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1202 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 168

solo da província, que bem justificam as despesas a realizar com a sua execução.

9. Para construção e apetrechamento do caminho de ferro do Limpopo destina a alínea 1) da segunda, rubrica, «Comunicações e transportes», o montante de 572:000 contos.
O aumento de tráfego nos dois sentidos entre Moçambique e a Rodésia do Sul tornou imperioso encarar-se a resolução deste problema, que podia ser solucionado ou pelo aumento de capacidade de transporte da linha da Beira ou pela construção de uma nova linha ligando aquele território a Lourenço Marques.
Os estudos mandados fazer pêlos dois Governos levaram à conclusão de que devia ser preferida esta segunda solução, tendo-se já iniciado dos dois lados a respectiva construção.
Em Moçambique, onde já se encontra quase pronto o troço de 23 km do Guijá até à margem direita do Limpopo, onde será construída a futura ponte-açude, que vai servir também, como se disse, para a irrigação da zona do vale deste rio, destinada ao povoamento com colonos metropolitanos, há agora que construir 297 km de linha desde a outra margem do Limpopo até u fronteira, no Pafuri, e que seguirá ao longo do seu vale.
Enquanto, porém, não terminar a construção da ponte-açude, que em dois tabuleiros assegurará depois os tráfegos ferro e rodoviário, passará esta linha sobre uma ponte provisória, já em construção.
Na Rodésia do Sul a linha a construir tem 323 km de extensão e parte de Bannockburn, no ramal de Somabula a Shabani, para o Pafuri.
Com a construção destes caminhos de ferro Lourenço Marques ficará à distância de 1266 e 1078 km de Salisbúria e de Bulawayo, respectivamente, assim se realizando a ligação da Rodésia do Sul com o seu excelente porto, cujas grandes facilidades e magnífico apetrechamento permitem ainda, como convém que suceda para seu melhor aproveitamento e rendimento, quase duplicar o seu volume actual de manuseamento de cerca de 4000000 de toneladas por ano.
Contribuirá esta solução também ao mesmo tempo não só para o descongestionamento do porto da Beira, como também para o do tráfego das vias férreas que o ligam aos territórios vizinhos.
A verba desta alínea compreende também a aquisição de todo o equipamento e material rolante necessário para o bom e eficiente funcionamento desta nova linha, que virá, como se deseja, contribuir sensìvelmente para o aumento do movimento do porto de Lourenço Marques, não só com o tráfego do nosso território que atravessa, mas principalmente com o da Rodésia do Sul, vindo também facilitar e acelerar a este nosso vizinho as suas indispensáveis ligações com o exterior.
Por todas estas importantes razões se considera perfeitamente justificada a despesa a realizar neste empreendimento.

10. São pela alínea 2) da segunda rubrica destinados 50:000 contos para a construção do caminho de ferro de Vila Luísa até à Manhiça.
Justifica-se esta obra na previsão do congestionamento que deve ir a verificar-se no troço de Moamba a Lourenço Marques, comum, segundo os traçados actuais, às linhas do Transval e da Rodésia do Sul, logo que esta segunda entre em serviço.
Para se remediar este inconveniente considera-se da maior vantagem a construção de uma nova linha, que, partindo de Vila Luísa, já ligada a Lourenço Marques, vá entroncar com o caminho de ferro do Limpopo próximo de Magude, passando pela Manhiça e servindo toda a sua zona de bons e férteis terrenos e a futura área de povoamento do Incomati.
No presente plano foi apenas considerada a l.ª fase desta linha, de Vila Luísa à Manhiça, numa extensão de cerca de 45 km, cujos projectos estão estudados e prontos, ficando para uma 2.ª fase a sua ligação final a Magude.
Por servir novas regiões de grande riqueza agrícola, é esta solução para descongestionar o aumento de tráfego previsto para o referido troço comum às duas linhas, de Moamba a Lourenço Marques, sem dúvida preferível à de qualquer melhoramento que para esse mesmo fim se viesse a realizar neste troço.
Considera-se, pois, de utilidade a despesa a realizar com a construção do caminho de ferro de Vila Luísa à Manhiça na l.ª fase do seu prolongamento até Magude, com o objectivo de ligar a linha do Limpopo directamente a Lourenço Marques.

11. O caminho de ferro de Tete, com uma extensão de 253 km - 194 de Dona Ana até ao entroncamento para o Moatize e 59 deste até às minas -, liga a região carbonífera de Moatize com Dona Ana, onde entronca com a linha da Transzambezia Raihvays até ao Doudo e depois com a linha da Beira até ao porto do mesmo nome.
Foi esta linha - que atravessa em quase todo o seu percurso uma região inóspita e imprópria para colonização e cujo traçado se desenvolve em grande parte paralelamente ao Zambeze - construída com o objectivo imediato de servir as minas de Moatize, assegurando o transporte do seu carvão para o porto da Beira.
Levantaram-se, por isso, na altura da sua construção certas dúvidas sobre se não teria sido, para a realização deste mesmo fim, mais vantajoso o traçado da linha de Moatize através da região do Barué, em direcção a Vila Pery, atravessando unia zona agrícola rica e onde a fixação de colonos metropolitanos seria mais fácil, ou até se não seria mais viável e económica a regularização da magnífica via fluvial que é o Zambeze - e que em qualquer caso deve ser estudada -, por forma a torná-lo navegável durante todo o ano.
Seja, porém, como for, a linha está já construída e o que interessa agora é tirar dela o maior rendimento possível - o seu tráfego actual é quase ùnicamente constituído pelo carvão das minas, evidentemente, apenas no sentido descendente -, e com essa finalidade em vista se vai iniciar a l.ª fase do seu prolongamento, por enquanto só até ao Furancungo, numa extensão de 100km, no intuito de servir as magníficas regiões agro-pecuárias de Angónia, da Macanga e da Marávia, abrindo assim estas excelentes zonas planálticas de bom clima do distrito de Tete ao povoamento branco.
Para construção da 1.ª fase do prolongamento do caminho de ferro de Tete até ao Furancungo - início do seu avanço em direcção à fronteira e possível ligação com as redes ferroviárias dos territórios vizinhos -, e sobre cujo traçado não há dúvidas, estando estudados e prontos os respectivos projectos, destina a alínea 3) da segunda rubrica a verba de 127:000 contos.
As grandes possibilidades económicas do distrito de Tete, no que se refere à exploração das suas riquezas minerais e agro-pecuárias e ainda às excelentes condições que oferece para povoamento com elementos metropolitanos, são razões ponderosas para justificar a execução desta obra.

12. Na região do Niassa, a linha férrea de penetração já existente desde o magnífico porto natural de Nacala até Nova Freixo (Cuamba), com 538 km
- a mais extensa de toda a província -, e o ramal