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15 DE DEZEMBRO DE 1952 387

abranger, além de uma central no Douro, uma ou mais centrais regularizarias que poderiam construir-se em alguns dos seus afluentes.
No momento presente, contudo, a existência dos projectos idos aproveitamentos da Bouça e Paradela, que oferecem a vantagem de completar os sistemas do Zêzere e do Cávado, de acordo com o estabelecido nos cadernos de encargos das respectivas concessões; a circunstância de se poder contar com uma execução relativamente rápida desses aproveitamentos - cuja produção é, aliás, indispensável à satisfação das exigências do consumo - antes que possa entrar em serviço a central do Douro; as vantagens económicas que hão-de resultar da utilização dos equipamentos já adquiridos para a construção das restantes obras levadas a efeito nos mesmos rios e, bem assim, da larga experiência obtida pelas empresas concessionárias; a facilidade de ligação das centrais da Bouça e Paradela à rede de transporte, com encargos pouco avultados e contribuindo, além disso, para melhorar o rendimento económico das instalações existentes; tudo são razões que aconselham a prioridade actual de construção destas centrais.

3. A revisão do quadro de aproveitamentos hidroeléctricos nos termos expostos e uma nova avaliação das possibilidades de produção das centrais, feita agora à luz da experiência já colhida no ano de 1952, permitem estabelecer um novo quadro de disponibilidades do energia hidroeléctrica mais favorável e certamente mais próximo da realidade do que aquele que figura no relatório do Plano enviado à Assembleia Nacional.
Efectivamente as previsões de produção de energia para o próximo sexénio, segundo o esquema agora proposto, serão as seguintes:

[Ver Tabela na Imagem]

Nestas condições, as possibilidades de produção previstas no quadro anterior permitirão ocorrer ao desenvolvimento normal do consumo e cobrir os presumíveis deficits de energia hidráulica a partir de 1958:

[Ver Tabela na Imagem]

São de manter as estimativas de consumo constantes do relatório do Plano, por corresponderem a um critério de avaliação mais prudente e as taxas de crescimento utilizadas serem mais próximas das taxas médias mundiais e do próprio ritmo de expansão das necessidades do País.

4. No que respeita a encargos, as alterações introduzidas no esquema inicial terão como consequência a substituição da verba de 750:000 contos atribuída à bacia hidrográfica do Douro pelas seguintes:

[Ver Tabela na Imagem]

Os investimentos ultrapassam, assim, em 230:000 contos a verba inicial, sem contar com os encargos de adaptação do esquema de linhas de transporte à solução que vier a ser adoptada para o Douro e que, na hipótese mais custosa, se prevê poderão ser cobertos pela capacidade de autofinancianiento que o parecer da Câmara Corporativa atribui à Companhia Nacional de Electricidade, a cujo cargo ficará certamente a respectiva construção. Julga-se, por outro lado, que o apoio térmico não virá a custar mais de 170:000 contos, com a diminuição de 30:000 em relação ao constante do Plano, pelo que o aumento total dos investimentos se reduz a 200:000 contos. O Governo, revistos os cálculos feitos para encontrar as coberturas do Plano de Fomento, está convencido de que o aumento resultante destas alterações cabe ainda dentro das margens de segurança que estavam previstas.