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21 DE NOVEMBRO DE 1952 1163

car, como também à satisfação dos mínimos de condições de vida, e com a vantagem de se irem reduzindo os avultados encargos com a manutenção das instalações adaptadas.
Além dessas construções para habitação, não poderão esquecer-se também as edificações de interesse público indispensáveis ao já apreciável número de habitantes que residem no aeroporto (escola, igreja, pavilhão hospitalar, etc.).
A par do problema habitacional, haverá que cuidar também do conveniente abastecimento de água, que não é hoje satisfatoriamente assegurado, tanto em quantidade como em qualidade, com a rede existente. Preocupação idêntica se apresenta quanto à drenagem dos esgotos.
No que respeita propriamente ao equipamento deste aeroporto, não pode prescindir-se da revisão do estado dos motores da central eléctrica existente ao promover-se a sua transferência para o novo edifício que lhe está destinado, o que implicará também a remodelação de alguns dos traçados de distribuição, no propósito de assegurar um abastecimento mais em conformidade com a actual localização dos principais centros de consumo.
Trata-se de uma instalação vital para o funcionamento do aeroporto, cansada por anos de funcionamento contínuo, e nem sempre com respeito das boas normas técnicas a observar, compreendendo-se assim a solução urgente deste problema.
A bem da segurança da navegação aérea, há também que dotar este aeroporto com um equipamento de comunicações de serviço fixo a longa distância e de rever os sistemas de comunicação existentes, substituindo-se os que se vier a reconhecer não estarem em condições de subsistir.
Ao problema do arranjo e modernização das pistas se deverá atender na medida das exigências que forem sendo previstas nesse sentido.

5. Situado numa ilha completamente desprovida de quaisquer recursos, o Aeroporto do Sal obriga a constantes cuidados especiais e, mais do que em qualquer outro, à necessidade de adopção de medidas que evitem diminuição de eficiência nos seus serviços.
Também neste aeroporto se utilizaram instalações deixadas por uma empresa estrangeira que em tempos nele fez ponto de escala das suas linhas, instalações que foram depois ampliadas com um mínimo de novas construções indispensável à satisfação das exigências actuais do tráfego aéreo.
Verifica-se com este aeroporto que, apesar das previsões estabelecidas quanto à sua frequência, não tem até agora a sua utilização correspondido ao que era lícito esperar, e isto mercê especialmente de circunstâncias ora favoráveis de ordem comercial que levam certas das empresas de transportes aéreos, que dos seus serviços poderiam e prometeram aproveitar-se, a procurar de preferência os que lhes são assegurados pelo aeroporto de Dacar.
Natural é que tais circunstâncias venham a modificar-se em favor de uma futura maior utilização do Aeroporto do Sal.
Mas, em qualquer hipótese, bastaria para justificar a sua construção, acima de todas as razões, a de haver contribuído para o prestígio da nossa soberania e de estabelecer um ponto de escala em território nacional das linhas de navegação aérea portuguesas, que sempre se previu virem a estabelecer-se para serem exploradas por empresa concessionária portuguesa.
Pelo exposto, parece dever reconhecer-se não ser prudente investir por agora grandes fundos num maior desenvolvimento das instalações do Aeroporto do Sal no respeitante à ampliação da infra-estrutura, tornando-se no entanto indispensável atender, para manter o seu regular funcionamento, a algumas das suas necessidades instantes, como seja:

a) Construir habitações para o funcionalismo que permitam a este fazer-se acompanhar para ali de suas famílias;
b) Assegurar um conveniente abastecimento de águas pelo aumento dos furos de captação existentes, e principalmente o seu tratamento, para corrigir o grau de salinidade que apresentam e muito se reflecte no estado de saúde do pessoal;
c) Executar os indispensáveis trabalhos para melhorar as condições de saneamento do aeroporto no que se refere ao sistema de evacuação e tratamento de esgotos;
d) Proceder a um cuidadoso trabalho de revisão dos motores da central eléctrica geradora, considerando também o aumento da sua potência instalada;
e) Finalmente, promover a instalação de comunicações de serviço fixo a longa distância, a remodelação das centrais-rádio e de teleimpressores, além da montagem de equipamento diverso para as ajudas-rádio.

6. O Plano de Fomento delineado para o período de 1953-1958 prevê um investimento de 70:000 contos para satisfação das necessidades anteriormente enumeradas no propósito de melhorar a eficiência dos três principais aeroportos nacionais.
Sendo em elevado número essas necessidades, impõe-se elaborar um criterioso plano de distribuição da referida verba, de forma a conseguir-se o mais útil rendimento da sua aplicação dentro dos objectivos em vista.
E é de desejar que nessa distribuição não seja omitido o Aeroporto do Porto, que, como alternante do de Lisboa, carece de recursos para realizações indispensáveis a evitar, pelo menos, uma retrogradação na sua eficiência.
À conservação de infra-estruturas, por exemplo, não pode deixar de se destinar verba que permita mante-las em bom estado durante um período de seis anos.
Seria ainda de lembrar a atribuição de fundos para derrubamento do maciço de arvoredo existente no topo norte da pista N.-S., que muito compromete as manobras de aterragem ou descolagem e reduz, em alto grau, as enormes vantagens que para a segurança da navegação poderiam obter-se com a utilização do sistema de aterragens sem visibilidade, já instalado.

Caminhos de ferro

1. De uma maneira geral, as empresas ferroviárias preocupam-se hoje em dia com a actualização da técnica dos seus sistemas de exploração, pois o estado deficitário em que, com maior ou menor amplitude, ultimamente têm permanecido é, em grande medida, proveniente da falta de renovação dos respectivos equipamentos, o que concorre para o exagerado encarecimento de preço do transporte.
De facto, com os processos obsoletos que se mantêm na exploração ferroviária na grande maioria dos países não é possível melhorar o rendimento das respectivas redes, cujos deficits têm obstado ao esforço financeiro indispensável à modernização do caminho de ferro, de forma a prestar os serviços que são de exigir-se-lhe e a poder enfrentar a concorrência dos outros meios de transporte.
E as empresas esforçam-se assim em elaborar planos técnico-financeiros com vista à reorganização das suas redes, abrangendo os múltiplos problemas que ao caso interessam, como seja: a substituição e reforço das li-