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1132 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 168

Na rede de transporte nada se oferece dizer quanto às verbas propostas, que parecem razoáveis, mesmo considerado b plano de centrais que se esboçou acima, visto que, como se indicou, as centrais de Paradela e Bouçã [...] pouco exigentes quanto a novas linhas, e essa é uma das suas virtudes. Mas se em vez de Carrapatelo vier a decidir-se a construção para entrar em serviço em 1959, de uma das centrais do Douro internacional, então a verba atribuída à rede de transportes é insuficiente. Se se mantiver a tensão de 150 KW, o maior comprimento de linhas em relação a Carrapatelo para a ligação a Ermesinde será de 300 Km (2 x 200 - 2x 50): o que dará um aumento de custo de 90:000 contos; se houver que recorrer a tensão mais elevada, não tem esta secção elementos para fixar um número, porque este dependerá do esquema que se adoptar.
Nas redes de grande e pequena distribuição nada se propõe que altere as verbas do Plano, embora se repute que elas não são folgadas para o que se deveria fazer; mas, em vista do aumento que as circunstâncias obrigam a fazer na produção, não sobra ânimo para elevar esta parcela.
Em resumo: as verbas que supomos necessárias para o programa de electrificação (não abrangida a electrificação ferroviária, que vai incluída na verba de transportes}, e suponho que do Douro se faz a central de Carrapatelo (do Douro internacional não se sabe o custo das centrais), são as seguintes:

Contos
a) Produção hidráulica ............ 2.430:000
b) Apoio térmico .................. 170:000
c) Rede de transporte ............. 200:000
d) Rede, de pequena distribuição .. 200:000
e) Rede de grande distribuição .... 240:000
Total ..... 3.240:000

Desta importância estão gastas até à presente data nas obras do Cávado do Zêzere e na ampliação da rede de transporte as verbas seguintes:

Contos
Cávado (Salamonde e Caniçada) ... 140.000
Zêzere (Cabril) ................. 150:000
Rede de transporte .............. 10:000
Total ..... 300:000

Para se aliviar como é modesta a parcela que fica consignada para distribuição, citam-se as verbas do plano francês 1946-1950 (plano Monnet) relativas à electricidade, das quais interessa apenas apreciar o valor relativo:

Milhões de francos
Produção hidráulica e térmica .... 103:000
Transporte ....................... 15:000
Distribuição (grande e pequena) .. 80:000

Mas a secção reconhece que, na impossibilidade de aumentar os números, já seria um avanço sensível se na vigência deste Plano se resolvessem, ainda que parcialmente, as situações dolorosas do Algarve, Baixo Alentejo e Trás-os-Montes, há tantos anos em suspenso, è sé efectuasse alguns complementos nas redes já existentes, No plano que se seguir a este se retomará ponderadamente o assunto, segundo os números e ideias da época.

A secção 3e Electricidade e combustíveis da Câmara Corporativa regozija-se com o impulso que a execução do Plano virá trazer a electrificação do País e dá-lhe o seu acordo com as alterações propostas neste parecer.

Refinação de petróleos

A ampliação da refinaria de petróleos de Cabo Ruivo, de que se ocupa o capítulo V do Plano, é uma obra, a que o extraordinário aumento de consumo não consente demoras e que arrastou consigo a execução de melhoramentos há vários anos reclamados.
De facto, vem de longe o conhecimento de que a nossa refinaria, independentemente da sua capacidade de produção, necessitava de certo equipamento suplementar para melhoria da qualidade dos seus produtos, mas só agora, quando o aumento cie capacidade se tornou premente, essa necessidade antiga vai encontrar satisfação em companhia da necessidade moderna.
A urgência de ampliar a capacidade de tratamento de ramas é indiscutível; o aumento de consumo do País em destilados do petróleo, que passou de 200 000 a 650 000 t entre 1939 e o ano findo; a perspectiva que se oferece de novo aumento nos anos futuros, embora em ritmo menos intenso; a actividade de construção e ampliação de refinarias que vai por toda a Europa, como forma de conseguir maior elasticidade na satisfação dos mercados e de poupar divisas pela preferência na compra de ramas em vez de destilados - tudo isto torna evidente a necessidade de aumentar, como se propõe, para 1 milhão de toneladas a capacidade de tratamento. O aumento de consumo dos derivados do petróleo, que atingiu na Europa a média de 18 por cento ao ano a partir de 1948 e que se espera continue nos anos próximos ao ritmo de 9 por cento, só tem paralelo no aumento de consumo da electricidade. Num e noutro caso as instalações de produção e distribuição têm a característica de indústrias sempre incompletas: mal se acaba uma fase de ampliação, começa a ser oportuno pensar na seguinte.
Até quando poderá ser assim? Na electricidade não se lhe vê limite; embora em alguns países do centro da Europa já esteja equipada cerca de metade da potência hidroeléctrica possível, há vastos recursos noutras regiões, há o carvão, que é ainda abundante, há as marés e o calor da água. do mar o haverá a energia atómica, a dar-nos electricidade através do ciclo térmico, a via pela qual hoje se encara a sua utilização industrial. Quanto ao petróleo, são mais difíceis e mais reservados os prognósticos; os produtos de síntese serão, porventura, um dos caminhos do futuro, mas nada indica que esteja para breve uma quebra na capacidade de extracção do petróleo natural.
Segundo as condições do seu alvará, a Sacor, concessionária da refinaria, só tem direito a metade do consumo do País, o que pode fazer supor que a ampliação proposta é excessiva; mas as coisas orientam-se no sentido de se destilar em Portugal parte dos artigos que formam a outra metade, e há negociações em curso para a destilação de 250 000 t anuais por conta de uma sociedade francesa.
Quanto ao equipamento suplementar incluído no Plano (unidade de cracking. refinação de destilados, oxidação de asfalto e instalações acessórias), que, como acima se diz, há muito fazia sentir a sua falta e que constitui Tinia actualização da refinaria, só tem esta Câmara de se regozijar com a decisão agora tomada.
Nas suas novas instalações a refinaria vai poder dosear as percentagens obtidas de cada tipo de produto, de acordo com a capacidade de absorção do mercado, evitando o excesso de produtos pesados que se tem verificado; passa a melhorar as qualidades dos seus artigos, permitindo, nomeadamente, remover do petróleo iluminante e dos óleos combustíveis ou lubrificantes certos produtos nocivos. (hidrocarbonetos aromáticos, hidrocarbonetos não saturados, substâncias asfálticas, etc.); permito aumentar o poder antidetonante da gasolina,