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862 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 217

É uma massa enorme, cuja educação física deve merecer o maior cuidado.
Os alunos inscritos nas escolas secundárias, liceus e escolas técnicas (75 600) constituem apenas a sétima parte dos filiados da Mocidade Portuguesa. Esta abrange-os também, de modo que podemos considerar praticamente como fazendo parte do primeiro grupo apenas os filiados da Mocidade Portuguesa.
O segundo grupo abarca, só de jogadores do futebol, cerca de 12 000 pessoas. A cifra impressionante de 12 000 jogadores de futebol implica a necessidade de passar ao crivo o que se passa nesta modalidade desportiva. Não se trata de substituir uma distracção higiénica, ao ar livre, por divertimentos em recinto fechado, como bailes ou cinema.
Mas é necessário velar, no interesse dessas 12 000 pessoas, pela sua saúde, pelas suas condições atléticas, pelas suas aptidões para o futebol.
Sei, de ciência certa, que alguns não gozam sequer de saúde física normal; há entre eles, inclusivamente, portadores de tuberculose pulmonar.
Não posso ir além do programa que a mim próprio tracei. Recordarei apenas a necessidade de prosseguir no radiorrastreio intensivo e na vacinação pelo B. C. G., que já aqui foram propugnados por vários colegas, em especial pelo Dr. Santos Bessa.
Esta nossa juventude encontra-se na idade própria para se curar a tempo, se o diagnóstico for precoce. Com efeito, o problema da tuberculose está essencialmente cifrado em duas regras: diagnóstico precoce, tratamento precoce.
Este tema, já largamente debatido nesta Assembleia, do uma maneira geral, não deixará decerto de ser ventilado no decurso da discussão desta proposta, com o desenvolvimento que lhe emprestam as características apropriadas às bases da educação física nacional.
No terceiro grupo figuram as instituições militares com actividades gímnico-desportivas de finalidade especializada para a defesa da Pátria.
Este terceiro grupo o conceito de disciplina adquire uma importância transcendente, pois é a obediência consciente, livremente aceite, que dá grandeza militar à, palavra «servir».
Quanto ao primeiro grupo, é. evidente que não há motivos fortes, doutrinários, que nos permitam separar as actividades gímnico-desportivas dos alunos das escolas das dos filiados da Mocidade Portuguesa, tanto mais que os primeiros são obrigatoriamente filiados na segunda.
A Organização Nacional Mocidade Portuguesa, foi civil pela Lei n.º l 941, de 11 de Abril de 1936, que determina seja dada à mocidade portuguesa «uma organização nacional e pré-militar que estimule o desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação do carácter e a devoção à Pátria e u coloque em condições de poder concorrer eficazmente para a sua defesa». Aqui se conciliam os aspectos moral, psíquico e físico da educação integral.
Parece, portanto, que à Mocidade Portuguesa deverá ser entregue, sem restrições, a educação prática da juventude portuguesa, incluindo não só a educação finita, mas a educação moral e o próprio canto coral, que uniram no programa, das escolas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não há actividades gímnico-desportivas possíveis na juventude sem vigilância médica. Emprego aqui o termo «desportivo» no sentido de jogos desportivos, e não de desportos pròpriamente ditos.

Pio XII, no seu discurso já citado, teve o cuidado de chamar eloquentemente a atenção dos médicos e professores para os perigos de certo nudismo, que é necessário evitar nas actividades gímnico-desportivas. A propósito citou a opinião dum observador imparcial: «o que neste campo interessa às massas não é a beleza do nu, mas o nu da beleza».
Depois acrescentou: «perante tal maneira de praticar a ginástica e o desporto, o sentimento religioso opõe o seu veto».
Se isto tem aplicação para os adultos, mais necessário se tornar para a idade evolutiva, de crescimento...
Percebe-se claramente que um país católico como o nosso uma organização com foros de nacional como a Mocidade Portuguesa tem de unificar a educação dos seus filiados dentro desta hierarquia: primeiro educação moral, educação psíquica e finalmente, educação física.

Vozes: - muito bem!

O Orador: - Com esta unificação fica manifesto um primeiro esforço de simplificação. A unificação das actividades gímnico-desportivas dos nossos rapazes evitaria duplicações paradoxais, economizaria tempo e dinheiro e permitiria uma necessária acção sinérgica, enquanto que no actual estado de coisas se gera um grande descontentamento dos alunos e o aborrecimento dos filiados.
Que o Governo não despreza este ponto de vista provam-no as palavras proferidas pelo Sr. Ministro da Educação Nacional no acto de posse do actual comissário nacional da Mocidade Portuguesa:

Rever-se-á o problema das relações da Mocidade com a escola, evitando-se publicações inúteis, gastos desnecessários ou atritos inconvenientes.

Passamos agora ao segundo grupo. Ninguém como eu mais tem apreciado, por Ter assistido a vários festivais da F. N. A. T., a importância dos estatutos de 1940, onde se estabelecem os meios adequados para, aproveitando o tempo disponível dos trabalhadores portugueses, lhes proporcionar um maior desenvolvimento físico, a par da elevação do seu nível moral e intelectual.
Temos hoje a funcionar cursos de educação física, promovem-se festas desportivas, fundam-se colónias de férias, etc.
Enalteço o valor desta obra e curvo-me perante os seus brilhantes resultados.
Discordo, porém, do parecer da Câmara Corporativa quando esta defende a autonomia da F. N. A. T. no ponto de vista gímnico-desportivo. Desta independência só poderiam advir-lhe desvantagens. Com efeito, a função da Direcção-Geral não deve ser apenas de fiscalização: tem de ser sobretudo de orientação e incitamento.
Esta é uma novidade de importância, introduzida pelo Governo na base III, onde se lê que compete à Direcção-Geral fiscalizar, orientar e difundir a educação física, tanto nas instituições públicas como particulares.
Deste modo, as boas vontades que têm aparecido na F. N. A. T., tendentes ao desenvolvimento das actividades desportivas, ver-se-iam apoiadas, tanto técnica como financeiramente, para conseguirem os seus fins.
Para tal bastará que a base III se torne mais explícita, acrescentando-se que a Direcção-Geral disporá dos órgãos e meios apropriados à consecução desses objectivos.
A Direcção-Geral cairia em grave falta se asfixiasse ou pretende-se asfixiar as nascentes aspirações desportivas da F. N. A. T.

Vozes. - Muito bem!

gíniuico-des-portiva-s ipo*síveis na juventude sem vigilância moral .e sem vigi-Íàm;iii médica. Knupivgo aqui o termo ««lesportivo» 110 sentido 'de jogos desportivos, e não de desportos propriamente ditos.

Pio XII, no seu discurso já citado, teve o cuidado de chamar eloquentemente a atenção dos médicos e professores para os perigos de certo nudismo, que é necessário evitar nas actividades gínuiico-desportivass. A proipódito citou a opinião dum observador imparcial: «o que neste campo interessa às massas nào é a beleza do nu, mas o nu da beleza».
De.pois acrescentou: apera-uie. hil maneira de 'praticar a ginástica e o de..-|porto, o sentimento religioso opõu o .seu veto».
Se isto tem aplicação para os adultos, mais necessário se torna para a idade evolutiva, de crescimento ...
Percebe-se claramente que num país católico como o nosso uma organização com foros de nacional como a Mocidade Portuguesa tem de unificar a educação dos seus filiados dentro desta hierarquia: primeiro educação moral, depois educação psíquica e, finalmente, educação física.
Vozes: - Muito bcni!
O Orador:-Com esta unificação fica manifesto um primeiro esforço de simplificação. A unificação das actividades gímnico-desportivas dos nossos rapazes evitaria duplicações paradoxais, economizaria tempo e dinheiro e permitiria uma necessária acção sinérgica, enquanto que no actual estado de coisas se gera um grande descontentamento dos alunos e aborrecimento dos filiados.
Que o-- Governo não despreza este ponto de vista provam-no as palavras proferidas pelo Sr. Ministro da Educação Nacional no acto da posse do actual comissário nacional da Mocidade Portuguesa:
Rever-se-á o problema das relações da Mocidade com a escola, evitando-se duplicações inúteis, gastos desnecessários ou atritos inconvenientes.
Passemos agora ao segundo grupo. Ninguém como eu mais tem apreciado, por ter assistido a vários festivais da F. N.º A. T., a importância dos estatutos de 1940, onde se estabelecem os meios adequados para, aproveitando o tempo disponível dos trabalhadores portugueses, lhes proporcionar um maior desenvolvimento físico, a par da elevação do seu nível moral e intelectual.
Temos hoje a funcionar cursos de educação física, promovem-se festas desportivas, fundam-se colónias de lerias, etc.
Enalteço o valor desta obra e curvo-mo perante os seus brilhantes resultados.
Discordo, porém, do parecer da Cíímara Corporativa quando esta defendo a autonomia da F. N.º A. T. no ponto de vista gímnico-desportivo. Desta independência só poderiam advir-lhe desvantagens. Com efeito, a, função da Direcção-Geral não deve ser apenas de fiscalização; tem de ser sobretudo de orientação e incitamento.
Esta é unia novidade de importância, introduzida pelo Governo na base m, onde se lê que compete à Direcção--Geral fiscalizar, orientar e difundir a educação física, tanto nas instituições públicas como particulares.
Deste modo, as boas vontades que têm aparecido na F. N.º A. T., tendentes ao desenvolvimento das actividades desportivas, ver-se-iam apoiadas, tanto técnica como financeiramente, para conseguirem os seus fins.
Para tal bastará que a base m se torno mais explícita, acrescentando-se que a Direcção-Geral disporá dos órgãos e meios apropriados à consecução desses objectivos.
A Direcção-Geral cairia em grave falta se asfixiasse ou pretendesse asfixiar as nascentes aspirações desportivas da F. N.º A. T.
Vozes: - Muito bem I