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13 DE MARÇO DE 1964 3615

E que muitas das povoações desta vasta zona vivem em permanente desterro, afastadas dos recursos do progresso, e por isso cada vez mais martirizadas.
Impõe-se ainda nesta estrada construir uma ponte sobre o rio Unhais - mais uma ... -, no sítio denominado Casal do Preles, pois actualmente a travessia deste rio é feita por um pontão arruinado e perigoso que não oferece a mínima segurança às muitas pessoas que são obrigadas a cruzá-lo.
A estrada n.º 844 e a n.º 343 formam, por isso, duas importantíssimas vias que se destinam a abrir novas perspectivas de crescimento a um grande número de povoações, dignificando a vida dos respectivos povos.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Finalmente, é também uma gritante necessidade a conclusão da estrada nacional n.º 2, «o seu último lanço entre Alvares e Venda da Gaita, passando por Ribeira da Alega e o Alto da Louriceira. São uns escassos 9 km que faltam para que esta estrada possa prestar toda a sua utilidade de ligar com o Sul do País esta importante região.
Todas estas estradas que formam a rede principal de acessos são aspirações velhas de muitos anos que os povos repetidamente apresentam ao abrigo dos seus irrecusáveis direitos.
E que todos sentem e sabem que o progresso não é apanágio de alguns, mas integra um fundamental direito de todos.
E quando assim pensam, os povos dessa grande porção do território nacional fundam-se no muito valor da sua esforçada luta pelo engrandecimento destes rincões ignorados que, em boa verdade e a despeito do seu isolamento, sempre vão progredindo gradativamente pelo entranhado amor dos seus naturais.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Flores silvestres vicejando na serrania adusta, a grande maioria destas povoações pode contar com a sua agremiação regionalista, que, lutando denodadamente, vai conseguindo os melhoramentos essenciais.
Desta sorte, a construção destas estradas principais que muito interessam à própria economia nacional, na medida em que elas representam grandes potencialidades de progresso, nunca será um favor, mas somente a satisfação do direito de sobrevivência.
Por isso tão empenhadamente as aponto ao Governo.
Mas nesta região há ainda outras importantes necessidades no capítulo da construção de estradas nacionais.
Para referir a mais importante, lembro apenas a grande conveniência de se concluírem os trabalhos da construção da conhecida estrada das Pedras Lavradas, que é uma importantíssima via de penetração da serra da Estrela através da Covilhã, onde terminará.

O Sr. Carlos Coelho: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faz favor.

O Sr. Carlos Coelho: - Queria referir um pequeno pormenor, mas que é de muita importância: é que a construção dessa estrada vai permitir que a ligação do Centro do País ao importante núcleo citadino que é a Covilhã se reduza em aproximadamente 80 km.

O Orador: - Agradeço muito a preciosa achega do V. Ex.ª a que eu não me refiro concretamente, mas que se deduz de transcendente importância desta estrada.
Faltam apenas 16 km desde a Barreosa até à Portela das Pedras Lavradas, e já há projecto aprovado para a sua construção.
É um melhoramento que anda em execução há mais de um século, porque, sendo difícil, muitas têm sido as fortes vicissitudes a vencer. Mas agora já falta pouco e por isso urge que se terminem as suas obras para se oferecer à economia da região serrana esta estrada que é elemento decisivo da sua valorização. E não se me perdoaria que, ao tratar das vias de comunicação de que me tenho ocupado, eu não deixasse aqui uma referência a uma das maiores aspirações das Beiras, que é a da construção fio chamado caminho de ferro de Arganil. Tive oportunidade de cientificar esta Câmara das grandes vicissitudes deste empreendimento quando tomei parte no debate do aviso prévio sobre o aproveitamento do Mondego, magistralmente efectivado pelo Sr. Deputado Nunes Barata na última sessão legislativa.
Renovo agora tudo quanto, então aduzi em favor do prolongamento desta via ferroviária, inexplicavelmente terminada em Serpins quando já haviam sido efectuadas valiosas obras de arte e terraplenagens do seu traçado muito para além desta ridente povoação, em direcção a Arganil.
Agitam-se agora as forças vivas locais e regionais no afã de conseguirem este grande melhoramento, a que atribuem, com evidente justiça, um papel de alta preponderância no progresso da zona central do País.
Sei que às mais altas esferas da nossa administração têm chegado bem elaboradas petições, em que os dados deste grande problema se encontram devidamente estruturados e definidos.
Demonstrada assim a grande necessidade deste empreendimento, que a escala de realizações dos grandes problemas nacionais apresenta como inteiramente viável, tenho fundada esperança em que nos grandes planeamentos do aproveitamento da bacia hidrográfica do Mondego, já felizmente considerado e em estudo, esta velha aspiração possa ser considerada, para se ver continuar em breve a incompleta sinfonia ferroviária que esta linha tem representado.
Deixo assim evidenciadas. Sr. Presidente, e uma vez mais, algumas das instantes necessidades de vias de comunicação de uma zona do meu distrito de Coimbra em que medra o desânimo, mas florescem os mais nobres sentimentos do bairrismo e de esperança, mercê dos quais se continuará a lutar com denodo e sem desfalecimentos pelo seu progressivo desenvolvimento, na consoladora certeza de que se luta e labuta pela maior grandeza do bendito solo do Portugal.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

rdem do dia

O Sr. Presidente: - Continua o debate sobre o aviso prévio do Sr. Deputado Nunes Barata acercado turismo nacional.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada D. Custódia Lopes.

A Sr.ª D. Custódia Lopes: - Sr. Presidente: precisamente quando na metrópole está, por assim dizer, na ordem do dia o turismo e nesta Câmara o Deputado