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3620 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 144

E não o pertencem em sentido de plena realização, na medida em que a execução das mesmas se não processar em íntima cooperação e colaboração de órgãos regionais competentes, e até com a própria iniciativa privada. E essa plena realização estará tanto mais longe de ser atingida se nessa cooperação os problemas não forem vividos com entusiástico apoio e persistente acompanhamento, e se, sobretudo, não forem estruturados, no objectivo da sua solução, planos regionais bem fundamentados e recheados de matéria exequível.
Resumindo, ressalta a extrema necessidade de efectivação dos princípios de orientação já definidos pelo diploma referido, para que, partindo-se do turismo regional e passando talvez pelo inter-regional, se atinja o objectivo de um programa em grande na ordem nacional, de um programa ou plano sem receios ou tibiezas, com espírito de desassombrado sentido empreendedor.
Através dele se atingirá um calendário turístico muito mais vasto, que. partindo do dia do turismo, na sua abertura, e passando por todo um conjunto de iniciativas a efectuar em Lisboa, na zona da Arrábida, em Sintra ou em Évora. cubra ainda todo o País. desde o cálido e acolhedor Algarve ao nosso atraente e não menos acolhedor Minho.
Assim, e insistindo, se justifica e impõe a aceleração do programa legal delineado de criação dos órgãos locais ou regionais de turismo indispensáveis, mas constituídos por comissões autênticas que se não limitem a receber e a aplicar, tantas das vezes mal, as pare-as receitas que lhe couberem, comissões activas, conscientes e estudiosas das possibilidades a oferecer e dos intentos a atingir. Tais organismos, legalmente obrigados a submeter à apreciação superior os seus planos de actividade, proporcionarão ao órgão central a elaboração de um mais amplo e seguro plano de nível nacional.
Por esta forma se poderá fundamentar um conjunto muito mais completo de realizações e manifestações a oferecer aos nossos visitantes, com consequências que traduzirão a obrigação de mais repetidas visitas por virtude do muito que ainda ficará para apreciar e visitar, e que uns escassos dias de permanência não permitirão objectivar. Atente-se que a actual média de permanência dê três a quatro dias é bem significativa da mesquinhez dê aproveitamento do tanto e tanto que temos para patentear, seja do nosso património monumental - tão valorizado pela notável obra de recuperação do Governo de Salazar, através da proficiente e dedicada acção de prestigiosos Gabinetes das Obras Públicas e Direcção dos Monumentos Nacionais -, seja nos valores artísticos ou arqueológicos, seja nas manifestações festivas ou culturais, folclóricas e etnográficas, seja ainda nas incomparáveis riquezas paisagísticas com que a natureza nos brindou.
De considerar, porém, que tudo o que referi não passará de quimérico sonho sem qualquer base se não se acompanhar uma orientação como definida pela criação imediata da chamada infra-estrutura do turismo, ou seja as instalações hoteleiras ou similares. Neste aspecto não preciso de me deter em largas considerações, tão bem debatida e analisada foi já a questão em brilhantes e judiciosas intervenções desta tribuna proferidas.
Apenas desejo insistir na evidente vantagem de nos encaminharmos para uma solução de alojamentos que vise os turistas da classe média, em simplicidade de características acentuadamente portuguesas, mas com o indispensável em comodidade, conforto e higiene.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Repetindo o que vi apontado em pertinentes considerações sobre este particular, anoto que o capital a investir para alojar um turista rico permitirá alojar mais de quatro turistas médios. E é fora de dúvida que quatro turistas desta classe deixarão mais divisas que um turista rico.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Em matéria de equipamento para albergai-os nossos visitantes importará acima de tudo preferir soluções que nos ponham a coberto da concorrência turística internacional, assegurando preços de instalação absolutamente competitivos, dado, como é, que estes constituem, sem dúvida, um dos factores primordiais da atracção turística. Será a implacável intervenção da lei da oferta e da procura a funcionar. E repare-se que no presente não é já apenas a alta burguesia que viaja, pois todas as classes sociais gastam as suas férias viajando também.
Ainda no aspecto de instalações, atrasados como estamos na realização de um mínimo indispensável, sobretudo em instalações hoteleiras fora das regiões do litoral, e que urge realizar, importa estimular, desde já, um apetrechamento aceitável, em pensões, residências e até casas particulares.
Um inventário das disponibilidades aproveitáveis, sobretudo no aspecto destas últimas, por parte dos órgãos de turismo locais, não seria, de desprezar e prestaria até óptimos serviços.

orroborando observações e apelos aqui formulados por ilustres colegas, entendo de instante necessidade a resolução de tantos problemas de instalações para albergar os nossos visitantes, sobretudo no campo hoteleiro. Pondere-se todavia que se às instâncias oficiais compete dar apoio e auxílio, importa também que a iniciativa local - neste ponto como em tantos outros os órgãos de turismo previstos pela Lei n.º 2082 poderão ter um papel decisivo - se esmere na demonstração do quanto a preocupa o problema do benéfico aproveitamento dos seus patrimónios, dos mais variados aspectos e alcances turísticos.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: -Guimarães, terra berço da nacionalidade, debate-se com as consequências perniciosas de uma tal situação, o que extremamente diminui a incomparável pujança dos seu notáveis valores de expansão turística. Esta cidade, de que me honro ser filho, vai beneficiar, dentro em pouco, de um primeiro passo, embora em limitada escala, para atacar o seu problema de precariedade de instalações. Será concluída em breve uma pequena residência de exclusiva iniciativa particular a que o S. N. I. não negou o seu indispensável e precioso apoio. É muito pouco, mas talvez que seja o fermento para outras soluções à escala dos valores turísticos da região.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Aqui deixo o meu louvor ao sentido empreendedor revelado por aqueles que a levaram a efeito, com o voto de que constitua significativo exemplo para uma continuidade de idênticas realizações em correspondência às exigências turísticas regionais.
Ao formular este bem sentido voto medito nas possibilidades da extraordinária expansão turística que à região de Guimarães se oferece se as pusermos ao nível dos seus patrimónios históricos, culturais, artísticos, monumentais e ainda dos da sua incomparável beleza paisagística.