O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

436 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 186

Assim pela distinta presença dos seus representantes, a União Nacional foi confirmada em Áfirca que a razão da sua existência, a determinante da sua opinião, a força da sua razão e a garantia do seu êxito se encontram no conceito e expressão prática da completa unidade da Nação, na qual se integram as aspirações de todos os recantos da terra portuguesa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador. - Para desempenhar esta incumbência escolheram-se dois homens que têm devotado totalmente o esforço e o saber ao seu País: o engenheiro Cancela de Abreu, juntando aos muitos títulos que tem já conquistado no exercício do seu pressente cargo naqueles que lhe provêm da sua actuação como homem de governo dos mais esclarecidos...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... e o comandante Tenreiro, tendo para trás de si o testemunho de uma obra notável, que se estende aos mais diferentes campos da vida da Nação.
A escolha dos seus nomes alcançou, a um tempo, dar-nos a segurança do sucesso e prestar u tributo de homenagem às províncias que foram visitadas.
A União Nacional pode orgulhar-se de Ter fortalecido o apreço mútuo de alguns dos agregados da gente portuguesa, que a distâncias dividem mas que os sentimentos sempre aproximam mais.
Disse o engenheiro Cancela de Abreu sobre a gente de Angola: «o sentido da unidade nacional encontrámo-lo bem vivo, acalentado com acrisolado patriotismo».
E contém-se nestes termos a resposta do seu governador:

...não existe um Angola um problema político; não é preciso conquistar para o Estado Novo quem há tanto tempo e tão entusiasticamente trabalha a bem da Nação.

No troço firme destas duas frases condena-se a verdade que deve proclamar-se sobre os homens de Angola.
Homens a quem o afastamento só aumenta o seu amor à Pátria; cujos anseios se orientam sempre na melhor forma de servir Portugal.
Afirmo por eles, com renovada confiança e renovado orgulho no requinte do seu patriotismo, que souberam sentir e entender a União Nacional no seu propósito; que deram justo apreço ao elevado mérito dos homens de escol que ela enviou para o interpretar e lhe dar forma; e prestam à altíssima figura daquele que o inspirou mais um tributo de rendido respeito, sabendo que pensa, como sempre, na grandeza maior da nossa terra.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Mascarenahas Gavião: - Muito embora as agências noticiosas e a imprensa tenham dado a conhecer ao País a forma como em Moçambique forem recebidos e acarinhados os ilustres dirigentes da União Nacional, nem por isso deixa de Ter cabimento que, deste lugar e desta Assembleia, um representante daquela província, seu já velho colono, faça ouvir a sua voz, não para reafirmar que mais uma vez Moçambique soube cumprir com o que está na sua índole e na sua já muito velha tradição, mas para se congratular com a impressão que certamente de lá trazem os Srs. Engenheiros Cancela de Abreu e Comandante Tenreiro.
Visitas desta natureza, levadas a efeito com o objectivo definido de unir, e não dividir, são sempre acarinhadas pela portuguesíssima e preciosíssima população de Moçambique, população que em todas as circunstâncias se encontrou e se encontra sempre pronta a reafirmar que em sentimento patriótico não receia confrontos com qualquer outra parcela do nosso Portugal.

Vozes : - Muito bem!

O Orador: - Visitas como estas, sobretudo quando são feitas por quem está à altura de ver com olhos de ver e sentir com o coração, não resta dúvida de que só podem ser benéficas para a finalidade a atingir - a união cada vez mais forte entre todos os portugueses.

Vozes : - Muito bem!

O Orador: - Ao contrário do que muitos ainda podem pensar, sobretudo aqueles que nunca ali foram, no respeitante à influência que sobre a população de Moçambique podem ter a civilização e os costumes de países vizinhos, eu posso afirmar, por mim próprio e por todos aqueles portugueses, naturais ou não da província, que os sentimentos pátrios não sofreram qualquer influência, ou, se a sofreram, foi no sentido da perfeição.
A laboriosa população de Moçambique, ocupada no engrandecimento daquela bela parcela de Portugal, sabe compreender e agradecer todas as provas de confiança que, como esta, lhe são dadas.
Esta visita terá mostrado, disso estou certo, aos ilustres visitantes que foi com confiança, união e alma aberta que se conseguiu fazer tudo quanto lhes foi dado ver, ouvir e sentir.

Vozes : - Muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente : - Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: - Continua em discussão na generalidade a proposta de lei relativa ao Plano de Fomento.
Tem a palavra o Sr. Deputado Colares Pereira.

O Sr. Colares Pereira: - Sr. Presidente: não posso começar as breves considerações que me proponho fazer sem abrir um parêntese: na verdade, depois de quarenta e sete ilustres Deputados terem usado da palavra no debate na generalidade sobre o momentoso problema do Plano de Fomento Nacional, é indispensável explicar, embora em rápidas palavras, que me não proponho já trazer à discussão do assunto qualquer argumento ou ideia nova.
Todos os seus aspectos têm sido focados; todas as dúvidas têm sido levantadas e criteriosamente discutidas.
Mas aconteceu que, devido à altura em que me coube a vez de falar, me sinto no dever, exactamente por coerência com o que atrás ficou dito, de me manifestar sobre um ponto novo, e que é este:
No decurso dos nossos trabalhos, ou, para ser mais preciso, ontem, dia em que nos havia sido distribuído e entregue o documento referente ás alterações propostas pelo Governo, foi-nos também comunicado que outras alterações o Governo sugerira, essas respeitantes ao ultramar.