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6 DE ABRIL DE 1963 2287

ria dos nossos hospitais regionais não dispõe de instalações adaptadas às verdadeiras funções que devem desempenhar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - E preciso dotá-los com recursos em edifícios, equipamento, pessoal e organização adequados, para prestarem assistência na maior parte das doenças e acidentes graves aos habitantes das regiões.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Pelo que respeita ao distrito de Vila Real, que tenho a honra de representar nesta Assembleia, os seus dois hospitais regionais têm ainda muitas insuficiências.
O de Chaves, para servir de ponto de apoio da organização hospitalar numa área de cerca de 130 000 habitantes, precisa de alargar as instalações e de criar vários serviços de especialidade. A boa solução dos seus problemas pede a construção de um hospital novo; mas, enquanto isso não for possível, que sejam beneficiadas as suas instalações e progressivamente criados os serviços de especialidade de que ainda carece. Daqui solicito ao Governo que, através dos serviços competentes, solucione quanto antes as suas grandes deficiências.

O Sr. Teles Grilo: - V. Ex.ª dá-me licença? O Orador: - Com todo o gosto.

O Sr. Teles Grilo: - V. Ex.ª falou em Chaves e eu tenho sempre uma palavra a dizer quando se fala de Chaves. Desejaria esclarecer que o problema do hospital da região flaviense é dos que mais preocupam o Ministério da Saúde e Assistência.
Ainda há poucos dias, numa visita que se dignou fazer à cidade de Chaves para lá tratar da construção do hospital, o Sr. Director-Geral dos Hospitais verificou in loco a necessidade que o problema realmente assume. E de tal modo ficou impressionado com o que viu que logo prometeu interessar-se, tanto quanto possível, junto das entidades competentes no sentido de ao problema ser dada uma solução urgente. E claro que a construção de um edifício é fundamental, embora depois seja preciso dotá-lo com os serviços e pessoal técnico e administrativo. Mas a solução tem de começar pela construção do hospital, e nesse sentido já alguma coisa se fez, porque já se adquiriu o terreno. Estou certo de que assim se contribuirá para dar satisfação a mais uma das muitas aspirações da cidade de Chaves.
A intervenção de V. Ex.ª teve, além de outros méritos, o de, neste aspecto, ser muito oportuna e muito útil. Vai, portanto, para V. Ex.ª todo o meu aplauso quanto ao problema hospitalar de Chaves.

O Orador: - Agradeço a V. Ex.ª a coadjuvação que me vem dar ao tratar do problema do hospital de Chaves, problema este que é dos mais prementes do distrito.
Está já feito e aprovado o projecto da construção de um anexo, no qual se fará a instalação de consultas de estomatologia e oftalmologia, raios X, laboratório, banco de sangue, de transfusões, mas o assunto não ficou, no entanto, resolvido, pois, como disse há pouco, isto é apenas um remédio para satisfazer as necessidades mais prementes. Porém, a satisfação cabal dos desejos do ilustre provedor do hospital de Chaves, bem como da população flaviense, só será atendida quando for construído o novo hospital.
Quanto ao de Vila Real, que além de assistência no seu concelho deve servir de apoio e base aos concelhos de Alijo, Mesão Frio, Mondim de Basto, Murça, Peso da Eégua, Eibeira de Pena, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de.Aguiar, com uma população residente da ordem dos 200 000 habitantes, luta com grande falta de instalações e serviços para o desempenho das múltiplas funções que lhe incumbem na sua área de influência, sem obrigar os doentes a procurar os hospitais centrais para serem assistidos, com os inconvenientes do congestionamento destes, do maior custo e dificuldades nos transportes, o afastamento do seu meio social e a saída de dinheiro dos concelhos para as grandes cidades.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Instalado num velho edifício, que foi construído para colégio, na cidade de Vila Real, com circulações verticais difíceis, aí funciona como hospital há cerca de meio século; o velhinho edifício, gasto pelo uso e pelo tempo, já não proporciona o necessário conforto aos doentes e a quem os trata.
Pois mesmo assim ali trabalham diariamente doze médicos, de entre os quais três cirurgiões, um chefe de serviço de sangue e um radiologista, além de um corpo de enfermagem e outros auxiliares que totalizam mais de meio cento de pessoas.
Mesmo assim, repetimos, mercê do esforço e dedicação de todos os que o servem, desde o inteligente e dinâmico provedor, o engenheiro Albertino Ferreira, até ao mais modesto obreiro dessa Santa Casa da Misericórdia, orgulha-se o hospital de Vila Real de apresentar os seguintes índices de movimento referentes ao ano findo:

Doentes internados ....................... 2646
Total de diárias ......................... 46893
Doentes inscritos na consulta externa .... 3330
Doentes inscritos no banco ............... 2722
Curativos feitos no banco ................ 6832
Injecções aplicadas no banco ............. 11606
Operações de pequena cirurgia ............ 781
Operações de grande cirurgia ............. 454
Exames radiológicos ...................... 2768
Radiografias ............................. 10072

E maiores índices de movimento apresentaria se já dispusesse dos serviços de especialidade próprios de um hospital regional e que ali ainda faltam, pois é grande a afluência de doentes que requerem tratamento nos novos serviços de especialidade e que há necessidade de ali instalar.
Assim, dispondo dos serviços de banco ou urgência, radiologia e sangue, necessita ainda para cumprir a sua missão dos seguintes serviços: ortopedia e traumatologia; urologia; cardiologia; estomatologia; otorrino; análises clínicas, e consultas de cirurgia.
Pôr em funcionamento quanto antes estas especialidades é uma necessidade urgente.
A instalação dos novos serviços, que irá reduzir o afluxo de parte importante da população enferma do Norte para os hospitais centrais, carece de espaço apropriado, equipamento e quadros clínicos.
Quanto a espaço, o actual edifício, já superlotado, não tem compartimento, por pequeno que seja, onde instalar um só dos serviços que faltam. Além disso, o estado de conservação do actual edifício e a falta de terreno livre circundante desaconselham, na opinião dos técnicos, a sua ampliação.