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188 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 174

Como é certo que a em Guadremil, onde se acha em curso o plano de avaliação, já se encontram cubicados 4 milhões de toneladas, sendo l milhão de limonite o mais 3 milhões de siderite», muito razoável é, como afirma o relatório, que se ultime o seu reconhecimento.
Como é de primacial importância levar mais longe o estudo das castinas, indispensáveis para a resolução do problema siderúrgico, confio em que não deixará de executar-se a afirmação de que «deve pormenorizar-se o estudo dos principais depósitos ao norte do Douro e da possibilidade de utilização de calcários cristalinos dos arredores de Lisboa».
E eu acrescentarei que não sejam esquecidos o jazigo de Santo Adrião no concelho de Miranda do Douro, e as pedreiras de S. Pedro, nas proximidades de Bragança.
Também me parece conveniente que além do prosseguimento dos estudos da faixa de sulfuretos auríferos do Outeiro, Mogadouro, não deixem também de ser estudadas as minas auríferas de França, no concelho de Bragança, e as de Revelha, no concelho de Vinhais.
Não seria compreensível que afrouxasse o ritmo da construção de estradas nacionais e mesmo municipais e que não fosse resolvido o problema da conservação destas últimas, que, quanto a mini, deve ser encargo do Estado, com comparticipação das câmaras municipais, variável com a extensão da rede das suas áreas.
É que só o Estado pode ter a maquinaria e o pessoal técnico para tal efeito.
Se a tempo tivesse recebido uns elementos de estudo pedidos aos Ministérios da Economia e das Obras Públicas, talvez me abalançasse a fazer, para a solução deste magno problema, uma sugestão mais pormenorizada ao Governo, que certamente não ignora que uma grande parte do esforço feito para a construção das estradas municipais será perdido inteiramente, em prazo curto após a sua conclusão, por falta da necessária conservação.
Torna-se também indispensável não afrouxar, mas antes intensificar, sobretudo no norte do distrito de Bragança, a construção de edifícios escolares para o ensino primário.
Talvez valesse também a pena focar a necessidade de ser revisto o plano de construção de novos liceus ou sua ampliação, de harmonia com as necessidades presentes e futuras, dado que a sua população escolar, pelo menos para alguns, tem aumentado desmedidamente.
Para desenvolvimento da indústria de turismo, parecia-me muito conveniente que o Estado estimulasse a construção de hotéis e pousadas onde fosse julgado mais conveniente e necessário, concedendo-lhe isenção de contribuição predial durante alguns anos, facilidades de crédito e assistência técnica para a construção e arranjo de instalações e exploração.
Quero aqui deixar bem expresso o meu completo aplauso à sugestão feita pelo nosso ilustre colega Sr. Joaquim Pinho Brandão, e o seu reforço feito hoje pelo ilustre Deputado Sr. Dr. Miguel Bastos, para a construção da ponte sobre o Tejo em frente de Lisboa, obra de larguíssima repercussão económica e -porque não dize-lo? - política, e cujo rendimento deve compensar largamente o investimento que se fizer na sua construção e conservação.
Mas agora reparo que já vou abusando desmedida mente da generosidade de V. Ex.ª, Sr. Presidente, e dos meus ilustres colegas, do que peço humildemente perdão.
E agora consenti que eu seguidamente defenda o meu ponto de vista de que se deve dar a prioridade ao aproveitamento do Douro internacional entre Paradela e Bemposta.
É que ali será possível obter a fio de água --o caudal resultante das albufeiras espanholas construídas a montante é já muito grande - 2 000 milhões de kilowatts-horas anualmente e ao baixo custo de $11 ou $12, quando é certo que o custo da energia produzida na central do Castelo do Bode é de $22 e na de Venda Nova é de $24 por kilowatt-hora.
É, indubitavelmente e de longe, a mais rica fonte de energia hidroeléctrica de que dispomos, como será proporcionalmente a de mais baixo custo de aproveitamento. E não se diga que a linha de transporte da energia para Ermesinde será muito cara.
Temos, em primeiro lugar, que ter em atenção que o Nordeste transmontano também precisa de energia eléctrica, pelo que a linha de transporte em alta tensão é indispensável, quer para Ermesinde, quer para o Douro internacional, minas de ferro de Moncorvo, etc.. isto é, num sentido ou no outro.
Embora o custo de tal linha seja de 120:000 contos, o acréscimo da despesa seria apenas do 90:000, visto que a linha de transporte para Ermesiude ida de Carrapatelo, na hipótese de ser dada a prioridade a este aproveitamento no Douro nacional, custaria 30:000 contos.
Os 2 biliões de kilowatts-horas produzidos anualmente no Douro internacional dariam uma economia anual de 200:000 contos, pelo que no fim do 1.º semestre já estaria paga a diferença do custo da linha de transporte, e isto considerando que a diferença do custo de produção de cada kilowatt-hora fosse apenas de £10; mas parece que será maior.
Se me objectarem que o aproveitamento do Douro internacional será feito por fases, eu retorquirei que. admitindo mesmo que o fosse em três fases, a primeira produziria logo entre 600 e 700 milhões de kilowatt-hora anuais, com uma economia de custo da produção de 60 a 70:000 contos anuais, que logo no primeiro ano pagava pelo menos dois terços do custo da linha de transporte.
Pelo que respeita ao aproveitamento do Carrapatelo, dá-se a circunstância do, além do alto custo da produção, sor necessário ir buscar a fundação da barragem 40 m abaixo do leito do rio, que ali tem o perfil transversal com grande desenvolvimento, ao contrário do que acontece com o Douro internacional, que é de perfil transversal apertadíssimo o de fundo a desafiar os séculos, sendo as margens quase a pique.
Neste último aproveitamento não haverá submersão de terrenos de franca produtividade, ao contrário do que acontece no Carrapatelo.
Em resumo, a construção será muitíssimo mais económica no Douro internacional do que no Carrapatelo, mesmo que os estudos presentemente em curso provassem que a base da albufeira de Carrapatelo não terá de fundar-se 40 m abaixo do nível do leito do rio.
Aos outros aproveitamentos da bacia hidrográfica do Douro (Côa e Távora) referidos no parecer da Câmara Corporativa não vale a pena fazer referência, dado que eles não são de valor que justifique a primazia sobre qualquer dos outros atrás citados.
Só o aproveitamento do Douro internacional permitirá fornecer à siderurgia, às fábricas dos azotados e outras que venham a exigir altos consumos a baixo preço a energia de que careçam para poderem produzir, a preços convenientes, adubos, tão necessários à nossa débil agricultura, ou outros bens de consumo que não suportam tarifas altas, e sem sobrecarregar as outras consumidas com preços compensadores dos prejuízos sofridos com o fornecimento feito para a produção atrás indicada.
O aproveitamento do Douro internacional pode ainda levar-nos a dispensar por largo tempo a central térmica de apoio, cuja instalação está prevista para junto de um jazigo carbonífero, de forma a queimar os combustíveis pobres de produção nacional, que muitíssima falta nos