar-se temos duas maneiras de as atalhar: reduzir os fornecimentos à electroquímica e pôr em serviço o apoio térmico.

6) O APOIO TÉRMICO. - Mal se haviam começado em 1946 as construções de Castelo de Bode e Vila Nova, que marcaram o início da era de engrandecimento que hoje vive a electricidade portuguesa, logo os meios técnicas interessados se preocuparam com o problema do apoio térmico, aliás focado na base II da Lei n.º 2002; e no II Congresso Nacional de Engenharia, reunido no