26 DE NOVEMBRO DE 1959 7
pansão industrial, prevê-se como inevitável uma redução no ritmo desta actividade.
Para o conjunto dos principais países industrializados, a produção no sector da transformação de metais manteve-se, no decurso do último ano e no l º trimestre de 1959, a nível superior ao atingido em 1957, ainda que na Bélgica, Finlândia, Noruega e Suécia haja a registar evolução desfavorável
Na indústria de papel e pasta de papel alguns indicadores mostram acréscimo de actividade nos países de menor produção, em especial na Áustria e Itália, mas as taxas de crescimento foram relativamente pequenas na Escandinávia.
O sector dos têxteis, particularmente afectado em 1958 pela diminuição da procura, registou no corrente ano ligeira recuperação em alguns países, enquanto em outros a baixa de produção foi, pelo menos, detida
A produção de equipamento eléctrico acusou taxas de crescimento relativamente elevadas Todavia, com base apenas neste resultado, não se pode ajuizar do possível comportamento do investimento, uma vez que parte da sua produção é constituída por bens de consumo duradouros.
Na produção de equipamento para a indústria de transportes verificaram-se também elevadas taxas de expansão, excepto na Áustria, Bélgica, Dinamarca e Finlândia, onde a produção de veículos tem pequena importância.
Finalmente, apesar de a actividade no sector da construção naval não ter sofrido alterações sensíveis, prevê-se agravamento das dificuldades em consequência da diminuição de encomendas, a menos que se verifique uma recuperação importante no comércio mundial, em especial de produtos pesados.
6. A existência de capacidade industrial não utilizada permite prever, tendo em linha de conta a recuperação económica em curso, um incremento inicial mais acentuado na produção do que no nível de emprego No entanto, o condicionalismo a que estão sujeitas determinadas indústrias, em especial a da construção, determinou, nos primeiros meses de 1959, uma redução no desemprego em alguns países da Europa Ocidental, nomeadamente na Alemanha Ocidental, Dinamarca, Finlândia, Holanda e Suíça.
Manteve-se no l º trimestre de 1959 a estabilidade de preços alcançada no ano anterior, devido principalmente à redução dos preços de importação verificada em alguns países.
7. O valor do comércio entre os diferentes países da Europa Ocidental sofreu um decréscimo de cerca de 2 por cento no 2 º semestre de 1958, em comparação com igual período do ano anterior Esta redução é devida na sua quase totalidade a baixas de preços, visto que se não registou qualquer alteração importante no volume das trocas naquele período. Nos primeiros meses de 1959, apesar de se ter mantido o volume do comércio intereuropeu, os respectivos valores referentes a Março e Abril apresentam-se superiores aos verificados nos mesmos meses de 1958
A balança comercial da Europa Ocidental com terceiros países em 1958 mostra uma melhoria nítida em relação ao ano anterior Esta evolução deve-se, na sua maior parte, ao decréscimo substancial do valor das importações, embora tenha aumentado o valor das exportações, verificando-se em qualquer dos casos um aumento das quantidades transaccionadas, se bem que pequeno no sector das importações. No 1.º trimestre do ano em curso, o valor importado é ainda superior ao correspondente de 1958, mas a pequena amplitude da diferença, assim como a ligeira descida do valor
das exportações, pode significar tendência para alteração do comportamento registado no último ano
No comércio com a América do Norte, a importação desceu a nível muito mais baixo no 2 º semestre de 1958 do que em período homólogo do ano anterior, continuando a verificar-se contracção no corrente ano, embora relativamente menor Por seu turno, a exportação, que no 1.º semestre de 1958 tinha sofrido um ligeiro recuo, reassumiu posteriormente o ritmo de expansão, tendo, no 1.º trimestre de 1959, atingido um valor superior em 25 por cento ao registado em igual período do ano anterior
8. Apesar da contínua melhoria na liquidez internacional, durante o l º trimestre de 1959 os reservas oficiais de ouro e divisas sofreram uma diminuição superior a 100 milhões de dólares para o conjunto de países que adoptaram a convertibilidade externa das suas moedas Todavia, esta quebra deve-se quase integralmente ao decréscimo dos reservas oficiais da Alemanha Ocidental (600 milhões de dólares) em consequência do aumento das reservas de divisas dos bancos privados e, ainda, de um fluxo para o exterior de capital privado a curto prazo
Por outro lado, prevê-se que a melhoria da liquidez internacional ultimamente verificada na Europa Ocidental venha a ser afectada à medida que prossiga a recuperação económica nesta zona e nos Estados Unidos da América. Esta previsão é baseada, em grande parte, num maior aumento das importações e numa redução das exportações para os países principalmente produtores de bens primários, e na recuperação das importações provenientes dos Estados Unidos da América.
9. Do acordo com as estimativas já publicadas sobre o comportamento do produto nacional bruto e com os indicadores disponíveis das possíveis alterações das suas componentes, prevê-se acréscimo do ritmo de expansão da economia da Europa Ocidental Assim, calcula-se que em 1959 o produto nacional bruto aumente 3 por cento, enquanto - como já se referiu - não atingiu 2 por cento em 1958.
Para este aumento devem contribuir principalmente as exportações, o consumo privado e, em especial, as despesas públicas Não se prevêem, deste modo, alterações sensíveis no investimento privado, embora em alguns países - Alemanha Ocidental, Dinamarca, Suíça e Holanda - a sua evolução, nomeadamente no sector da construção, tenha sido um dos mais importantes factores da expansão.
Tendo em linha de conta o comportamento já analisado dos indicadores da economia europeia nos meses iniciais do corrente ano, o afrouxamento em alguns países das restrições impostas ao comércio, a entrada em vigor da l ª fase do Tratado da Comunidade Económica Europeia e, ainda, a política de liberalização dos movimentos de capitais intereuropeus e o fortalecimento contínuo das moedas e sua convertibilidade externa na maioria dos países europeus - o que leva a admitir melhores condições nos mercados monetário e financeiro e maior elasticidade de financiamento - , parece poder concluir-se que se desenham perspectivas favoráveis para uma aceleração do crescimento da produção e do comércio, no conjunto dos países da Europa Ocidental
Na economia europeia, haverá ainda a referir dois factos que, em especial, interessam ao nosso país.
10. Em 20 de Julho último foram preenchidas determinadas formalidades que permitiram a participação definitiva da Espanha como país membro da O. E. G. E.